HISTÓRICO DAS LINHAS: (NOTA: A história
correta de todas as linhas no litoral do Estados do Rio de Janeiro
e do Espírito Santo, na região de Campoe e Cachoeiro
do Itapemirim, é bastante confusa e truncada. Peço
desculpas por possíveis erros na narrativa e mesmo nas datas
e na ordem das estações por todas as linhas na região.)
LINHA DO LITORAL: O que mais tarde foi chamada "linha do
litoral" foi construída por diversas companhias, em épocas diferentes,
empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a primeira
década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi
entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída
em 1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887,
a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia
construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875.
O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim,foi construído
pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada
pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina.
O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do Espírito
Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu
uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos
ao norte e ao sul do rio. A linha funciona até hoje para cargueiros
e é operada pela FCA desde 1996. No início dos anos 80 deixaram
de circular os trens de passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro
a Vitória. mapa
do ramal em 1961
LINHA DE CAMPOS A NIRACEMA: A ferrovia
ligando Campos a São Fidélis foi aberta em 1/8/1891, por uma concessão
recebida por Edmundo Meinick e outros em 1876. Por outro lado, a
E. F. Santo Antonio de Pádua, com uma concessão de 1879, havia estabelecido
uma linha unindo Luca (São Fidélis) a Santo Antonio dos Brotos (Miracema),
ferrovia esta aberta em 1880, de São Fidelis até Santo Antonio de
Pádua, e em 1883, desta cidade até Miracema. Em 1884, este última
foi vendida à E. F. Macaé a Campos. Em 1891, quando Miracema já
estava ligada a Campos pela junção das duas ferrovias, ambas já
pertenciam à Leopoldina. A linha era ligada até a linha do
Manhuaçu próxima a Miracema, através do ramal
de Paraoquena, que liga as estações dee Cisneiros,
naquele ramal, com a de Paraoquena. Embora tenha
parado de transportar passageiros desde o início dos anos
1980 (em 1980 ainda trens mistos carregavam passageiros de Recreio
a Campos), a linha está ativa até hoje para cargueiros da FCA.
Nos últimos tempos, o trem de passageiros, e hoje os cargueiros,
seguiam direto de Cisneiros, na linha do Manhuaçu, pelo ramal de
Paraoquena até Campos, deixando o trecho Paraoquena-Miracema desativado.
mapa do ramal
em 1961
RAMAL DE GLICÉRIO:
RAMAL DE SANTA MARIA MADALENA E RAMAL DE MANOEL DE MORAIS: O ramal
que ligava Entroncamento (Conde de Araruama) a Ventania (Trajano
de Morais) teve a linha entregue em 1878 até Conceição e no ano
seguinte até Triunfo (Itapuá) e Ventania, pela E. F. Barão de Araruama.
Somente em 1896, já com as linhas de posse da Leopoldina, foi entregue
a contihuação até Visconde do Imbé e em 1897 a Manoel de Morais.
Antes disso, em 1891, o engenheiro Ambrosino Gomes Calaça havia
aberto uma linha entre Ventania e Santa Maria Madalena, estabelecendo
outro ramal. Logo após a inauguração, a linha foi vendida À E. F.
Santa Maria Madalena, e em 1907 à Leopoldina. Dependendo da época,
a linha principal era Conde de Araruama-Madalena, ou Conde de Araruama-Manoel
de Morais, com o outro trecho sendo o ramal, ou seja, passando por
baldeação ou espera em Trajano de Morais. Em 31/08/1965, o trecho
Trajano-Madalena foi suprimido, e o trecho Conde de Araruama-Manoel
de Morais foi suprimido em duas partes, antes e depois de Triunfo,
em 31/05/1966 e 31/05/1967. mapa
do ramal de Santa Maria Madalena em 1961 mapa
do ramal de Manoel de Morais em 1961
RAMAL DE CAMPISTA: A E. F. Campista foi constituída em 16/10/1894,
e inaugurou a linha entre Campos e Atafona em 3/9/1897. Foi vendida
à Leopoldina em 1902, passando a se chamar ramal de Campista.Os
trens de passageiros rodaram até o final dos anos 60. A linha,
ainda parcialmente assentada em diversos trechos em 1996, nunca
foi oficialmente suprimida. mapa
do ramal em 1961
RAMAL DE BARÃO DE SÃO JOSÉ: A E. F. Campista
era a detentora da concessão, de 1895, para a construção de uma
linha ligando a estação de Martins Lage, na linha Campos-Atafona,
a Colomins (Barão de São José). Em 1902, a concessão foi transferida
à Leopoldina, que construiu e entregou o ramal de Colomins em 15/06/1908.
Nos anos 40, o ramal e a estação terminal tiveram o nome alterado
para Barão de São José. Os trens de passageiros rodaram até
o final dos anos 60. A linha, ainda parcialmente assentada em diversos
trechos em 1996, nunca foi oficialmente suprimida. mapa
do ramal em 1961
RAMAL DE SANTO AMARO: A Cia. E. F. Campos a São Sebastião foi criada
em 1871, e em 1873 entregou o trecho até as estações de São Gonçalo
e de São Sebastião. Em 1889, foi vendida à E. F. Macaé a Campos,
que no mesmo ano a prolongou até Mineiros. A ferrovia, encampada
mais tarde pela E. F. Leopoldina, em 1908 teve a linha renomeada
como ramal de Santo Amaro e foi estendida até Santo Amaro, que se
constituiu no seu ponto terminal. Os trens de passageiros rodaram
até o final dos anos 60. A linha, ainda parcialmente assentada
em diversos trechos em 1996, nunca foi oficialmente suprimida. mapa
do ramal em 1961
E. F. ITABAPOANA:
E. F. ITAPEMIRIM: A E. F. Itapemirim foi construída entre 1910 e
1920, inicialmente entre a estação da Barra, no porto da Barra do
Itapemirim e a Usina Paineiras, depois completada até a Praça João
Pessoa, em Cachoeiro. A ferrovia derivava de um projeto mais antigo
que deveria ligar o porto da Barra a Castelo e Alegre, mais ao norte.
Os trechos entre Cachoeiro e Castelo e Coutinho e Rive foram construídos
nos anos 1880. O primeiro se transformou na E. F. Caravelas, e parte
dele (Coutinho-Castelo) mais tarde foi o ramal de Castelo da Leopoldina.
A E. F. Itapemirim foi finalmente extinta em meados dos anos 1960,
quando já se estendia até a praia de Marataízes, uma estação além
da Barra.
RAMAL DE CABO FRIO (E. F. MARICÁ): A E. F. Maricá
teve o seu primeiro trecho aberto em 1888, ligando as estações de
Alcântara e Rio do Ouro. Em 1889 chegou a Itapeba e somente em 1894
a Marica. Em 1901, chegava a Manuel Ribeiro. Nilo Peçanha, como
Presidente da Província do Rio e também da República, conseguiu
a união da linha com a Leopoldina na estação de Neves, construída
para esse entroncamento, e do outro lado prolongou a linha até Iguaba
Grande. Em 1912, entretanto, o capital dos empresários da região
acabou e a linha foi vendida à empresa francesa Com. Generale aux
Chemins de Fer. Em 1933, o Governo Federal encampou a ferrovia e
a prolongou, em 1936, até Cabo Frio, onde se embarcava sal das salinas
das praias. Em 1943, a E. F. Marica foi passada para a Central do
Brasil. Em fins dos anos 1950, passou para a Leopoldina. Os trens
passaram a sair da estação de General Dutra, em Niterói, entrando
no ramal em Neves. Em 1965, somente seguiam trens de subúrbio
ligando Niterói a Virajaba, com o resto do ramal já
desativado. A ferrovia foi finalmente erradicada em 31/01/1966.
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