HISTÓRICO DAS LINHAS:
LINHA DO NORTE: A linha que unia o centro
do Rio de Janeiro a Petrópolis e Três Rios foi construída por empresas
diferentes em tempos diferentes. Uma pequena parte dela é a mais
antiga do Brasil, construída pelo Barão de Mauá em 1854 e que unia
o porto de Mauá (Guia de Pacobaíba) à estação de Raiz da Serra (Vila
Inhomerim). O trecho entre esta última e a estação de Piabetá foi
incorporada pela E. F. Príncipe do Grão Pará, que construiu o prolongamento
até Petrópolis e Areal entre os anos de 1883 e 1886. Finalmente
a estação de Areal foi unida à de Três Rios em 1900, já pela Leopoldina.
Finalmente, o trecho entre o a estação de São Francisco Xavier,
na Central do Brasil, e Piabetá foi entregue entre 1886 e 1888 pela
chamada E. F. Norte, que neste último ano foi comprada pela R. J.
Northern Railway. Finalmente, em 1890, a linha toda passou para
o controle da Leopoldina. Em 1926 a linha foi estendida finalmente
até a estação de Barão de Mauá, aberta nesse ano, eliminando-se
a baldeação em São Francisco Xavier. O trecho entre Vila Inhomerim
e Três Rios foi suprimido em meados dos anos 1960. Segue operando
para trens metropolitanos todo o trecho entre o centro do Rio de
Janeiro e Vila Inhomerim.
RAMAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO:
RAMAL DE GUIA DE PACOBAÍBA (E. F. MAUÁ): Em 1854,
Irineu Evangelista de Souza inaugurou a primeira ferrovia do Brasil,
com bitola de 1,676 m, ligando o porto de Mauá, no "fundo"
da baía de Guanabara, a Fragoso, estação situada
a cerca de 14 km, e ali rodou a Baroneza, a primeira locomotiva
a percorrer uma linha no Brasil. A E. F. Mauá foi estendida
em 1856 até Raiz da Serra e dali pretendia subir a serra
de Petrópolis para alcançar essa cidade, fato que
ocorreu apenas 30 anos mais tarde, mas por outra empresa, a E. F.
Príncipe do Grão Pará, que acabou por comprar
a E. F. Mauá em 1988 e reduzir sua bitola para métrica
para acabar com a baldeação em Raiz da Serra. Em 1890,
tudo passou a ser propriedade da E. F. Leopoldina. A partir do momento
em que esta chegou a Piabetá com sua linha vinda da estação
de Barão de Mauá, no Rio, o trecho entre Piabetá
e Mauá passou a ser apenas um ramal. Em meados dos anos 60,
o tráfego entre essas duas estações foi suprimido
e a ferrovia desde então está abandonada.
LINHA DO CANTAGALO: O que se convencionou
chamar de Linha do Cantagalo pela E. F. Leopoldina correspondia
a apenas parte da E. F. Cantagalo, ferrovia original da região.
Entre 1860 e 1873, a linha foi construída e aberta entre Porto das
Caixas e Macuco, além da cidade de Friburgo. Essa linha originalmente
tinha a bitola de 1,676m, depois reduzida para 1,109m e finalmente
para métrica. O prolongamento desde a estação de Cordeiro, nesse
trecho, até Portela, às margens do rio Paraíba do Sul, somente
foi aberto por pequenos trechos, entre 1876 e 1890, e esse trecho
no início era chamado de Ramal Férreo do Cantagalo. Em 1890 a Leopoldina
já era dona de todo o trecho, e passou a utilizar o termo Linha
do Cantagalo. Esta linha foi fechada por partes: entre Cachoeira
de Macacu e Portela a supressão ocorreu em 1967, enquanto que o
trecho inicial foi suprimido em 1973.
RAMAL DE MACUCO: O trecho Cordeiro-Macuco teve sua autorização
dada ao mesmo tempo que a ligação Cachoeira de Macacu
a Nova Friburgo, em 1868. A linha foi entregue em 1873 até
Nova Friburgo, não ficando clara quando foi inaugurado o
tráfego no trecho Nova Friburgo-Macuco. Com a construção
da linha entre Cordeiro e Portela entre 1876 e 1890, o final do
trecho do Cantagalo, Cordeiro-Macuco, passou a ser apenas um curto
ramal. Este foi desativado em 24/03/1965, um trecho em que o trem,
em 1962, percorria em 50 minutos.
LINHA SARACURUNA-VISCONDE DE ITABORAÍ: A linha
ligando Rosário (atual Saracuruna) a Visconde de Itaboraí,
projetada desde 1890 pela Leopoldina, sómente foi entregue
em 1926 devido a inúmeros entraves burocráticos que
foram aparecendo pelo caminho durante esses 36 anos. Na prática,
foi essa linha que ligou as cidades do Rio de Janeiro e Niterói,
contornando a Baía de Guanabara, passando por Magé
e dando acesso também do Rio de Janeiro a Teresópolis
e a linha do Litoral da Leopoldina. A linha cruzava a antiga ferrovia
E. F. Mauá na estação de Entroncamento, hoje
Bongaba. A linha Saracuruna-Porto das Caixas está ativa até
hoje, por ela passando trtens da Flumitrens/Central que ligam Saracuruna
a Guapimirim, entrando pelo antigo ramal de Teresópolis.
No trecho Magé-Visconde de Itaboraí somente existe
tráfego cargueiro ligando o Rio a Campos e Vitória.
E. F. TERESÓPOLIS (RAMAL DE TERESÓPOLIS): A ferrovia ligando Magé
a Teresópolis foi aberta em 1908, partindo do Porto da Piedade,
nos fundos da Baía da Guanabara, chegando a Alto Teresópolis. Mais
tarde a linha foi prolongada até a várzea de Teresópolis. Antes
de 1940, porém, o trecho entre Porto da Piedade e Magé foi suprimido,
e os trens para Teresópolis, operados pela Central do Brasil, passaram
a sair da estação de Barão de Mauá e seguindo pela linha da Leopoldina
até Magé, daí entravam pela linha original. Em 1956, o trecho Guapimirim-Teresópolis
foi suprimido; no trecho Magé-Guapimirim até hoje (2003) passam
trens de subúrbio operados atualmente pela Flumitrens/Central.
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