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E. F. Leopoldina
(1891-1965) |
LEITÃO
DA CUNHA
Município de Trajano de Morais, RJ |
Ramal de Santa Maria Madalena -
km 324 (1962) |
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RJ-1837 |
Altitude: 440 m |
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Inauguração: 17.08.1891 |
Uso atual: abandonada e em ruínas (2023) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: O
ramal que ligava Entroncamento (Conde de Araruama) a Ventania (Trajano
de Morais) teve a linha entregue em 1878 até Conceição e no ano seguinte
até Triunfo (Itapuá) e Ventania, pela E. F. Barão de Araruama. Somente
em 1896, já com as linhas de posse da Leopoldina, foi entregue a continuação
até Visconde do Imbé e em 1897 a Manoel de Morais. Antes disso, em
1891, o engenheiro Ambrosino Gomes Calaça havia aberto uma linha entre
Ventania e Santa Maria Madalena, estabelecendo outro ramal. Logo após
a inauguração, a linha foi vendida À E. F. Santa Maria Madalena, e
em 1907 à Leopoldina. Dependendo da época, a linha principal era Conde
de Araruama-Madalena, ou Conde de Araruama-Manoel de Morais, com o
outro trecho sendo o ramal, ou seja, passando por baldeação ou espera
em Trajano de Morais. Em 31/08/1965, o trecho a partir de Triunfo
foi suprimido para trens de passageiros, ou seja, o entroncamento
de Trajano de Morais já não era alcançado. Em
1966 ou 1967, o que restava do ramal acabou de vez. Ficou, entretanto,
o trecho entre Conde de Araruama e Conceição de Macabu
ainda funcionando para a Usina Victor Sence, até o início
dos anos 1990. Com a sua desativação, os trilhos foram
arrancados. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Leitão da Cunha foi inaugurada em 1891.
"Minha família tem origens italianas na região de Santa Maria
Madalena e Trajano de Morais. Ao resgatar a história de meus antepassados
italianos e brasileiros, eu acabo por resgatar um pouco da história
dos locais por onde passaram... Isso é muito bom! Ando à procura
do óbito de um de meus tataravós, Francesco Perissinotto. Até hoje
eu não consegui obte-lo apesar da ajuda que tenho do pessoal. Eu somente
sei que ele faleceu na Estação de Leitão da Cunha, atropelado pela
locomotiva. Ele trazia imigrantes que chegavam no Rio de Janeiro para
Santa Maria Madalena e, ao levar água para uma senhora que passava
mal, caiu e a locomotiva passou por cima dele. Há uma possibilidade
de que eu consiga obter, pelo menos, o registro do acidente. Naquela
época, havia o inspetor" (Francisco Barros, 11/2003).
"Em 1953, em Leitão da Cunha, eu, Elias de Toledo Pinto,
amparado pela Sra Percilia, uma parteira da região, chegava
nesse mundo. Minha casa era um pouco antes da estação,
no sentido Trajano de Morais, perto de uma pequena igreja. Meu pai
Aydes Alves Pinto, minha mãe Izabel Pinto, meu avô, Ricardo
Campana, da Fazenda Cambota, depois de alguns anos, nos mudamos para
Trajano, onde, o meu pai que em 1963, se aposentou pela E F Leopoldina.
Cheguei a participar da despedida do trem, em Trajano, bem como acreditar
que um dia ele voltaria.... Hoje,sou um pequeno empresário
no Rio de Janeiro, ainda passo por lá, sendo a última
vez dia 13.11.2004, quando visitei meu tio Francisco, que mora em
Doutor Loretti" (Elias de Toledo Pinto, 19/11/2004).
A última viagem no ramal, com a locomotiva partindo da estação
de Santa Maria Madalena, foi relatada nove anos depois do fim
por um escritor local: "Lembro-me bem do derradeiro dia em que
o trem deixou a estação. Com sonoro e melancólico toque do sino é
dada a saída precisamente às 6 horas e 20 minutos. Muita gente lá
estava para a despedida. Vagarosamente vai deslizando pelos trilhos
até a curva da chácara do Américo Lima. Aí faz uma paradinha, ouvindo-se
um agudo e angustioso apito, fazendo de conta como se fosse um adeus
para sempre. E lá se foi pela estrada afora, deixando uma baforada
de fumaça que pouco a pouco foi desaparecendo. O carro misto de 1a
e 2a classe estava todo ornamentado de hortênsias azuis e rosas, repleto
de passageiros. Por onde ele passou, Loreti, Trajano de Moraes, Leitão
da Cunha, o trecho da serra, vendo-se lá embaixo o rio Triunfo e o
Conceição, as manifestações de despedida foram as mais sentidas e
expressivas (...)" (Octavio Fajardo Rodrigues, 1975).
O trem parou em 1965 em Leitão da Cunha. Será?
O relato, embora deixe dúvidas fala que isso pode ter ocorrido
dois anos antes: "Papai, Jacob Everlan da Costa Martins, foi o
agente-chefe de estação. Fomos a última família a morar na casa da
ferrovia ao lado da estação de Leitão da Cunha. Nossa mudança seguiu
com o último trem a circular por ali. Isso ocorreu por volta de 1963.
Com a extinção da ferrovia todo o lugarejo perdeu a função de reunir
pessoas que pudessem ali viver. O êxodo rural ocorreu e hoje é isso:
abandono e solidão" (Deborah Areias, 08/2008).
Em 2015, a antiga estação estava aparentemente abandonada,
não parece funcionar nada lá. Estava conservada (levando em consideração
a idade), paredes, portas e telhado estavam inteiros.
Em junho de 2023 estava em ruínas (ver foto ao pé da página).
ACIMA: Em Leitão da Cunha, em 1923. ABAIXO:
Idem, 1923 (Fotos Fon-fon, 2/6/1923).
ACIMA: E quando ainda havia trem, nos anos 1940,
e propaganda nas paredes da plataforma da estação, e
a alegria de ser fotografada ali, e uma vida mais tranqüila em
Leitão da Cunha... (Acervo Edson de Lima Lucas).
(Fontes: Edson de Lima Lucas; Eduardo Bekman, 2025;
Elias de Toledo Pinto; Octavio Fajardo Rodrigues; Francisco Barros;
Marcelo Abreu Gomes, 2004; Deborah Areias, 2008; Edmundo Siqueira: Resumo Histórico
da Leopoldina Railway, 1938; Fon-fon, 1923; Cyro Pessoa Jr.: Estudo
Descritivo das Estradas de Ferro do Brasil, 1886; Guia Geral das Estradas
de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-80; Mapa - acervo R. M.
Giesbrecht) |
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A estação nos anos 1940. Acervo Edson de Lima
Lucas |
A estação nos anos 1940. Acervo Edson de Lima
Lucas |
A estação em 01/2004. Foto cedida por Marcelo
Abreu Gomes, de Conceição de Macabu, RJ |
A estação em 01/2004. Foto cedida por Marcelo
Abreu Gomes, de Conceição de Macabu, RJ |
A estação em 2008. Foto Deborah Areias |
A estação em 2015. Foto Eduardo Bekman |
A estação em ruínas em 09/06/2023. Foto de Marcelo
Constantino |
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Atualização:
09.06.2023
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