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Rede Mineira de
Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1996) |
tronco
RUTILO
linha barra
Município de Liberdade, MG |
Linha-Tronco - km 202,335 (1960) |
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MG-0861 |
Altitude: 1.084 m |
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Inauguração: 10.06.1931 |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco
da RMV foi construída originalmente pela E. F. Oeste de Minas a partir
da estação de Ribeirão Vermelho, onde a linha de bitola de 0,76 chegou
em 1888. A partir daí, a EFOM iniciou seu projeto de ligar o sul de
Goiás a Angra dos Reis, passando por Barra Mansa por bitola métrica:
construída em trechos, somente em 1928 a EFOM chegou a Angra dos Reis,
na ponta sul, e no início dos anos 1940 a Goiandira, em Goiás, na
ponta norte, e já agora como Rede Mineira de Viação. A linha chegou
a ser eletrificada entre Barra Mansa e Ribeirão Vermelho, e transportou
passageiros até o início dos anos 1990. Nos anos 1970, o trecho final
norte entre Monte Carmelo e Goiandira foi erradicado devido à construção
de uma represa no rio Paranaíba, e a linha foi desviada para oeste
encontrando Araguari. Hoje (2003) a linha, já não mais eletrificada,
é operada pela concessionária FCA. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Rutilo foi aberta em 1931.
Aqui se cruzavam, entre 1931
e o início dos anos 1980, a linha-tronco e a Linha
da Barra (Soledade-Barra do Piraí),
a primeira originalmente da EFOM, a segunda da E. F. Sapucaí
e ambas posteriormente da RMV. Pelo que entendi, até 1931 a
linha-tronco descia de Lavras para Bom Jardim de
Minas, fazendo ali a junção de trens de uma linha
para outra quando necessário,enquanto o cruzamento direto das
linhas era na região de Rutilo, onde até então
não existia uma estação.
Segundo o livro "As
ferrovias em Minas Gerais" (Pimenta, Eleutério
e Caramuru, SESC, 2003), a estação de Rutilo
tinha duas partes que se cruzavam. Na linha superior, a linha-tronco
da antiga EFOM com plataforma e agência, hoje tudo demolido.
Na linha de baixo, que ficava em baixo da ponte da linha-tronco da
EFOM, depois da RMV, havia uma plataforma com a linha da antiga E.
F. Sapucaí. Hoje a plataforma é tudo o que resta; a
linha foi erradicada há mais de vinte anos.
O curioso é
que, pelas fotos, quem fazia a baldeação de linhas nessa
estação tinha de andar um bocado, no meio do nada.
"Eu
me lembro, quando fiz a viagem de Barra Mansa ate Lavras, quando ele
chegava em Rutilo, eu não entendia muito bem o movimento desta estação,
pois não via uma cidade por perto. Depois entendi que ela servia tanto
a Bom Jardim, que fica a uns 8 km, como ao município de Liberdade.
Havia um ônibus que ia até Liberdade e também táxi
para Bom Jardim. Bons tempos" (Decio Marques, 08/2006).
"Minha avó comentou sobre isso, ela morava em Liberdade e para embarcar
no trem para Barra Mansa os passageiros tinham de subir até a outra
estação, muitos achavam ruim fazer tal coisa mas nem imaginavam que
o pior estava por vir... com a desativação da linha para Barra do
Piraí, os passageiros de Liberdade passaram a utilizar a estação de
Augusto Pestana, só que não havia condução da cidade até a estação
e os passageiros tinham de completar a viagem até Liberdade a bordo
de caminhões de leite, jipes ou carroças depois de esperar algumas
horas até que alguma dessas conduções aparecessem na estação..."
(Marco Giffoni, 12/2006).
"A estação fica a uns oito
quilômetros do município de Bom Jardim de Minas e é alcançada
pelo antigo leito da linha da Barra há muitos anos erradicada. No
local se vê uma pequena plataforma, que segundo consta nunca foi coberta,
da linha da Barra, abaixo do
pontilhão da linha-tronco que é emendado ao pontilhão sobre o rio
Grande. A estação da linha-tronco não existe mais, já nos últimos
anos do trem entre Ribeirão Vermelho e Barra Mansa que circulou até
1996 ele não parava no local e a estação estava já em
ruínas. Pouco além da estação no sentido de Barra Mansa está
ainda de pé a subestação eletrica idêntica à existente em Andrelandia,
cujo interior encontra-se depredado. Segundo relatos passageiros provenientes
das estações da linha-tronco desciam na estação e iam para a linha
da Barra esperar a Maria Fumaça que fazia o transporte nesta última;
muitos subiam no trem no meio do terreno mesmo pois a plataforma era
muito acanhada e em dias de festas não comportava todos"
(Andreaza Costa, 06/2004).
"Saudades da baldeação que fazíamos em
minha infância no Rutilo para chegarmos à Arantina, terra de meu pai...
Saíamos de Itajubá, baldeávamos em Soledade, pegando o trem que ia
para Barra do Piraí e descíamos no Rutilo para esperar o trem Barra
Mansa-Ribeirão Vermelho e chegarmos a Arantina. No retorno embarcava-se
num vagão já reservado, no trem que vinha de madrugada para Barra
Mansa, sendo que chegando ao Rutilo, era feita a manobra e esse vagão
se incorporava ao trem da linha da Barra até Soledade" (Antonio
Marcelino Rodrigues, 26/2/2014).
Trilhos ligavam as duas linhas.
Aliás, eles ainda existiam em 2007, abandonada, parte dessa linha
de união.
ACIMA: Ponte da linha da Barra que passava sobre o
Rio Grande e fica no antigo leito entre Rutilo e Liberdade, próximo
de onde ficaria a estação Meio do Mundo (Autor desconhecido).
ACIMA:
Ponte sobre o rio Grande, próxima também a Rutilo (Foto
Jorge A. Ferreira).
ACIMA: Linha de união com a linha da barra ainda
sobrevive próxima à ponte sobre o rio Grande em Rutilo
(Foto Jorge A. Ferreira).
ACIMA: Trem de passageiros passa pela estação
de Rutilo (da linha-tronco), vista ao fundo ao lado esquerdo. Atrás
dela, a subestação elétrica (Foto Paulino de
Moraes).
(Fontes: Jorge A. Ferreira; Paulimo de Moraes;
Antonio Marcelino Rodrigues; Francisco José Seixas de Cerqueira; Andreaza
Costa; Decio Marques; Marco Giffoni; Pimenta, Eleutério e Caramuru:
As ferrovias em Minas Gerais, SESC, 2003; Guia Geral das Estradas
de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-80) |
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Locomotiva elétrica no pátio de Rutilo, em 1950.
Foto enviada por Francisco José Seixas de Cerqueira |
A estação de Rutilo nos anos 1990. Foto Paulino
de Moraes |
A plataforma da antiga linha da Barra, abandonada... |
...enquanto a da linha-tronco aparece ali ao fundo, depois da
subestação também abandonada... |
...e aqui, a plataforma, vista mais de perto... |
...perto da subestação... |
...e ao longe uma antiga ponte da linha da Barra. Fotos Andreaza
Costa, em 06/2004 |
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Atualização:
14.01.2019
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