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E. F. Rio Doce (c.1900-1910)
E. F. Central do Brasil (1911-1969) |
OLIVEIRA
FORTES
(antiga LIVRAMENTO)
Município de Oliveira Fortes, MG |
Ramal de Mercês - km 350,190
(1928) |
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MG-1256 |
Altitude: 826 m |
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Inauguração: c.1900 |
Uso atual: agência dos correios (2016) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTÓRICO DA LINHA:
O ramal de Mercês foi aberto por volta de 1900 pela E. F. do
Rio Doce, ligando a estação de Palmyra (Santos Dumont)
a Oliveira Fortes, e prolongado em 1914 quando alcançou a cidade
de Mercês. Originalmente, era a E. F. João Gomes ao Rio
Doce, adquirida pela Central em outubro de 1910. Inicialmente seu
nome foi Ramal de Piranga, pois pretendia chegar até essa cidade,
ligando o ramal ao ramal da Ponte Nova, cuja linha distava pouco mais
de 40 km de Mercês. Tal nunca foi feito e o nome do ramal passou
a ser o da sua cidade final. Foi suprimido em 28/02/1969. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Oliveira Fortes foi aberta por volta de 1900 com o nome
de Livramento, ainda pertencente à Estrada de Ferro
do Rio Doce. Ficava em local diferente da atual estação,
que foi construída e aberta em 2/7/1911 pela Central.
"Como ponta de linha da pequena ferrovia, a loco chegava na
estação com o trem, desacoplava, girava na pera e acoplava na cauda,
iniciando subida para Mercês. Na era EFCB isso foi melhorado para
o trem girar inteiro na pera. Havia ali também uma linha circular.
As duas pontas do loop tinham um diferencial de uns 6 m de altura.
A estação da Central, que era a segunda, se situa na parte onde a
linha era mais alta. Isso significa que se era verdade o que um antigo
morador me falou nos anos 1990 de que a loco girava numa linha circular
para depois puxar o trem pela cauda para Mercês, a estação original
da Rio Doce ficava na parte de baixo do loop, ou o trem parava nela
depois de executar a tal manobra.
A área da linha que chegava de Santos Dumont foi invadida nas proximidades
da estação e hoje dificulta um pouco a visualização do pátio original.
Conversei com outro morador antigo hoje e ele me falou que só se lembra
do tempo em que o trem ia direto para Mercês fazendo a curva da ferradura
onde se situa a estação. De qualquer forma, o raio de curva ali é
muito diminuto. Havia uma linha circular em Oliveira Fortes para as
locos girarem e tracionarem o trem sentido Mercês puxando pela cauda
do mesmo. O local era apertado demais para o trem conseguir fazer
a curva e seguir sentido Mercês" (Pedro Rezende, 2017).
Posteriormente a ferrovia faliu, por volta de 1902, e, em outubro
de 1910,foi vendida à Central do Brasil.
Foi ponta de linha da Rio Doce e, depois, do então ramal
de Piranga até 1914, quando este foi prolongado até
Mercês.
Em 1928 estava na sede do distrito de Santana do Livramento.
A estação foi fechada em 1969, com a supressão
do ramal nessa data.
"Oliveira Fortes é uma pequena localidade encravada na Serra
da Mantiqueira aos 826 metros de altitude. Recebeu este nome
em homenagem ao capitão Francisco José de Oliveira Fortes, um dos
desbravadores e pioneiros da localidade e pai de Crispim Jacques Bias
Fortes, que foi presidente (governador) do Estado de Minas Gerais
de 1894 a 1898. Segundo o IBGE, a cidade possui menos de 2.000 habitantes,
mas ao se chegar a praça principal, onde fica a antiga estação do
Ramal de Mercês da Central do Brasil, tem-se a impressão que o número
é bem menor. Vê-se poucas casas, alguns estabelecimentos comerciais,
o prédio bem cuidado da Prefeitura Municipal, a minúscula Câmara Municipal
e poucos, muito poucos, oliveira-fortenses. Pode-se conversar tranquilamente
na praça, sentado no simpático coreto de onde se admira a imponente
araucária, que domina a paisagem com seu verde exuberante. Enquanto
isto as crianças visitam a pequena sorveteria e correm livres e soltas.
No alto de um morro, acima da igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento,
vê-se uma réplica em menor escala do Cristo Redentor. De lá, avista-se
toda a cidade e pode-se respirar o ar puro das intermináveis montanhas
mineiras. A tranquilidade é a marca do lugar, que mantém em bom estado
de conservação a estação, que hoje abriga a agência dos Correios.
Longe de qualquer stress, próximo da natureza, com um sossego que
só as montanhas mineiras proporcionam, se ainda tivesse trem, seria
um local ideal para morar após a aposentadoria" (Jorge
A. Ferreira, 25/10/2009).
Em 2009 era agência de correios.
ACIMA: A locomotiva passa pela linha por volta
de 1901, em Oliveira Fortes, ainda Livramento (Acervo Antonio Novaes.
Cessão Hugo Caramuru).
ACIMA: Em primeiro plano, a estação ferroviária de Oliveira
Fortes, hoje sede dos Correios na cidade. Mais atrás, casas
que podem ter sido da ferrovia ao longo do antigo leito (a azul e
a verde da direita) e mais atrás ainda, encostada à
direita da casa quadrada amarela, um edifício em má
conservação com jeito de armazém do antigo pátio
(Foto Jorge Alves Ferreira, 10/2009).
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TRENS
- De acordo com os guias de horários, os trens de
passageiros - sempre trens mistos - pararam nesta estação
de 1911 a 1969. Ao lado, um destes trens está próximo
à cidade de Oliveira Fortes, em 1967. Clique sobre a
foto para ver mais detalhes sobre esses trens. Veja aqui horários
em fevereiro de 1963 (Guias Levi). |
(Fontes: Pedro Resende; Jorge A. Ferreira; Antonio
Novaes;Hugo Caramuru; Gutierrez Coelho; Guia Geral das Estradas de
Ferro do Brasil, 1960; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação,
1928) |
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A estação em 1928. Foto Max Vasconcellos |
A estação em 2002. Autor desconhecido |
A estação em 12/2005. Foto Gutierrez L. Coelho |
A estação em 10/2009. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação em 15/5/2016. Foto Fernando Marietan |
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Atualização:
04.06.2020
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