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E. F. Dom Pedro
II (1877-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1996) |
BENFICA
Município de Juiz de Fora, MG |
Linha do Centro - km 288,626 (1928) |
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MG-0285 |
Altitude: 685 m |
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Inauguração: 01.02.1877 |
Uso atual: MRS (2018) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Benfica foi inaugurada em 1887.
Por um curto espaço de tempo, no início
do século 20, veio a se chamar Ludovino Martins, mas
logo retornou a seu nome original.
Dela saíam os trilhos do ramal de Lima Duarte, de 1914
até o final dos anos 1960. Esse ramal foi erradicado, dele
sobrou apenas o desvio que segue para uma instalação
fabril em Igrejinha, ainda utilizado pela MRS, concessionária
da linha.
A estação foi, ainda, sede da Polícia Florestal
na região por algum tempo. Em 2010 servia como escala para
os maquinistas da MRS.
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1876
AO LADO: Licitação para a construção da estação de Benfica
(Diario do Rio de Janeiro, 16/2/1876). |
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1877
AO LADO: Agencias de correios já funcionam na estação be Benfica
(O Globo, 24/2/1877). |
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1877
AO LADO: Funcionario da estação de Benfica recebe driticas graves (Gazeta de Noticias, 27/7/1877). |
ACIMA: Tiro de Guerra de Juiz de Fora na estação
de Benfica em 1921 (Acervo Jorge A. Ferreira)
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1922
AO LADO: Caem barreiras próximas à estação de Benfica
(O Estado de S. Paulo, 16/2/1922). |
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1924
AO LADO: Trem vindo de Pirapora foi retido em Benfica
(O Estado de S. Paulo, 28/8/1924).
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ACIMA e ABAIXO:
Estação e pátio de Benfica em 2009 (Fotos Jorge
A. Ferreira)..
O
Jornal do Commercio de Juiz de Fora, em um dos números de dezembro
de 1908, assim descrevia Benfica: "Bemfica é triste. Vasto
descampado; pastagens infindas, onde vagam manadas de bois estarrecidos
e nostalgicos, vindos de longe, de muito longe, dos confins
de Minas ou dos planaltos de Goyaz. Uns deitados, ruminando
tristemente; as humidas narinas gotejantes, as longas orelhas
cahidas e os doces olhos immoveis, fitos na miragem longinqua
das brisas frescas, a beira do rio manso, abundoso e trepido,
onde pastam felizes, bellas e amáveis juvenças. Outros de pé,
a passos lentos, tropegos e desequilibrados, tosando melancholicamente
a herva rasteira, restos e rejeitos de outras boiadas, com as
longas caudas fustigando as ancas. Monotonia sem fim. Apenas,
aqui e ali, baixas culturas adustas, onde se estorcem ao sol
estival, as folhas murchas, os caules pendidos, os milharaes
que tosta o veranico ardente. Ao fundo passa o rio sonolento,
placido e morno, semi-sepulto entre as altas barrancas, como
vasta e pesada bôa, que o mormaço enlanguece. A população é
simples e bondosa. Nos dois hoteis do logar conversam de negocios
boiadeiros requeimados pelos sóes das grandes jornadas. São
tipos másculos e decididos de bellos homens do campo. Vestem-se
de lãs e brins mineiros, ali tecidos e tintos. Altas botas,
espóras rutilas, talas de grandes argolões, com que tangem as
bestam e racham a cabeça ao primeiro atrevido, que de improviso,
se lhes atravesse no caminho... Trazem todos afiadas facas á
cava do collete e um jogo de pistolas á cinta. Commercio - quasi
nenhum, - a não ser o da Feira, que definha consideravelmente.
De onze a doze mil rezes, que ali se vendiam todos os meses,
vendem-se, hoje apenas novecentas. A visinha Feira do Sitio
foi a sua morte" (Extraído do Álbum do Município de Juiz
de Fora - Albino Esteves - 1915). |
2012
ABAIXO: Linha - em primeiro plano - que é a
saída do ramal de Lima Duarte. Ainda existe ali pois
há tráfego da MRS até Igrejinha, onde
a linha foi retirada após a estaçãozinha
(Foto Jorge A. Ferreira, 2012).
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(Fontes: Jorge A. Ferreira; Albino Esteves: Álbum do Município
de Juiz de Fora, 1915; Jornal do Commercio, Juiz de Fora, 1908; Max
Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação, 1928) |
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A estação de Benfica, com a locomotiva em primeiro
plano, em 2000. Foto Jorge A. Ferreira |
Pátio da estação em 2000. Foto Jorge A.
Ferreira |
A estação em 2000. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação reformada, em 06/2005. Foto Jorge A.
Ferreira |
A estação reformada, em 06/2005. Foto Jorge A.
Ferreira |
A estação e pátio em 5/2010. Foto Jorge
A. Ferreira |
A estação cercada em 2018. Foto Ludmila Albuquerque Costa |
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Atualização:
28.03.2020
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