|
|
Rede Sul-Mineira
(1927-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1961) |
BIGUÁ
Município de Delfim Moreira, MG |
Ramal de Delfim Moreira - km 191,474
(1957) |
|
MG-2016 |
Altitude: 994 m |
|
Inauguração: 23.10.1927 |
Uso atual: moradia (2012) |
|
sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
|
|
|
HISTORICO DA LINHA: O
ramal de Delfim Moreira saía de Itajubá e foi aberto
em 1928. Nos anos 30 havia planos de se prolongar a linha até
o ramal de Piquete, que ficava próximo, mas no Estado de São
Paulo e do outro lado da Serra da Mantiqueira. A ligação
nunca saiu. O ramal foi extinto em 30/06/1961. |
|
A ESTAÇÃO: A estação
de Biguá foi inaugurada em 1927.
A estação tinha duas plataformas, uma de cada lado do
prédio. Depois da estação, no sentido de Delfim
Moreira, a linha do ramal subia o morro, dava uma volta de 180
graus e depois costeava pelo alto o morro em frrente à estação
e dava a volta outra vez para o lado de lá do mesmo.
"No ramal de Delfim Moreira só viajei até o Biguá, onde tínhamos
amigos. Ia com meu avô, que era da Administração Fazendária do Estado.
A gente pegava o trem de manhã. O trem, saindo da estação de Itajubá,
pegava para o lado esquerdo e depois, numa bifurcação, novamente à
esquerda - o direito ia para Pouso Alegre. Passava por dentro da cidade,
cortando várias ruas, e ia parar na Fábrica de Armas: estação Pacatito,
lembro-me bem o nome. Alguns chamavam de Quilômetro 4. Depois, continuava
margeando o Rio Sapucaí, subindo o rio, e parava numa outra estação
que esqueci o nome (Trotil).
Mas quem se utilizava dela era o pessoal da zona rural que morava
num local chamado de Ponte Santo Antônio, onde havia uma ponte sobre
um afluente do Sapucaí, coberta de folhas de aço zincado. Dalí, o
trem fazia uma curva acentuada para a esquerda e começava a subida
da Serra da Mantiqueira. Passava por um local chamado Água Limpa e
a subida se tornava mais íngreme. O Biguá ficava no quilômetro 24
ou 25. Lá eu ficava com meus amigos e passava o dia em cima das goiabeiras.
Certa vez, comi tanta goiaba que tive uma cólica da qual me lembro
até hoje.
À tarde, pegava o trem de volta, reencontrando o meu avô que viajava
sempre de chapéu e guarda-pó para não sujar o seu terno. A viagem
era realmente muito bonita e meu avô até escreveu um soneto sobre
ela e que foi publicado num jornal de Juiz de Fora. O trem normalmente
era misto e, na época da safra de marmelo, transportava muita fruta
e também a polpa já processada, acondicionada em latas "
(Francisco Seixas, maio de 2008).
Quem morava em 2004 na estação era o sr. Sebastião
Benedito de Oliveira com a família. Segundo ele, morava
lá havia 43 anos e nascera nos últimos dias em que
o trem ainda passava ali. Ele não se lembra do trem, mas sim
dos homens que foram lá retirar os trilhos.
(Fontes: Ralph Mennucci Giesbrecht, pesquisa
local; Bruno Castilho; Francisco Seixas; Sebastião Benedito
de Oliveira; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
|
|
|
A caixa d'água tendo ao fundo a estação
de Biguá, em 24/10/2004. Foto Ralph Mennucci Giesbrecht |
A estação de Biguá e suas duas plataformas,
em 24/10/2004. Foto Ralph Mennucci Giesbrecht |
A estação de Biguá em 24/10/2004. Foto
Ralph Mennucci Giesbrecht |
A estação de Biguá em 24/10/2004. Foto
Ralph Mennucci Giesbrecht |
A estação em 4/2012. Foto Bruno Castilho |
A estação em 2018. Foto Enill Terra |
|
|
|
|
Atualização:
15.11.2018
|
|