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Indice de estações
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Frexeiras
Arapibu
Ribeirão
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Linha Sul (1940)
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Recife ao
São Francisco (1862-1901)
Great Western (1901-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-1975)
RFFSA (1975-1996) |
ARAPIBU
Município de Amaragi, PE |
Linha Sul - km 78 (1960) |
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PE-3955 |
Altitude: 119 m |
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Inauguração: 13.05.1862 |
Uso atual: moradia (2022) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A linha Sul,
ou Recife-Maceió, é uma junção de três
ferrovias: a E. F. Recife ao São Francisco, aberta entre 1858
e 1862 (foi a segunda ferrovia a ser aberta no Brasil), a E. F. Sul
de Pernambuco, entre 1882 e 1894 e a E. F. Central de Alagoas, aberta
em trechos entre 1871 e 1884, arrendada em 1880 à The Alagoas
Railway Co. A primeira ligou Recife a Una (hoje Palmares), a segunda
Una a Imperatriz (hoje União dos Palmares) e a terceira, Imperatriz
a Maceió. Em 1901, a Great Western do Brasil Railway Co., empresa
inglesa, ganhou a concessão das duas primeiras e, em 1903,
a da última, unindo as linhas e diminuindo a bitola da primeira,
em 1905, de 1.60 m para métrica. Em 1950, o Governo da União
encampou a Great Western, transformando-a na Rede Ferroviária
do Nordeste (RFN), que passou a ser um das subsidiárias da
RFFSA em 1957 e que foi finalmente incorporada em uma de suas superintendências
regionais em 1975. Finalmente, em 1997, foi cedida em concessão
para a CFN - Cia. Ferroviária do Nordeste. Os trens de passageiros
seguiram até os anos 1980. Somente sobram hoje os trens de
subúrbio de Maceió e de Recife, que percorrem as duas
pontas da linha. |
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A ESTAÇÃO: Localizado na
Zona da Mata Sul às margens do rio Aripibu, no município de Ribeirão,
o povoado de Arapibu - ou Aripibu - tem suas origens
em meados do século XIX. No ano de 1862, mais precisamente a 13 de
maio, a Estrada de Ferro do Recife ao São Francisco inaugurava uma
estação ferroviária no local.
A ligação por via férrea com a capital
e os bons solos foram alguns dos fatores que decorreram na fundação
de uma usina de álcool e açúcar no povoado no ano de 1888, a Usina
Aripibu. Esta, por sua vez, chegou a possuir uma ferrovia particular
de 60 km, cinco locomotivas e 125 vagões com capacidade para três
toneladas, cada, além de uma ampla vila operária.
O tráfego na estação
ferroviária de Aripibu era relativamente pesado, pois na mesma
eram embarcados e desembarcados passageiros e produtos da Usina.
A estação foi parcialmente desativada na década de 1970,
quando seu último chefe, Deolindo Sobral, passou a ser fiscal
de trens. A estação ainda servia como parada dos trens que vinham
de Frexeiras a Ribeirão e sentido contrário, porém sem
a venda de bilhetes. Alguns anos mais tarde, seu Deolindo faleceu,
deixando a morar na estação sua esposa, dona Gercina, e sete
filhos.
A RFFSA, no entanto quis demolir a estação já que seu funcionário
não morava mais lá. Dona Gercina então foi junto aos chefes da Rede
intervir para que isto não ocorresse. Segundo ela, os mesmos consultaram-na
em seguida com relação a quais partes da antiga estação ela utilizava;
ela respondeu que apenas o prédio principal, daí foi demolido apenas
o armazém de cargas, restando o prédio de embarque e desembarque de
passageiros.
Em 2014, a pequena estação de Aripibu pode ser considerada
uma raridade, uma vez que muitas outras estações pelo estado não tiveram
a mesma sorte e vieram abaixo. Isso deve então explicar o que ocorreu
com outras estações tais como Russinha, Ipanema e outras
de menor porte, que foram parcialmente desativadas e em seguida demolidas pela RFFSA,
talvez simplesmente por não estarem em uso, ou até para não se cogitar
reativações.
O povoado de Arapibu, em 2022, nota-se que não se desenvolveu muito após a desativação da ferrovia. A estrada de acesso à localidade é ruim e o povoado não passava de um punhado de 40 casas
ACIMA: "O Engenho de Aripibu,
de Pontual & C., à margem da E. F. Great Western, na estação
de Aripibu, considerado um dos melhores do Estado, produz 30 mil saccas
de assucar e foi visitado pelo Dr. Affonso Penna. Está colocado
em um sítio muito pitoresco, como se vê da presente gravura"
- o texto é a legenda da fotografia e mostra a grafia da época,
inclusive a da estação. Como a maioria dos engenhos
na época, era atendido pela linha férrea. Somente não
tenho como saber se essa linha da fotografia é parte de sua
linha particular ou se é a linha da Great Western (Texto e fotos: Revista
O Malho, 22/9/1906).
ACIMA: Festa de Ano Novo na Usina União e Industria em 1933, com trens para o transporte partindo das estações de Frexeiras, Amaragy (Arapibu), Primavera e Serra Nova (Diario da Manhã, 17/12/1933).
ACIMA: A estação de Arapibu, nos anos
1950, ainda pertencia ao município de Ribeirão, sendo
na época um distrito
(Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, IBGE, volume IV, 1958).
ACIMA: Estação e povoado de Arapibu em 2022 (Foto Rodrigo Henrique, 28/5/2022).
(Fontes: Rodrigo Henrique, 2022; André Cardoso; J. Barbosa; O Malho,
1906; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; IBGE: Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, 1958; Guias Levi, 1932-82)
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Estação de Arapibu, em janeiro de 2014. Foto André
Cardoso |
Estação de Arapibu, em janeiro de 2014. Foto André
Cardoso |
Estação de Arapibu, em 13/5/2022. Foto Rodrigo Henrique |
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Atualização:
08.06.2022
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