|
|
Rede
Ferroviária do Nordeste (1958?-1975)
RFFSA (1975-1997) |
PUXINANÃ
(FLORIPES COUTINHO) Municípios
de Campina Grande (1958-1961);
Puxinanã (1961-), PB |
Ramal de
Campina Grande - km 241 (1960) |
|
PB-3544 |
Altitude: - |
|
Inauguração: 1958? |
Uso atual: demolida (2021) |
|
com
trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1951
(já demolida) |
|
HISTORICO
DA LINHA: O ramal de
Campina Grande teve seu primeiro trecho entregue em 2 de outubro de
1907, entre a estação de Itabaiana, na linha da Great
Western que ligava Recife a Natal, e a cidade paraibana de Campina
Grande. Do outro lado do Estado da Paraíba, entre 1923 e 1926,
a Rede de Viação Cearense alcançava a cidade
de Souza, partindo de sua linha-tronco que ligava Fortaleza a Crato,
no Ceará, a partir da estação de Arrojado. De
Souza, a RVC avançou até Pombal (1932) e depois a Patos
(1944). O trecho de 164 km entre Patos e Campina Grande somente seria
entregue ao tráfego em 1958, e era justamente esta a linha
que ligava o Nordeste Ocidental ao Oriental, ou seja, o Ceará
ao resto do Brasil. Até o final dos anos 1990, este ramal era um dos mais movimentados,
em termos de cargueiros, do Nordeste, ligando Recife a Fortaleza e
dali a São Luiz do Maranhão. O tráfego de passageiros havia sido desativado já np final dos anos 1970. Em 2021 a linha toda já estava abandonada. |
|
A ESTAÇÃO: A estação de Puxinanã foi inaugurada oficialmente
em 1958 pela RFN, na ligação ferroviária Patos-Campina
Grande, mas a construção da estação teria sido terminada sete anos
antes.
A estação ferroviária de Puxinanã, então, foi inaugurada em 4 de Abril de 1951, pela RFN. A estação de Puxinanã
se chamava Floripes Coutinho, em homenagem ao importante chefe
político da região de Pocinhos e Puxinanã falecido na
década de 1930.
De acordo com a matéria da revista Manaíra,
de Campina Grande, de junho de 1951, “dezenas de
automóveis não conduziriam no dia 4 de Abril do corrente ano a quantidade
de homens e mulheres que três lastros trouxeram à Puxinanã nesse dia
para assistirem a inauguração do trecho da Rêde Ferroviária do Nordeste.
A festividade foi imponente dentro daquele ambiente de alegria e simplicidade
em que os Drs. Pedro e Camilo Collier se apresentavam risonhos e cheios
de satisfação pela conquista de mais um povoado ligado à rainha da
Borborema através do prolongamento da estrada de ferro Campina Grande-Patos.
Ali muitas famílias poderão construir as suas casas residenciais e
terem tranzações diárias com Campina Grande tamanha a facilidade de
transporte adquirida com a realização excepicional da Empreza Construtora
Camilo Collier Ltda. A inauguração, naquele dia, na área jurídica
de Puxinanã, do trecho da estrada de ferro que liga Campina Grande
ao Estado do Ceará foi presenciada por autoridades federais e estaduais.
Destacamos entre as pessoas presentes o sociólogo Lopes de Andrade
representante do Exmo. Sr.. Governador José Américo de Almeida, prefeito
Elpídio de Almeida, major Antonio Rodembusch vice-prefeito de Campina
Grande, major Brigadeiro Alvaro Recker, Cel. Braulio Domingos, Cte.
Militar da Rede 7ª, Cap. R. H.. Dobson, representante do Cte. Da 7ª
Região Militar, Eng. Vicente de Brito Pereira, diretor do DNEF, Eng.
Cornélio Júnior, chefe do D. Fiscal, Eng. Lauriston Pessoa Monteiro,
chefe da DC-3, Eng. Gercino Pontes, diretor da RFN, Sr. João Justino
Leite, Inspetor de Tráfego de RFN, srs. Aquilino Porto e Caminha França
respectivamente, chefes de Tráfego e Linhas, drs. Cláudio Albuquerque
do DNEF, Hortencio Ribeiro e outras pessoas de destaque”.
É
interessante notar que, apesar da festa de 1951, somente em 1958 a
linha até Patos foi aberta com um trem regular: basta
se verificar os guias ferroviários (Guias Levi) entre 1951 e 1958. Existiriam
trens esporádicos para servir as cidades por onde a linha já
estava operante? Não consegui esta resposta.
Por muito tempo
a estação serviu de parada para passageiros no ramal de Campina
Grande. Também servia de transporte para mercadorias provenientes
da região. O prédio apresentava uma volumetria retangular com platibandas,
a plataforma de embarque e desembarque era de concreto armado, possibilitando
a total desobstrução do espaço destinado aos passageiros, o imóvel
apresentava traços que lembravam o Art D'ecó; o armazém e as duas
casas da velha estação seguiam o mesmo estilo arquitetônico da estação.
A estação era semelhante estruturalmente com as estações de Pocinhos,
Soledade e Juazeirinho.
A estação de Puxinanã
foi desativada na década de 1970 pela RFFSA. Infelizmente o prédio
foi demolido alguns anos atrás restando apenas a plataforma de embarque
no local. "A estação se chamava Floripes Coutinho (só a estação,
pois a cidade se chama Puxinanã mesmo), nome de um importante político
da região de Pocinhos e Puxinanã, falecido na décade de 1930. Na época
do prolongamento da linha de Campina Grande na região (1949),
mais de 2.000 tiros de dinamite foram dados para abrir passagem, isso
por causa do terreno pedregoso e elevado do município de Puxinanã:
diversos cortes em rochas foram feitos. Desta forma hoje Puxinanã
é conhecido como a "A cidade dos lagedos", devido à grande
quantidade de grandes rochas na região que se estende até Pocinhos.
O município de Puxinanã foi emancipado em 1961" (Jonatas
Rodrigues, 2006).
Apesar da afirmação de Rodrigues
que o nome da estação era diferente do da cidade, em
nenhum guia ferroviário da época este nome aparecia:
era Puxinanã mesmo. Desta forma o município é conhecido
como “A cidade dos lajedos”.
Em 1958 a RFN terminou e entregou a ligação
ferroviária entre Patos e Campina Grande. Esta linha
possibilitou a ligação entre as principais capitais nordestinas, e
conseqüentemente, a ligação entre o Nordeste com o Sudeste e Sul do
Brasil. A estação foi desativada nos anos 1980, depois da desativação
do tráfego de passageiros. Tempos depois todo o complexo ferroviário
foi demolido: estação, armazém e vila. Infelizmente não houve a preocupação
de preservação de um marco tão importante para a cidade de Puxinanã.
(Fontes: Jonatas Rodrigues, 2006-9; Manaíra, Campina
Grande, 1951; Guias Levi, 1932-1980; Guia Geral das Estradas de Ferro
do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
|
|
|
Inauguração da estação em 1951 (ver
texto acima). Foto extraída da revista Manaíra
de Junho/1951. Cessão Jonatas Rodrigues |
Estação de Puxinanã tal como seria na época
de sua abertura em 1958. Desenho Jonatas Rodrigues |
Restos da plataforma e da estação em 10/2009.
Foto Jonatas Rodrigues |
Restos da plataforma e da estação em 10/2009.
Foto Jonatas Rodrigues |
|
|
|
|
|
|
Atualização:
01.09.2021
|
|