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E. F. Leopoldina
(c.1894-1972) |
VALA
DO SOUZA
(JERÔNIMO MONTEIRO) (antiga SABINO PESSOA)
Município de Jerônimo Monteiro,
ES |
Ramal Sul do Espírito Santo - km
519,507 (1960) |
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ES-1714 |
Altitude: 121 m |
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Inauguração: c.1894 |
Uso atual: escola da Prefeitura (2005) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: c.1950 |
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HISTORICO DA LINHA: O Ramal Sul
do Espírito Santo, assim denominado pela Leopoldina teve sua origem
na E. F. Sul do Espírito Santo, que tinha uma linha construída na
região de Vitória e pertencia ao Governo do Estado do Espírito Santo,
e na E. F. Caravelas, ambas adquiridas pela Leopoldina em 1908. A
Caravelas partia de Vitória para Castelo, de um lado, e para Rive,
do outro, bifurcando na estação de Matosinhos (Coutinho). Estes trechos
estavam prontos desde 1887. Para chegar a Minas Gerais, na linha do
Manhuaçu, como rezava o contrato, a Leopoldina levou cinco anos, abrindo
o trecho Rive-Alegre em 1912 e até Espera Feliz, ponto final, em 1913.
No final dos anos 1960, o trecho Cachoeiro-Guaçuí foi suspenso para
passageiros e finalmente erradicado em 26/10/1972. O outro trecho,
Espera Feliz-Guaçuí, transportou passageiros até a sua erradicação,
em 05/11/1971. Sobram ainda trilhos desde Cachoeiro até próximo
à estação de Coutinho, para transportar mármore
e granito das diversas serrarias dessas pedras que existem na região. |
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A ESTAÇÃO: A história desta estação se confunde com a da parada Cristal.
Em 23 de julho de 1894 foi inaugurada uma estação ferroviária provisória na Valla do Souza com o nome da localidade.
Porém, antes mesmo de ser inaugurada a referida estação, Cândido José Bossois, grande cafeicultor na localidade Cristal (hoje Jerônimo Monteiro), acompanhado pelo seu genro Antônio Egydio de Souza Lima e de Francisco Martins arrastavam grandes toras para o leito da estrada obrigando o trem a parar, pois precisavam descarregar as mercadorias que haviam comprado para suas fazendas. Esta parada forçada era feita na sede da Fazenda Cristal (centro de Jerônimo Monteiro), onde Cândido José Bossois havia construído uma estação, para que o trem ali parasse. Esta estação se localizava onde hoje é o Banco Banestes em Jerônimo Monteiro e não foi reconhecida na época. Esta parada forçada continuou a ser feita mesmo após a inauguração da estação da Valla do Souza. Devido à insistência destes cafeicultores que forçavam a parada do trem na nascente povoação do Cristal, a Estrada de Ferro Caravellas resolveu reconhecer as duas estações, assim o trem parava na primeira estação da Valla do Souza (depois Parada
Cristal), e 2 km acima no povoado do Cristal (centro de Jerônimo
Monteiro).
É importante informar que a sede do distrito da Valla do Souza era onde é hoje o bairro Parada Cristal. No local do atual centro da cidade de Jerônimo Monteiro, localizava-se o povoado denominado Sabino Pessoa, nome herdado da estação de ferro. Antes da inauguração da estação de Sabino Pessoa, o povoado tinha a denominação de Cristal, nome herdado da fazenda fundada por Cândido José Bossois. Com a substituição dos distritos por Vilas em 1943, foi suprimido o nome Sabino Pessoa, passando o nome para Vila da Valla do Souza. Mais tarde o distrito recebeu este mesmo nome. Devido a estas mudanças de nomes, a Estrada de Ferro Leopoldina resolveu alterar o nome da primeira parada de trens de Valla do Souza para Parada Cristal em 10 de maio de 1946 (ver caixa abaixo).
Notar que os dois parágrafos acima (de autoria de Cheyenne Figueiredo Cotta) são bastante confusos, tentando explicar como se alternaram os nomes de duas estações deste ramal, uma, a Parada Cristal, outra, Valla do Souza, além de outros nomes para as mesmas localidades, Jerônimo Monteiro e Sabino Pessoa. Os nomes que sobrevivem hoje são o do município de Jerônimo Monteiro e o do bairro de Parada Cristal.
O anúncio logo abaixo, publicado
em 1888 (VER CAIXA ABAIXO), mostra que neste ano já existia a estação.
O nome da estação foi alterado posteriormente (quando?) para Sabino Pessoa, e depois para Jeronimo Monteiro.
Trens de passageiros circularam
por ali até 1967.
Segundo Joseni Gouvêa, depois do fechamento da ferrovia "a estação,
no município de Jerônimo Monteiro, foi comprada pela cooperativa dos
produtores de leite da bacia do Itapemirim, aqui conhecida como Cooperativa
SELITA, e abriga hoje um entreposto comercial da cooperativa. Foi
preservada em parte pela SELITA, a plataforma está como era nos tempos
da Leopoldina".
A plataforma foi recentemente
alterada, com a transformação das portas em janelas
com a construção de uma parede alta, como se vê
nas fotos abaixo. O dístico teria sido retirado recentemente,
ainda neste ano de 2005. Neste ano ali funcionava
uma escola da Prefeitura.
(Veja também Cristal)
ACIMA: Anúncio publicado em revista de 1888 mostrava que a estação de Vala do Souza já existia
nessa época. Mattosinhos é a futura estação
de Coutinho, e Alegre é certamente a estação
de Rive, terminal da linha e que estava na verdade a cerca de 9 km
da cidade de Alegre, para onde a linha foi prolongada somente em 1912
(Acervo Paulo Thiengo).
ACIMA: Planta de construção da Parada Cristal (Leopoldina Rwy, 1908 (Acervo Paulo Thiengo).
ACIMA: Planta de construção da estação de Parada Cristal (Leopoldina Rwy, data ilegível - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA MAIOR) (Acervo Paulo Thiengo).
ACIMA: Mudança de nome da estação de Vala do Souza para Cristal (Leopoldina Rwy. (A Noite, 10/5/1946 - Acervo Paulo Thiengo).
ACIMA: Construção da estação de Cristal em 1950 (Leopoldina Rwy (O Alegrense, 23/4/1950 - Acervo Paulo Thiengo).
(Fontes: Marcos Farias; Joseni Gouvea; Guias Levi,
1932-80; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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A estação ainda com trilhos e com o nome de Jerônimo
Monteiro, em 1968. Acervo da Prefeitura da cidade |
A estação, já desativada e como sede de
cooperativa. Foto provavelmente dos anos 1990, autor desconhecido |
A antiga estação, totalmente descaracterizada,
em 11/2005. Foto Marcos A. Farias |
A antiga estação, totalmente descaracterizada,
em 11/2005. Foto Marcos A. Farias |
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Atualização:
14.05.2022
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