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Great Western (1883-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-1975)
RFFSA (1975-1996) |
PUREZA Município
de Timbaúba, PE |
Linha Norte - km 108 (1960) |
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PE-3822 |
Altitude: 71 m |
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Inauguração: 01.01.1883 |
Uso atual: moradia |
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com
trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO
DA LINHA: A linha que originalmente unia a estação de
Brum, no Recife, a Pureza, próximo à divisa entre Pernambuco
e Paraíba, foi aberta de 1881 a 1883 pela Great Western do
Brasil, empresa inglesa que tinha a posse e a concessão da
E. F. Recife ao Limoeiro. Esta linha avançou até Pilar,
na antiga E. F. Conde D'Eu, incorporada à GW em 1901, onde
sua linha, aberta em 1883, entre outros ramais, avançava até
Nova Cruz, já no Rio Grande do Norte e da E. F. Natal a Nova
Cruz, que também passou à GW, na mesma época.
Para ligar estas duas últimas, a GW construiu em 1904 um trecho
de 45 km, formando então o que veio a ser chamado de Linha
Norte. Quando ocorreu a venda da GW para a Rede Ferroviária
do Nordeste, no entanto, o trecho do RN já não mais
pertencia à GW, mas foi incorporado à RFN, e em 1957
tudo isso foi uma das formadoras da RFFSA. A linha está ativa
até hoje sob o controle da CFN, que obteve a concessão
da malha Nordeste em 1996, mas trens de passageiros não circulam
mais por essa linha desde os anos 1980. |
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A ESTAÇÃO: A estação de Pureza foi inaugurada em 1883. Permaneceu
como estação terminal até o ano de 1888, quando
foi aberta a estação seguinte, Timbaúba.
A estação de Pureza é um lugarejo que foi imortalizado pelo romance do mesmo nome
escrito por José Lins do Rego. "Não a conheci, mas
li o romance "Pureza" de José Lins do Rego" que embora seja ficção,
deve provavelmente fazer uma descrição realista do local, ainda mais
sendo um escritor filiado ao neorealismo. Ele fala de um local muito
bonito rodeado de eucaliptos e com um riacho murmurante a correr entre
as pedras. O herói do romance é um engenheiro ferroviário"
(Marco Benfont, 2007). (Veja aqui o texto sobre Pureza no livro) "A estação de Pureza
servia à vila de mesmo nome, ainda existente e pertencente
à Usina Cruangi, na mata norte, município de Timbaúba. A antiga
estação está em razoáveis condições, servindo
de moradia. Uma coisa que me chamou a atenção foi a extensão do seu
pátio, que se estende muito além da estação, chegando a ultrapassar
o desvio para a usina. Deve representar o tamanho das composições
de cana que um dia nele repousavam, bem como a importância estratégica
da estação.
Em 2008, a Usina Cruangi talvez fosse a única usina de Pernambuco
a ainda utilizar serviços de trens de carga; seu ramal estava então ainda operacional, como pude constatar pelo lubrificante colocado no desvio
que serve à usina e o estado da sua via. É sem dúvida uma raridade;
tomei conhecimento também que a ela possuía, em seu pátio, uma antiga
locomotiva a vapor" (Sydney Correa, 02/2008).
Em 2021, a estação ainda seguia de pé, mas em mau estado e abandonada. Os trilhos já não viam trens havia mais de uma década e o pátio estava tomado por plantações. A vila ferroviária ainda resistia e o pátio da usina Cruangi de onde saia um ramal parecia estar abandonado também.
ACIMA:
Mapa parcial do município de Timbaúba, nos anos 1950.
A estação de Pureza está ao sul do município,
próxima à fronteira com Aliança. (Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, IBGE, volume IV, 1958).
ACIMA:
(esquerda) Saída, para a esquerda, do desvio para a Usina Cruangi; (direita) Entrada do ramal na usina Cruangi (Fotos Sydney Correa,
2008).
ACIMA: A vila ferroviária da estação, aparentemente ainda habitada em 2021 (Foto Rodrigo Henrique em 27/8/2021).
(Fontes: Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil,
1960; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE,
volume IV, 1958; Guias Levi, 1932-1982; Marco Benfont, 2007; Mapas:
acervo R. M. Giesbrecht; Sydney Correa, 2009) |
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A estação em 2008. Foto Sydney Correa |
A estação em 27/8/2021. Foto Rodrigo Henrique |
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Atualização:
04.09.2021
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