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E. F. Dom Pedro
II (1865-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1996) |
BARÃO
DE VASSOURAS
(antiga VASSOURAS)
Município de Vassouras, RJ |
Linha do Centro - km 128,528 (1937) |
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RJ-1372 |
Altitude: 345 m |
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Inauguração: 18.06.1865 |
Uso atual: abandonada (2012) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: provavelmente anos 1910 |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra do Piraí havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Barão de Vassouras foi inaugurada em 1865 com o nome
de Vassouras. Segundo Lielza Lemos Machado, em seu livro
"Vassouras, Recanto Histórico do Brasil" (2006),
o nome original da estação teria sido Rio das Mortes,
passando logo em seguida para Vassouras.
"Esta estação (de Vassouras) precisa ser assoalhada,
pois é apenas ladrilho de cimento" (Relatório
apresentado a S. Ex. o Sr. Conselheiro Joaquim Antão Fernandes
Leão, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios
da Agricultura, Commercio e Obras Públicas, pelo Conselheiro
Manoel da Cunha Galvão, em
29/10/1868).
Era a estação mais próxima do centro da cidade.
Somente anos mais tarde (1872), quando se abriu a E. F. Carril Vassourense,
que tinha bondes a burro e que que levava ao centro da cidade, a nova
estação construída na cidade passou a se chamar
Vassouras (ou Cidade de Vassouras) e a da linha do
Centro teve de ser renomeada. E o foi, como Barão de
Vassouras, embora, em 1925, tenha se chamado durante um curto
espaço de tempo, Caetano Furquim. Ou seja, uma confusão
de nomes (ver caixa abaixo).
Ali se encontravam a linha do Centro e o ramal de Vassouras
(também chamado de ramal de Portella), a partir
de 1914, que seguia paralelo à linha (na verdade, com terceiro
trilho, pois tinha bitola métrica) até a estação
seguinte, Barão de Juparanã. Ali o ramal seguia,
como ramal de Jacutinga, para o norte até atingir Santa
Rita de Jacutinga, já em Minas e na RMV.
"Barão de Vassouras é um lugarejo aprazível,
situado à esquerda do rio das Pedras e não longe do
Parahyba (do Sul)" (Max Vasconcellos, 1928).
A estação original era um prédio maior e com
dois andares. Sobre quando foi alterada para o prédio térreo
que é hoje, não obtive dados. Max Vasconcellos
já teria conhecido o prédio atual em 1928?
A estação, em 1998, quando a visitei, era o retrato
do abandono. O mato estava tão alto do lado da plataforma que
dificultava as fotografias.
A vila era atingida apenas por estradas de terra, tanto vindo de Barra
do Piraí quanto de Vassouras. Em dezembro de 2004,
segundo Gutierrez Coelho, que lá esteve, "nada
mudou nestes últimos anos. A desolação é
total, num povoado miserável. Tristeza pura".
Voltei à estação em setembro de 2012, após
12 anos. A única coisa que mudou foi o mato em volta, agora
menos crescido.
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1925
AO LADO:
Em 15 de maio, a estação de Vassouras do ramal
de Jacutinga passa a se chamar Barão de Vassouras.
Enquanto isso, esta última, que fica na linha do Centro,
passa a se chamar Caetano Furquim
(O Estado de S. Paulo, 16/5/1925).
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ACIMA:
A estação antiga no final do século XIX (foto
atribuída a Elysio Pereira dos Passos).
ACIMA: A estação ainda inteira (à direita) (Cessão: Victor Pedretti - sem data).
ACIMA: A estação,
que já foi a principal da cidade de Vassouras e depois virou
importante entroncamento com o ramal de Jacutinga, está abandonada
há muito sanos; solitária, assiste aos cargueiros passarem
(Foto Jorge A. Ferreira, 2007).
ACIMA: A estação de Barão de Vassouras, praticamente uma "casca" do antigo prédio em 2022 (Foto Zilmar Luis Reis Agostinho em 26/7/2002).
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TRENS
- Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1865 até 1980. Ao lado, o trem Rio-Belo Horizonte,
que fazia esse percurso. Clique sobre a foto para ver mais detalhes
sobre esses trens. Veja aqui horários
em 1968. Paravam também trens
do ramal de Jacutinga (Guias
Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Zilmar Luis Reis Agostinho, 2022; Gutierrez Coelho; Jorge A. Ferreira; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras
de Comunicação, 1928; Lielza Lemos Machado: Vassouras,
Recanto Histórico do Brasil, 2006; Manoel da Cunha Galvão:
Relatório apresentado ao Sr. Conselheiro Joaquim Antão
Fernandes Leão, Ministro e Secretário de Estado dos
Negócios da Agricultura, Commercio e Obras Públicas,
1868; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação no início do século XX.
Foto cedida por Jorge A. Ferreira |
A estação em 1998, lado da plataforma, coberta
de mato com um vagão estacionado ali. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 1998. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 1998. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação vista dos trilhos, em 12/2004. Foto
Gutierrez L. Coelho |
A estação cada vez mais descaracterizada, em 2007.
Foto Jorge A. Ferreira |
A estação em 29/12/2012. Foto Ralph M. Giesbrecht
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Atualização:
11.10.2022
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