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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1916-1971)
FEPASA (1971-1998) |
VISCONDE
DO RIO CLARO
(antiga BIFURCAÇÃO)
Município de Itirapina, SP |
Linha-tronco - km 187,320 (1958) |
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SP-2971 |
Altitude: 743,527 m |
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Inauguração: 01.06.1916 |
Uso atual: abandonada (2016) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1922 |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco
da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas,
em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois
continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu
por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos
(1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz
(1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio
Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929),
chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou.
Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros
trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos
anos apenas no trecho Campinas-Araraquara. |
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A ESTAÇÃO: A estação tem
uma história curiosa: a Visconde do Rio Claro original foi
construída e inaugurada em 15/10/1884 pela Cia. Rio-Clarense
para ser o ponto de bifurcação dos troncos norte e oeste. A linha
saía de Rio Claro, passava por Analândia e chegava a
Visconde do Rio Claro, onde se bifurcava para ir em direção
a São Carlos, ao norte, e para Jaú, a oeste.
A situação perdurou até 1916, quando a Paulista, que adquirira a Rio-Clarense
24 anos antes, tornou Itirapina o ponto de bifurcação da linha.
A Paulista, por mais cinco anos, continuou com duas linhas-tronco:
a nova, de 1,60 m, e a velha, de 1,00, que passou a acompanhar a nova
a partir de uma nova estação, um pequeno prédio de tábuas, chamada
de Bifurcação, aberta em 1916, pois ali as duas linhas se encontravam
(ou separavam).
Em 1921, a Paulista suprimiu a linha métrica paralela e, com isso,
acabou por fazer a linha métrica terminar em Bifurcação, que
a partir daí passou a se chamar Visconde do Rio Claro, com
um prédio definitivo, o atual, sendo construído em 1922 (relatório
Cia. Paulista, 1922). E a "velha" Visconde foi desativada,
ao mesmo tempo.
O prédio da antiga Visconde de Rio Claro "velha", que hoje
estaria colocado à direita da rodovia Washington Luiz, de quem vem
de São Paulo, foi demolido somente em 1940.
Em 1941, o ramal de Analândia foi suprimido no trecho Analândia-Visconde.
E Visconde do Rio Claro passou a ser uma estação simples, sem
baldeações, num pátio onde por alguns anos funcionou uma fábrica
de blocos pertencente à Cia. Paulista.
"A estação já não funcionava em 1977, mas nesse mesmo ano
vi o antigo trem R rumo a SP fazendo ali uma paradinha para alguns
passageiros embarcarem. Isso não ocorria nos tempos áureos desse trem,
nem com a estação funcionando. Nessa época eu fazia quase semanalmente,
de ônibus, o trajeto São Carlos-SP-São Carlos e sempre dava
uma olhada na estação, que fica à beira da rodovia Washington Luís.
Estranho que esse trecho da ferrovia parecia já estar sempre
cheio de mato, e isso - repito - em 1977" (Antonio Gorni,
02/2007).
O antigo dístico de mármore da estação,
pesadíssimo e originariamente da estação "velha"
(ver foto abaixo em 2001) - foi removido em 2005 e está hoje
preservado na ABPF de São Paulo,
já que, na estação, da qual ninguém cuida,
iria acabar desaparecendo.
"Essa estaçãozinha me é muito querida e familiar, pois minha
família desde bem antes de eu nascer ia sempre até lá, ou para uma
boa pescaria noturna (os homens), ou para um delicioso convescote
(todo mundo!), pois fica bem próxima a S. Carlos, e naqueles tempos
ir de trem era corriqueiro, fácil e gratuito, haja vista que todo
esse pessoal trabalhava na Companhia Paulista. Já menino eu ia lá
frequentemente com meu pai, tio e amigos deles pescar bagres nos "poços"
e traíra no córrego bem próximo à estação. Próximos a ela localizavam-se
outrora a casa de controle e a cancha de bocha, há muitos anos saqueada,
destruída e depois demolida. Inacreditável o estado de abandono do
local que já vem de muitos anos. Creio que a única coisa que continua
igual por ali é a quantidade de cobras que sempre existiram, cascavéis,
corais e até urutus. O Sr. Lemos, chefe da estação nos anos 1960 e
70, não vencia mandar as serpentes capturadas para o Butantã, em caixas
próprias cedidas por aquele Instituto, juntamente com os laços. Como
dizia sempre minha querida tia, "tempo bom que não volta mais!". Nunca
mais, minha tia, nunca mais... Até os anos 1980 havia uma pequena
represa entre a rodovia e a estação, que desde essa época foi desaparecendo
até virar apenas um chão úmido, sem água reservada, certamente por
falta de cuidados e limpeza, pois ali é um local onde a água é muito
abundante, um varjão na beirada do qual a estação foi edificada. Nos
anos 1950, nós navegávamos acomodados dentro de uma canoa feita de...
cimento! Essa eu cheguei a conhecer, com o tempo deve ter sido soterrada
pelo mato e pelo lodo, provavelmente ainda está lá escondida, pouco
abaixo do nível do solo. E ela flutuava, mesmo com uma ou duas pessoas
leves dentro dela, para vocês verem que coisa fantástica é o empuxo!"
(Enviado por Wanderley Duck - narrativa de um amigo dele).
Em 2016 a velha estação estava abandonada.
(ver também VISCONDE DO RIO CLARO-VELHA)
CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR A ESTAÇÃO VISTA DO SATELITE
(gentileza Antonio Carlos Mussio)
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1884
AO LADO: Em 4 de setembro faleceu o Visconde do Rio Claron e o jprnal contava sua vida - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA LER A REPORTAGEM INTEIRA (A Provincia de S. Paulo, 10/9/1884). |
ACIMA: A locomotiva elétrica da Westinghouse
da Fepasa passa por Visconde do Rio Claro, na época em que
a ferrovia já agonizava, mas a estação estava
inteira (ao fundo) e com seus desvios ainda no pátio (Foto
Christian Duch em 1988).
ACIMA: Uma V-8 carregando combustíveis
no sentido de São Paulo passa pela estação de
Visconde de Rio Claro em 1994 (Autor desconhecido; calendário
da Polícia Militar para o ano de 1995).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Victor
Hugo Silva; Wanderley Duck; Ana Maria L. Giesbrecht; Antonio Gorni;
Christian Duch; Tiago Luiz Zacarin; Antonio C. Mussio; João
Pires Barbosa Filho; Filemon Peres; Wilson de Santis Jr.; Polícia
Militar: Calendário para o ano de 1995; Cia. Paulista: Album
dos 50 anos, 1918; Cia. Paulista: Relatórios anuais, 1900-69;
Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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Em 1918, a ainda Bifurcação em sua construção
de madeira. Foto Filemon Peres |
A estação em 1980. Foto João Pires Barbosa
Filho |
A estação em 1980. Foto João Pires Barbosa
Filho |
A estação em 1980. Foto João Pires Barbosa
Filho |
Sem o movimento de outrora, em 7/5/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Em 4/1/1997, a estação de Visconde de Rio Claro.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
Em 4/1/1997, a deserta estação. Foto Ralph M.
Giesbrecht |
Caixa d'agua com a estação ao fundo, 2001. Foto
Wilson de Santis Jr. |
O velho dístico, relíquia da estação
original, ainda sobrevivendo, em 2001. Foto Wilson de Santis
Jr. |
A estação em 04/2005. Foto Ana Maria Giesbrecht |
A estação e o seu dístico, ainda ali, em
04/2005. Foto Ana Maria Giesbrecht |
A estação já totalmente abandonada em 9/2010.
Foto Tiago Luiz Zacarin |
A antiga estação em 22/11/2016. Foto Victor Hugo
Silva |
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Atualização:
20.03.2020
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