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Graúna
Ubá
Itirapina
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Tronco CP-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2005
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1917-1971)
FEPASA (1971-1980) |
UBÁ
Município de Itirapina, SP |
Linha-tronco - km 168,520 (1958) |
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SP-2942 |
Altitude: 687,102 m |
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Inauguração: 20.01.1917 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1917 (já demolida) |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco
da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas,
em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois
continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu
por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos
(1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz
(1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio
Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929),
chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou.
Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros
trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos
anos apenas no trecho Campinas-Araraquara. |
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A ESTAÇÃO: A estação foi inaugurada em 1917.
Nos anos 1940,
passou a ser conhecida como Ubá Paulista.
Assim como Batovi,
Camaquã, Itapé e Graúna, estações colocadas entre
Rio Claro e Itirapina na construção do tronco novo da
Paulista que substituiu a linha do Cuzcuzeiro em 1916, esta estação
terminou por ser desativada em 1980, por ficar fora da linha, com
a variante Santa Gertrudes-Itirapina, em 1980.
O seu prédio era
arquitonicamente igual ao de Recanto, porém, em 1986, ele já estava abandonado, sem portas, janelas, ou mesmo
piso, e rodeado de mato.
Foi demolida logo depois, e um bambuzal cresceu
no antigo local.
Em 2000, ainda se viam alguns tijolos, e nem a plataforma
foi poupada. Para se chegar lá, tomava-se, de Itirapina, a estrada
que levava a Ubá, hoje um bairro rural de classe média, a cerca
de um quilômetro da estação. Para se chegar a ela propriamente, cruzamos
uma represa existente à esquerda do loteamento e subimos até um velho
pontilhão, num aterro da antiga linha.
A estação estava um pouco além
desse pontilhão.
Rafael Prudente Correa publicou em seu blog
uma bela e primorosa descrição do posto telegráfico
e do seu tempo de funcionamento:
"O edifício do posto telegráfico
tinha características simples, quase em sua totalidade ocupado pela
residência do chefe do posto. Os demais cômodos eram destinados ao
telegrafo, escritório e aos poucos serviços de estação ali executados.
Além deste edifício, outro fora construído ao seu lado para servir
de residência ao telegrafista. Completando as estruturas da esplanada
dois AMV (Aparelho de Mudança de Via) foram assentados formando uma
linha de cruzamento de 632 m de extensão. Inicialmente sua implantação
deve-se exclusivamente à necessidade operacional da ferrovia, objetivando
aumentar a capacidade de circulação de trens naquele trecho. Nos primeiros
anos após sua inauguração eram feitos ali apenas cruzamentos de composições,
não havendo nenhum registro de outro tipo de atividade no local.
Esta
situação começa a mudar no decorrer da década de 1920, quando fora
ali baseada as turmas de conservação de via n° 215 e 216, responsáveis
respectivamente pela conservação do quilometro 164 ao 172 e do 172
ao 175, exigindo a construção de novos edifícios. Vinte anos mais
tarde, entre 1945 e 1948, diversas bem feitorias foram ali realizadas,
com a construção de uma nova casa para empregados, um conjunto de
cinco escadarias para melhorar o acesso entre as casas de turma e
o pátio, novos tanques de uso doméstico e o acréscimo de três AMV
elevando a extensão dos desvios para 1.031 m.
"Embora o posto telegráfico
fosse dotado de uma plataforma para embarque e desembarque de passageiros
os relatórios anuais da CPEF não fazem menção de qualquer movimento
deste gênero no local, ainda que fosse atendido diariamente por quatro
trens de passageiro, dois em cada sentido, ao menos desde 1932. É
provável que ali houvesse um pequeno movimento impulsionado pelas
fazendas da região, principalmente a Fazenda Ubá que em meados da
década de 1950 teve participação fundamental para que este cenário
mudasse. Foi naquela época que a fazenda teve sua sede adaptada para
receber o primeiro hotel fazenda do Brasil, denominado Estancia Ubá.
"A partir de sua criação o posto telegráfico passou a receber passageiros
(turistas) com maior frequência e pouco tempo depois, com o loteamento
de parte da fazenda que deu origem ao bairro de mesmo nome, o posto
passa a exercer importante influencia em seu entorno, servindo como
principal meio de comunicação entre o bairro e os centros urbanos
mais próximos. Segundo Dona Raquel, a primeira moradora do
bairro, residente em Ubá desde 1964, a ferrovia era diáriamente usada
pelos moradores para se chegar a Itirapina e Rio Claro.
"Aos finais
de semana e feriados era comum a fila de pessoas que desembarcavam
do trem e desciam do posto rumo à estancia para se refrescar na piscina
que ali existia. Em 1967 o posto foi fechado e rebaixado a parada.
Dois anos mais tarde a cabine de sinalização foi demolida, os desvios
removidos e executada uma pequena reformulação no traçado da linha
principal, deixando a plataforma de embarque longe dos trilhos. Isto
exigiu um novo alargamento, justificado pela parada dos trens de prefixo
P-1, P-21, P-8 e P-20, conforme horário de trens de passageiro que
entrou em vigor a primeiro de dezembro de 1970, e que ali pararam
até nova reformulação dos itinerários feita no final de 1977, eliminando
as paradas em Ubá.
Dona Raquel conta que em sua casa funcionou a primeira
escola de Ubá, onde estudavam as crianças do bairro, muitas delas
filhos de ferroviários, e outras residentes nas proximidades que diariamente
usavam a ferrovia para acessa-la. Sem o trem de passageiro foi necessário
usar um jipe para busca-las. Desprovidos de seu principal meio de
acesso, o bairro aos poucos foi se esvaziando e a Estancia perdendo
o movimento de turistas, o que motivou seu fechamento por volta de
1980. Com a inauguração de uma nova variante construída entre Santa
Gertrudes e Itirapina em 08 de outubro de 1980, que passa a oeste da linha original, o antigo trecho entre Batovi
e Itirapina foi fechado no dia seguinte junto de suas estações e turmas
de conserva" Rafael Prudente Correa, http://efpaulista.blogspot.com.br/2014/03/arqueologia-ferroviaria-posto.html).
"Após o fechamento da linha, os ferroviários que residiam
em Ubá foram transferidos junto de suas famílias para outras estações,
marcando não apenas o fim das atividades ferroviárias naquele lugar,
mas também o fechamento da escola de Dona Raquel. Em 30 de março de
1980 a Fepasa abre concorrência para contratação de mão-de-obra e
transporte do material retirado (trilhos, estruturas metálicas, sinais,
cabos e postes da eletrificação e telégrafo e outros objetos de valor)
para desmonte da linha.
"O relatório de instalações fixas da Fepasa
de 1986 aponta as condições precária que todos os edifícios já se
encontravam. Desprovido dos trilhos a sua frente, o edifício do posto
telegráfico estava abandonado e cercado pela vegetação, sem piso,
portas e janelas, assim como a maioria das outras casas, sendo recomendada
sua venda ou demolição. Não obtive a data exata, mas pouco tempo depois
todos os edifícios foram demolidos".
"Quem conheceu Ubá nessa época onde a ferrovia ainda passava por ali diz que era muito bonito o lugar. Meu pai que foi garçom da Paulista por 2 anos diz que quando parava/passava por Ubá.
todos a admiravam, bem como a estação de Graúna.
"Um tio-avô, França Góes, teve 2 filhos que trabalharam por mais de 40 anos como garçons da Paulista/Fepasa (Altair e Rui Góes) dizia o mesmo, pena que na época em que ouvia essas histórias (raríssimas vezes) eu não era 'ligado' em ferrovias e trens. Sempre que passavam, vindo pelo ramal de Jaú, pediam ao maquinista que diminuísse a velocidade a hora que o trem estivesse em frente a estação de Itirapina, para acenarem para gente, moro bem em frente a ela. Minha mãe teve um bar ao lado de casa por 17 anos e alguns maquinistas quando em cargueiros, paravam para beber uma dose, parece absurdo mas foi real. Meu pai embora tenha trabalhado na Paulista não é de falar muito sobre essa época" (Vitor Hugo da Siva, 27/4/2020)".
ACIMA: Cabine de comando de Ubá em 1959,
com a família Del Bianco (Acervo Alberto del Bianco).
ACIMA: Pátio da estação de Ubá
(acervo Rafael Correa, data desconhecida).
ACIMA: Mas duas fotos imediatamente acima, tomadas em 1976, estão o Sr. Zezinho, que ainda mora na antiga Colônia da Paulista em Itirapina e o Sr. Joaquim, Manoel Santos (com chapéu no ombro).
Todos de famílias de ferroviários e que ainda residem na cidade (Vitor Hugo da Silva, 27/4/2020).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Rafael
Correa; Alberto del Bianco; http:// efpaulista.blogspot.com.br/
2014/03/arqueologia-ferroviaria-posto.html; Cia. Paulista: 50 anos,
1918; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas,
1986; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht). |
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Em 1918, a recém construída estação.
Álbum dos 50 anos da Paulista |
Em 1986, já abandonada e depredada, sem trilhos. Relatório
Fepasa, 1986 |
Em 15/04/1998, apenas plantas cobrem as fundações
da antiga estaçãozinha de Ubá. Foto Ralph
M. Giesbrecht |
A estação de Ubá, à esquerda, provavelmente
anos 1970. Autor desconhecido |
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Atualização:
09.05.2020
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