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E. F. do Riacho
(1926-1930) |
VILA NOVA
Município de Porto Alegre, RS |
Ramal de Vila Nova - km 4,200 (1926) |
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RS-4334 |
Altitude: - |
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Inauguração: 17.10.1926 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1926 (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: A
E. F. do Riacho foi aberta em 1899 para o transporte de cubos entre
o bairro do Riacho e do Asseio. Estes cubos eram feitos a partir de
matéria excrementosa que deveria ser prensada e despejada no
trapiche da Ponta do Mello. A partir de 1900, a ferrovia passou a
transportar também passageiros, bagagens e mercadorias. A tração
era animal, passando para trens a vapor aparentemente nos anos 1910.
Em 1912, a linha foi estendida até a praia de Pedra Redonda.
Em 1924, levou-se a linha até o cais do porto para transportar
pedras para as obras desse cais. Em 1926, foi aberto também
um ramal para Vila Nova. Em seguida, em 1927, a linha foi levada até
a recém-inaugurada estação de Ildefonso Pinto,
que também se ligava com a estação central de
Porto Alegre e de onde também saíam trens da VFRGS para
o interior do Estado. Os guias de horários ainda acusam trens
entre as estações de Riacho e de Pedra Redonda, passando
por Tristeza, em 1932, mas já não os acusam em 1938.
Attila do Amaral afirma que a linha passou para a administração
da VFRGS em 1938 e que nessa época a extensão total
de suas linhas era de 13,770 km. Também diz que essa linha
foi erradicada somente em 1966. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Vila Nova, cujo nome real teria sido Vicente Monteggia (atualmente este é o nome de uma avenida em Porto Alegre),
foi inaugurada em 17/10/1926, como ponto terminal do ramal de Vila
Nova da E. F. do Riacho, com 4,200 metros.
Aparentemente, esse ramal funcionou por pouco tempo: o Guia Levi
de janeiro de 1930 já não acusava a sua existência,
embora mostrasse o trecho Riacho-Tristeza-Pedra Redonda. Transcrevo
agora a página do jornal que noticiou o fato:
"No domingo, 17 de outubro, realizou-se a velha aspiração
dos laboriosos moradores do próspero arrabalde de Vila Nova,
com a inauguração de um ramal férreo, que partindo
do Cristal alcança aquele povoado. Às 10 horas partiu
do cais do porto o trem inaugural com dois carros repletos de autoridades,
convidados e uma banda de música. Chegados ao ponto inicial,
pouco além do Cristal, desceram todos os excursionistas e dirigiram-se
junto à chave que dá entrada para o ramal de Vila Nova,
cuja chave estava amarrada com fitas com as cores do Estado. O Sr.
Major Alberto Bins, vice-intendente da Capital, representando o Sr.
Dr. Octavio Rocha, digno intendente, cortou as fitas e pronunciou
as seguintes palavras:
'Neste momento, em nome do Intendente Municipal, e como Vice-Intendente,
cabe-me a honra de abrir a chave do desvio, que liga a estação
do Cristal ao arraial de Vila Nova, eu o faço em nome do Intendente
Municipal, que com isso, cumpre mais uma promessa dos grandes melhoramentos
prometidos, para o embelezamento e para o progresso do município
de Porto Alegre'. As última palavras foram recebidas com vivas
e palmas. Em seguida pos-se o trem em movimento, em demanda da estação
Vicente Monteggia, ponto terminal do ramal, no centro da Vila Nova.
A linha que percorre a distância de 4.200 metros, entre plantações,
parreiras e chácaras, oferece ao viandante uma visão
exata da prodigiosa fertilidade da terra e da inteligente laboriosidade
dos habitantes daquela zona.
À chegada da comitiva em Vila
Nova subiram ao ar inúmeros foguetes, os sinos repicaram e
a população dava vivas que eram correspondidas pelos
excursionistas. Em seguida foi inaugurada a estação
Vicente Monteggia, perante as altas autoridades municipais, convidados
e enorme multidão. Houve banquete, churrasco e a mais franca
alegria, todos felicitando aos dignos moradores de Vila Nova pelo
útil melhoramento que aos esforços do Dr. Octavio Rocha
eles deviam. Durante todo o dia e pela noite adentro, grande foi a
concorrencia ao belo arrabalde para participar dos festejos e regozijo
popular" (O Ferroviário, Porto Alegre,
1/11/1926).
O jornal O Estado de S. Paulo, no entanto, anunciava em
14 de outubro que o ramal e a estação somente seriam
abertos em 19 de outubro, uma terça-feira (ver caixa abaixo).
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1925
AO LADO: Obras de
construção do ramal (O Estado de S. Paulo, 18/2/1925).
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ACIMA: Descrição da foto como foi recebida: Em primeiro plano, junto à linha férrea da Estrada da Tristeza, um passageiro espera o trenzinho lendo um jornal. Ao fundo, no alto da colina do Cristal, o Hospital da Brigada Militar - Acervo da Biblioteca Publica do Estado do Rio Grande do Sul.. Sem data.
ACIMA: O momento em que o Sr. Major Alberto
Bins, vice-intendente, corta a fita simbolica e entrega ao tráfego
o novo ramal férreo (Sem data - Acervo Paulo N. de Carvalho).
(Fontes: O Ferroviário, Porto Alegre,
1926; O Estado de S. Paulo, 1925 e 1926; Attila
do Amaral: Primordios e Desenvolvimento do Transporte Ferroviário
no Rio Grande do Sul, Ministério dos Transportes, 1970;
Gazeta do Povo, Porto Alegre, 2008; Guias Levi, 1932-60) |
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Atualização:
16.03.2021
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