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E. F. Oeste de Minas
(1895-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1997) |
LAVRAS
Município de Lavras, MG |
Linha-Tronco - km 392,828 (1960) |
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MG-0166 |
Altitude: 801 m |
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Inauguração: 01.04.1895 |
Uso atual: abandonada (2015) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha-tronco da RMV foi construída originalmente pela E. F. Oeste
de Minas a partir da estação de Ribeirão Vermelho, onde a linha de
bitola de 0,76 chegou em 1888. A partir daí, a EFOM iniciou seu projeto
de ligar o sul de Goiás a Angra dos Reis, passando por Barra Mansa
por bitola métrica: construída em trechos, somente em 1928 a EFOM
chegou a Angra dos Reis, na ponta sul, e no início dos anos 1940 a
Goiandira, em Goiás, na ponta norte, e já agora como Rede Mineira
de Viação. A linha chegou a ser eletrificada entre Barra Mansa e Ribeirão
Vermelho, e transportou passageiros até o início dos anos 1990. Nos
anos 1970, o trecho final norte entre Monte Carmelo e Goiandira foi
erradicado devido à construção de uma represa no rio Paranaíba, e
a linha foi desviada para oeste encontrando Araguari. Hoje a linha,
já não mais eletrificada, é operada pela concessionária FCA. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Lavras Oeste foi aberta em 1895, na linha de bitola métrica
da EFOM, ligando-se a Ribeirão Vermelho, que tinha então
o nome de Lavras. A partir de então, ficou convencionado
que os nomes seriam Lavras (para Lavras Oeste) e Ribeirão
Vermelho (para a antiga Lavras).
Nesta estação, a partir de 1918, mesmo ano em que foi
aberta a oficina da ferrovia, passou a chegar o ramal de Lavras,
então da E. F. Sapucaí e depois da RMV, vindo de Três
Corações.
Entre Lavras e Ribeirão Vermelho existiu por
muito tempo a bitola mista para permitir que
os trens procedentes de Barbacena chegassem
até Lavras por bitola de 0,76 m: "O Sr. Miguel
Calmon, Ministro da Indústria e Viação, autorizou
o Diretor da Estrada de Ferro Oeste de Minas a prolongar de Ribeirão
Vermelho a Lavras a bitola de 76 cm, fazendo colocar um terceiro trilho
no trecho da estrada compreendido entre aqueles pontos, de modo a
evitar os trens especiais e a baldeação em Ribeirão
Vermelho" (O Estado de S. Paulo, 29/11/1907).
A partir de 1966, com a remodelação das linhas na região,
os ramais de Lavras a Três Corações e de
Lavras a Divinópolis - este uma retificação
de parte da antiga bitolinha de 0,76 cm - passaram a sair da estação
de Prudente, pouco depois renomeada como Engenheiro Behring.
O prédio da estação já não é
o mesmo dos anos 1920; se é, o segundo
andar foi desmanchado e o prédio, terrivelmente desfigurado. "O complexo da estação está
em péssimo estado de conservação. O saguão está pichado, com muito
lixo, e não possui portas; o fedor é quase insuportável, os galpões
estão sem telhas ou telhado. Conversando com pessoas da região, foi-me
relatado que os prédios estão sendo usados por marginais e drogados"
(Carlos Euclides Miguez, 11/2005).
LEIA SOBRE DIVERGÊNCIAS SOBRE DATAS NAS INAUGURAÇÕES
DE RIBEIRÃO VERMELHO, LAVRAS E OLIVEIRA CLICANDO AQUI.
"Semana passada reuni-me a uma comitiva que ia
percorrer uma parte de Minas Gerais servida pela E. F. Oeste
de Minas que ainda não visitara. Fomos pela E. F. Central até
Barra Mansa, donde fizemos rumo à Mantiqueira, beiramos depois
um trecho navegável do rio Grande (alto Paraná), passamos depois
à bacia do S. Francisco até Belo Horizonte e só a deixamos pela
do Paraibuna e Paraíba, primeira estrada entre o rio e as serras
do Ouro, por onde a E. F. C. B. nos restituiu ao ponto de partida.
Embarcamos 5ª feira às 11 da noite, chegamos 2ª quase às mesmas
horas. Pouco faltou para completarmos 2.000 quilômetros. Iam
o Ministro da Viação, com quem tenho relações vagas, e o Presidente
de Minas, eleito Vice-Presidente da República no próximo quatriênio
(nota deste autor: trata-se de Delfim Moreira), a quem fui apresentado
um pouco a contragosto. Houve almoços, jantares, discursos,
hino nacional a valer. Passamos por Turvo, Lavras, Oliveira,
Itapecerica, Divinópolis e Belo Horizonte. Não havia veículos,
exceto em Lavras, onde existe uma linha de bondes, e de tantas
cidades só apreciei o que é visível da estação ou do trem. Em
Lavras, além de um grupo escolar dirigido por pessoa competente,
há um colégio protestante com internato numeroso para meninos,
escola agrícola e curso para meninas. Com o diretor, Dr. Gammon,
conversei bastante: pareceu-me homem de valor. É natural de
Virginia, portanto, estadunidense, como começam a dizer. De
sete em sete anos tem uma licença e vai refazer-se. Em geral
não volto satisfeito de excursões ferroviárias. O traçado primitivo
devia cortar plantações, mas hoje à beira das linhas apenas
se avista uma vegetação que não teve ainda tempo de virar capoeira.
Só em um ponto ou outro veem-se cabeças de gado. Ainda mais
aborrecem os cortes, que por baixo de uma tênue camada de terra
aproveitável mostram jazidas de rocha em grau variado de decomposição". |
1918
AO LADO: Capistrano de Abreu, escritor e poeta cearense, percorreu
em 1918 boa parte da EFOM então existente. Ele relata
a viagem, onde uma das estações citadas era
Lavras, a seu amigo João Lucio de Azevedo em carta de 7 de
agosto de 1918 enviada do Rio de Janeiro. |
ACIMA: Mapa do município de Lavras,
como era em 1930 (CLIQUE NA FIGURA PARA AMPLIAR). Notar as
linhas existentes EM VERMELHO: do sul para noroeste, a linha-tronco
da então EFOM; no norte, seguindo de Ribeirão Vermelho
para o leste, a bitolinha de 60 cm; de Lavras para sudoeste, a ligação
com Três Corações. Notar que Lavras ainda englobava
diversas estações e distritos que hoje são independentes,
como Ribeirão Vermelho, Carrancas e outros (Autor desconhecido).
ACIMA: Foto rara, mostrando o trem da bitolinha
chegando em Lavras, vindo de Aureliano Mourão. Provavelmente
anos 1930. Notar os trilhos da bitola de 0,76 m junto à plataforma,
mostrando que, para os trens da métrica, o embarque seria na
pista (Acervo Ronan P. Carvalho).
ACIMA: Estação de Lavras em 1940 (Museu Bi Moreira de Lavras).
ACIMA: Bonde da cidade de Lavras nos anos 1950 (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, vol. XXV, 1959, p. 445).
ACIMA: Imagens do pátio hoje abandonado
de Lavras. Casa em ruínas e almoxarifado (Fotos Gutierres
L. Coelho em novembro de 2007).
ACIMA: Prédio
das antigas oficinas de Lavras, também abandonado (Foto Gutierres
L. Coelho em novembro de 2007).
(Fontes: Bruno Nascimento
Campos; Ronan Augusto de Carvalho; Renato Loibeck; Carlos Euclides
Miguez; Illustração Brasileira, 1911; Mucio Jansen Vaz:
Estrada de Ferro Oeste de Minas - Trabalho Historico-Descriptivo,
1922; Acervo RFFSA; O Estado de S. Paulo, Seção "Há
100 Anos Atrás", 29/11/2007; José Honório Rodrigues: Correspondência
de Capistrano de Abreu, volume 1, Rio de Janeiro, 1954; Guia Geral
das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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Em 1911, no pátio de Lavras, o futuro governador de São
Paulo, Pedro de Toledo, posa à frente da máquina
no início de uma viagem a Carrancas. Foto da revista
Illustração Brasileira |
A estação em 1922. Foto do livro "Estrada de
Ferro Oeste de Minas - Trabalho Historico-Descriptivo" de
Mucio Jansen Vaz (1922), cedida por Bruno N. Campos |
A estação de Lavras, provavelmente anos 1980.
Acervo RFFSA |
A estação em 1961. Foto Renato Loibeck |
Estação de Lavras, c. 2000. Foto Ronan Augusto
de Carvalho |
Estação de Lavras, em 10/2005, com o trem de minério
chegando. Foto Carlos Euclides Miguez |
Estação de Lavras, em 10/2005. Foto Carlos Euclides
Miguez |
Estação de Lavras abandonada em 13/3/2016. Foto Fernando Marietan |
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Atualização:
17.11.2022
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