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Luzerna
Herval D'Oeste
Itororó
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Itararé-Uruguai, SC - 1940
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2004
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C. E. F. São
Paulo-Rio Grande (1910-1930)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1930-1975)
RFFSA (1975-1996) |
HERVAL
DO OESTE
(antiga HERVAL e JOAÇABA)
Município de Herval do Oeste, SC |
linha Itararé-Uruguai - km 783,480
(1935) |
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SC-0476 |
Altitude: 510 m |
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Inauguração: 09.09.1910 |
Uso atual: escola (2009) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1954 |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha Itararé-Uruguai, a linha-tronco da RVPSC, teve a sua
construção iniciada em 1896 e o seu primeiro trecho
aberto em 1900, entre Piraí do Sul e Rebouças, entroncando-se
em Ponta Grossa com a E. F. Paraná. Em 1909 já se entroncava
em Itararé, seu quilômetro zero, em São Paulo,
com o ramal de Itararé, da Sorocabana. Ao sul, atingiu União
da Vitória em 1905 e Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul,
divisa com Santa Catarina, em 1910. Trens de passageiros, inclusive
o famoso Trem Internacional São Paulo-Montevideo, este entre
1943 e 1954, passaram anos por sua linha. Os últimos trens
de passageiros, já trens mistos, passaram na região
de Ponta Grossa em 1983. Em 1994, o trecho Itararé-Jaguariaíva
foi erradicado. Em 1995, o trecho Engenheiro Gutierrez-Porto União
também o foi. O trecho Porto União-Marcelino Ramos somente
é utilizado hoje eventualmente por trens turísticos
de periodicidade irregular e trens de capina da ALL. O trecho Jaguariaíva-Eng.
Gutierrez ainda tem movimento de cargueiros da ALL. |
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A ESTAÇÃO:
Conta a história que o primeiro trem chegou a Herval,
vindo do norte, em 1906, conduzido pelo engenheiro Marcelino Ramos.
A data não parece correta (está citada no livro sobre
Joaçaba, citado abaixo), provavelmente se referindo
à chegada dos engenheiros para o projeto da
futura linha.
Os trilhos chegaram a Herval em 25 de março de 1910 (José Lona, administrador: Pequenas lembranças do tempo da construção da SP-RG, data ignorada).
A estação foi aberta em 1910, dando
origem à vila de Herval, junto a ela.
Do outro lado do rio do Peixe, o qual a linha férrea margeava,
entretanto, foi-se constituindo outra cidade, originalmente chamada
de Rio do Peixe, que, em 1917, com a assinatura do tratado
que pôs fim à Guerra do Contestado, tornou-se a sede
de um imenso município à margem direita (oeste) do rio,
e agora com o nome de Limeira.
Em 27/02/1951, um grande incêndio havia destruído o prédio
original da estação; com isso, somente em 13/08/1954
foi entregue a nova estação de Herval do Oeste,
que até hoje está ali, desativada e servindo de escola.
Em 1953, Herval havia sido elevado a município com o
nome de Herval do Oeste, nome que passou à estação.
Mais tarde seu nome foi alterado algumas vezes, para Cruzeiro do
Sul, Cruzeiro, e finalmente, em 1943, Joaçaba.
A verdade é que Joaçaba e Herval tornaram-se cidades
gêmeas, separadas apenas pelo rio. A estação,
claro, servia às duas, sendo que, entre 1943 e 1953, Herval,
que era um distrito do município de Caçador,
tornou-se um distrito de Joaçaba, e a própria
estação, nesse período, chamou-se Joaçaba.
"Naquele tempo, a viagem de Florianópolis a Cruzeiro
era feita praticament em três dias. Lembramos que, em 1933
(*), numa manhã poeirenta de junho, com o coração
repleto de esperanças e os olhos plenos de curiosidade, iniciávamos
a memorável viagem. No dia seguinte, começar a parte
mais interessante, porque íamos rodar no desconhecido.
De Joinville a Mafra, o caminho de ferro apresentava aspectos belíssimos,
especialmente a serra de São Bento e os d'água que,
de um lado e outro, aparecem na paisagem encantadora. Mafra, com sua
grande ponte e o movimento do cruzamento dos trens. Era de um pitoresco
extraordinário. Aproximava-se das vinte e uma horas quando
chegamos a Porto União, que era, na época, a maior cidade
de toda a linha sul. O edifício imponente da estação,
servindo às cidades-irmãs, Porto União, uma cidade
de aspecto moderno e bem movimentada. No dia seguinte, pela manhã,
fomos para a terceira etapa da viagem. Muito cedo, tomamos o trem
misto, o "bananeiro", que vai até a divisa do Rio
Grande do Sul. Lembramos que fazia muito frio, quando nos chamaram
a atenção para a passagem do comboio pela estação
de Matos Costa, o ponto culminante da linha. Anoitecia, quando a locomotiva
do nosso trem, sob uma garoa gelada e fina, e batendo ruidosamente
a sineta, entrava na plataforma da pequena, velha e pitoresca
estação de Herval. Ficamos sentados por algum tempo,
procurando descobrir naquele mundo de gente algum conhecido... e lá
estava. Junto ao homem de boné vermelho, o agente da estação,
o meu ilustre e prezado amigo professor Custódio Campos"
(Genésio Paz, depoimento em 1967).
Nesse mesmo ano de 1967, a estação era responsável
pela quarta maior arrecadação entre as estações do Estado, apenas
atrás das de Porto União, Joinville e São Francisco
do Sul.
Em 1967, essa estação era a quarta maior arrecadação
entre as estações do Estado, atrás apenas das
de Porto União, Joinville e São Francisco
do Sul.
Trens de passageiros passaram por ali até 1983 (ver caixa abaixo, de 1983, quando veio
a grande enchente: a RFFSA aproveitou a oportunidade
para nunca mais retornar com eles (que, aliás,
nos últimos tempos, eram trens mistos).
Hoje, tudo mudou: a linha está abandonada desde 1996, quando
da privatização da malha, e a estação,
desativada, serve de sede para um "programa de erradicação
do trabalho infantil", atendendo 86 crianças, depois de
ser sede de uma escola de samba. O prédio de 1954 é
realmente diferente dos das outras estações, sendo de
tijolos à vista. Existiu até alguns anos atrás
(2007?) ainda por lá um velho armazém de madeira da
RVPSC (foto acima) e uma placa com os dizeres "artífice
de via férrea". (*) Nota do autor: no texto original
do depoimento de Genésio, aparece a data de 1953, mas a história
se passa realmente em 1933, tendo havido erro de impressão.
A linha entre essa estação e a de Tangará
estava em 12/2002 sendo reformada para o tráfego contínuo
da litorina da ABPF - que nunca rodou, exceto talvez para um outro
teste, por ali.
ACIMA: A foto mostra o desembarque na estação Herval
de uma comitiva do então governador Adolfo Konder. Foi no ano de 1926,
tempo em que ainda não havia uma ligação física entre Joaçaba e Herval.
Naquele tempo que precisasse atravessar o Rio do Peixe ia de balça,
ou a nado. Na foto, em destaque no meio, de bengala, o governador
Adolfo Konder, ao seu lado direito o Prefeito de Joaçaba, Passos Maia
(Acervo Eder Luiz, http://ederluiz.com).
ACIMA: Esta foto mostra uma das primeiras viagens feitas
pelas U-12 no trecho da SPRG, essa foto foi feita em Herval d'Oeste,
encostada em Joaçaba. Era a primeira diesel que aquele povo via, e
a curiosidade é digna de nota, tem um monte de gente em cima do viaduto
(Acervo Nilson Rodrigues, data desconhecida, provavelmente anos 1960).
ACIMA: O belo armazém de mercadorias de Herval
d´Oeste, ao lado da estação, aqui em fotografia
sem data mostrando um embarque de trilhadeiras da Empresa Lindner,
desapareceu em 2007, demolido pela prefeitura para dar espaço
a uma exultura de metal horrorosa e sem sentido (Acervo Marckson Theones
Kielek; Autor desconhecido).
ACIMA: Pátio da estação,
provavelmente anos 1960, sentido Luzerna (Autor desconhecido).
ACIMA: Pátio da estação de
Herval do Oeste, em 1967 (Álbum Comemorativo do Cinqüentenário
do município de Joaçaba, 1967).
ACIMA: Posição da estação
de Herval d'Oeste na cidade em 1967. Note-se que o rio do Peixe divide
os municípios de Herval e de Joaçaba. Com as pontes,
a estação atende às duas cidades (Álbum
Comemorativo do Cinqüentenário do município de
Joaçaba, 1967).
ACIMA:pátio de Herval D'
Oeste quando de formação e manobra da locomotiva G-22U no ano de 1978 antes da reforma e prolongamento do pátio realizada pela RFFSA para
atender a Sadia e demais agroindústrias da região a época, foi quando
a capacidade de linhas e espaço para acomodar até 215 vagões nos diversos
desvios. Meu tio a época era o agente da estação (Foto Paulo Stradiotto
em 14/4/1978).
ACIMA: Esta composição
parada à frente da plataforma de Herval do Oeste nesta foto
de 1982 era formada por 16 vagões diversos, entre eles, FRC, FHC,
GTC e FMC, onde a tração estava sob responsabilidade de uma locomotiva
G-22U (para tração 1300 hp), muito utilizada no Vale do Rio do Peixe
com destino a União da Vitória. Esse trem cargueiro seria responsável
por manobrar mas estações entre Herval e Porto União, retirando
os diversos vagões vazios parados principalmente nas estações de Tangará,
Videira, Caçador e Matos Costa, pois nesta época havia ainda a prestação
do serviço de cargas a toda a região, embora o principal movimento
se desse entre as duas estações citadas primeiro. (Acervo
Paulo Roberto Stradiotto).
ACIMA: EMD G12 depois RFFSA em Herval D'Oeste na cheia de 9 de julho de 1983 (Autor desconhecido, cessão Silvio Rizzo).
ACIMA: Trilhos em Herval d'Oeste, em 7/12/2009:
aqui somente passa - quando passa - um trem por ano para capina química
da ALL (Foto Fernando Cordioli Garcia).
ACIMA: Estação e pátio de Herval
D'Oeste em desembro de 2016 (Foto Alberto Calliari).
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TRENS - De acordo com os guias de horários e fontes diversas,
trens de passageiros pararam nesta estação de
1910 a 1983. Veja aqui horários
em 1948 (Guias Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Alberto
Calliari; Eder Luiz; Marckson Theones Kielek; Paulo Stradiotto; Fernando
Codioli Garcia; Gabriel Silva; Joeli Laba; Nilson Rodrigues; Genésio
Paz; Álbum Comemorativo do Cinqüentenário do município
de Joaçaba, 1967; Diário Catarinense, 27/07/2002; RVPSC:
Relatórios oficiais, 1920-60; RVPSC: Horário dos Trens
de Passageiros e Cargas, 1936; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação em 1910. Coleção Joeli
Laba/Nilson Rodrigues |
A estação de Herval do Oeste, em 1928. Álbum
Comemorativo do Cinqüentenário do município
de Joaçaba (1967) |
A estação e a cidade, em 1931. Álbum
Comemorativo do Cinqüentenário do município
de Joaçaba (1967) |
A estação, ao fundo, e o pátio, debaixo
d'água, durante a enchente de 1983. Foto Gabriel Silva |
Plataforma da estação em 2002. Foto de O Diário
Catarinense, de 26/07/2002 |
A estação de Herval d'Oeste em 12/2002. Foto Nilson
Rodrigues |
A estação de Herval d'Oeste em 12/2002. Foto Nilson
Rodrigues |
A estação em 7/12/2009. Foto Fernando Codioli
Garcia |
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Atualização:
14.09.2023
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