HISTORICO
DA LINHA: A linha que originalmente unia a estação de
Brum, no Recife, a Pureza, próximo à divisa entre Pernambuco
e Paraíba, foi aberta de 1881 a 1883 pela Great Western do
Brasil, empresa inglesa que tinha a posse e a concessão da
E. F. Recife ao Limoeiro. Esta linha avançou até Pilar,
na antiga E. F. Conde D'Eu, incorporada à GW em 1901, onde
sua linha, aberta em 1883, entre outros ramais, avançava até
Nova Cruz, já no Rio Grande do Norte e da E. F. Natal a Nova
Cruz, que também passou à GW, na mesma época.
Para ligar estas duas últimas, a GW construiu em 1904 um trecho
de 45 km, formando então o que veio a ser chamado de Linha
Norte. Quando ocorreu a venda da GW para a Rede Ferroviária
do Nordeste, no entanto, o trecho do RN já não mais
pertencia à GW, mas foi incorporado à RFN, e em 1957
tudo isso foi uma das formadoras da RFFSA. A linha está ativa
até hoje sob o controle da CFN, que obteve a concessão
da malha Nordeste em 1996, mas trens de passageiros não circulam
mais por essa linha desde os anos 1980. |
A ESTAÇÃO: A estação de Itapuá
foi inaugurada possivelmente em 1883, mas não há confirmação
desta data. O anuncio das primeiras estações nessa linha (ver caixa abaixo, de 1883) não mostra nenhuma estação em Itapuá.
O Engenho Itapuá foi construído no ano de 1600, ficando hoje a menos de 1 km da BR 230, à direita de quem desce e à esquerda de quem sobe o Rio Paraíba. Sua área territorial constituía-se até a estrada principal onde hoje está localizada a rodovia, fazendo extremidades com o engenho Corredor. Tem um solo plano, mas com ondulações. Arenoso em cujo subsolo é fácil encontrar-se água em grande quantidade por ser uma área de matas. Cortado por dois rios, o Curimataú e o Paraíba, apresenta vários tipos de solo como o massapé e o piçarreiro. Em meio a suas terras passa a linha férrea.
Neste engenho residiu o pai de um homem de grande importância na Paraíba, André Vidal Negreiro, nascido em 1606, e foi visitado pelo imperador Dom Pedro ll, quando este visitou a cidade do Pilar.
Como de costume este engenho também tinha sua capela com uma santa protetora, Nossa Senhora das Angustias, cuja imagem em cerâmica foi feita em uma parede, não se sabendo de sua origem. Ao fundo da imagem existia um cemitério onde eram enterrados parentes do senhor de engenho. Nesta capela jaz a modesta sepultura de Maria Menina, a tia Maria, a qual é falada no livro Menino de Engenho, de 1932, escrito por seu sobrinho José Lins do Rego Cavalcanti.
No que diz respeito ao escoamento da produção deste e de outros engenhos e as viagens de passageiros era feita através de uma ferrovia, a The Great Western do Brasil Railway Company Limited, a antiga Estrada de Ferro Conde d’Eu, um ramal de Pilar a Timbaúba. Deste modo, o engenho teve o privilégio de ter uma estação ferroviária nas suas imediações, tornando mais fácil o transporte da produção.
Atualmente o engenho está esquecido e desprovido de total segurança onde o tempo, a força do vento, as chuvas e os vândalos acabaram depredaram o pouco que restava dos escombros do patrimônio da casa grande que se encontra em estado de total deploração.
A linha não tem mais tráfego há anos, desde o final dos anos 1990. A estação, por sua vez, já foi demolida e sua plataforma está coberta de mato.
(Fontes: Jônatas Rodrigues,
05/2006; Guias Levi, 1932-84; Guia Geral das Estradas de Ferro
do Brasil, 1960; Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, volume IV, 1958); https://www.google.com/amp/s/m.meuartigo.
brasilescola.uol.com.br/amp/geografia/
engenhos-regiao-baixo-paraiba-localizados-no-
municipio-sao-miguel-taipu-pb.htm;).
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1883
AO LADO: Inauguração do trecho e da estação de Pau-ferro não mostra nenhuma estação em Itapuá (A Provincia de S. Paulo,, 11/09/1883). |
ACIMA: Mapa do município de Cruz do Espirito
Santo, nos anos 1950. A estação de Itapuá aparece
a sudoeste do município, na linha Recife-Natal, esta correndo
de sul a norte. Próximo ao ramal de Cabedelo, que corre para
leste, e ao norte deste, linhas de usinas. De quais delas? Vêem-se
pelo menos duas linhas e mais pequenos ramais. Hoje São Miguel
de Itaipu é município (Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, volume IV, 1958).
ACIMA: Chaminé do engenho, ruínas da Casa Grande e a capela, em 2021. Se o caminho que aparece é o mesmo da linha férrea, não sei (Foto de Rodrigo Henrique em 26/07/2021).
(Fontes: Jônatas Rodrigues,
05/2006; Guias Levi, 1932-84; Guia Geral das Estradas de Ferro
do Brasil, 1960; Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, volume IV, 1958)
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