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E. F. Goiaz (1913-1920)
E. F. Oeste de Minas (1920-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1942) |
GOIANDIRA
(ORIGINAL)
Município de Goiandira, GO |
Linha-tronco (EFG) - km 90,000 (1960)
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GO-4448 |
Altitude: 813 m |
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Inauguração: 24.02.1913 |
Uso atual: centro cultural (2011) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1913 |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco
da E. F. Goiaz foi aberta a partir de Araguari, onde já estavam
os trilhos da Mogiana desde o ano de 1896, em seu primeiro trecho
em 1911, até a ponte sobre o rio Paranaíba, na divisa
entre os Estados de Minas Gerais e Goiás. A partir de então,
foi aquela demora de sempre: avançando lentamente, atingiu
Goiânia, capital do Estado de Goiás desde o início
dos anos 1940, somente em 1950, e alguns anos mais tarde a linha foi
prolongada em dois quilômetros até Campinas de Goiás.
Aí parou. Com a entrada em operação da linha
para Brasilia, a partir da estação de Roncador, o trecho
até Goiânia perdeu em importância. Hoje boa parte
da linha está em operação para trens cargueiros:
trens de passageiros acabaram nos anos 1980. |
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A ESTAÇÃO: Já existia
uma estação em Goiandira desde o ano de 1913
na linha Araguari-Goiandira, da E. F. Goiaz.
Essa estação foi substituída por outra quando
a linha da RMV chegou à cidade em 1942, mas continuou ao lado
dos trilhos e ativa, pertencendo ao ramal e agora à RMV, que
acabava ali. Por isso, foi construída uma nova estação
para a E. F. Goiaz, na mesma época.
A linha da Rede Mineira agora era uma continuação do
velho ramal de Ouvidor, que passou a se ligar com Monte
Carmelo, antiga ponta de linha da RMV, ligando agora Goiandira
a Angra dos Reis.
As datas oficiais de inauguração do trecho, entretanto,
acusam 11/11/1942 para todas as estações deste trecho
de união entre Monte Carmelo e a EFG. Já para o trecho
Patrocínio-Monte Carmelo, a data seria 1937.
Parece que a inauguração descrita acima,
em 1944, teria sido uma data política e teria ocorrido
dezesseis meses após a festiva entrega da segunda parte do
trecho citado.
A estação original de Goiandira, em 2010 em péssimo
estado e abandonada, mas ainda de pé, continuava ao lado dos
trilhos. A da RMV, aberta em 1942, está hoje no centro da cidade
mas sem trilhos, abrigando repartições públicas.
A atual, aberta em 21 de abril de 1978 (a estação
nova fica no km 60,78 da variante, em relação
à estação de Araguari-nova), depois
da modificação do traçado a partir de Catalão
e da entrega do ramal para Pires do Rio, está ali, fora
da cidade, com seus trilhos e como estação da FCA.
Existe ali uma placa: "Trecho Goiandira-Pires do Rio - Construído
pela Batalhão Ferroviário e inaugurado pelo Presidente Ernesto Geisel,
em 28-07-1978". "Sobre as estações de Goiandira há muitas
confusões, mas depois de muito investigar descobrimos algumas coisas:
A antiga estação da Goyaz, de 1913, não foi desativada com a chegada
da RMV em 1942/1944. Mas, por questões geográficas, a RMV construiu
uma estação (em estilo modernista) para a EFG e ficou com o prédio
antigo. Ambos os prédios funcionavam ao mesmo tempo, sendo relatado
inclusive que, mesmo que os trilhos das duas companhias fossem
interligados, os passageiros eram obrigados a descer numa estação,
transpor um íngreme morro que as separam para chegar até a outra.
Relatam até que, numa dessas vezes, uma mulher grávida chegou a dar
a luz nessa ladeira, no local onde se construiu uma maternidade, até
hoje existente. Em 1978 (ou 21/04 ou 28/07) foi inaugurada uma terceira
estação, à oeste das outras duas, construídas nos padrões do Batalhão
Ferroviário e com uma plataforma de comprimento que hoje nos parece
exagerado, porque a partir dela reuniam-se os trens de passageiros
vindos de São Paulo sentido Brasília e Rio de Janeiro/Belo Horizonte
sentido Brasília" (Glaucio Henrique Chaves, 02/2009).
Em outubro de 2011, a estação original foi entregue
restaurada pelo IPHAN e servindo como centro cultural, depois de um
abandono de dezenas de anos.
Já a estação atual estava muito bem, obrigado,
e a da RMV, a única sem trilhos, estava conservada.
(VEJA TAMBÉM GOIANDIRA-NOVA
E GOIANDIRA-RMV)
"De
Poços de Caldas escrevi-te, dando notícias. De lá saí domingo
para Ribeirão Preto; 2ª dormi na Franca, ontem cheguei aqui
(Araguari) (...). Desde a noite de Franca, não encontrando amigos
nem conhecidos, arrastando-me em nuvens de poeira pelos chapadões
tumulares, tenho sentido uma depressão difusa, uma tristeza
aborrecida: não iria estuar-se este desconforto pelas terras
goianas? Mas para não se dizer que cheguei a Araguari e não
vi Goiás, consultei o horário. Posso sair às 6 horas, atravessar
o Paranaíba, almoçar em Goiandira e estar de volta às 3 da tarde.
É o que pretendo fazer amanhã (...). Cheguei ontem (ao Rio de
Janeiro). Fui a Goiandira, terceira estação da estrada de ferro
depois do Paranaíba, lá almocei; já não morro sem ver Goiás". |
1914
AO LADO: Duas cartas de Capistrano de Abreu a Pandiá Calógeras,
a primeira de Araguari, em 25/2/1914, a segunda do Rio, sem
data - certamente no início de março de 1914
- p. 388-389.
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ACIMA: Estação de Goindira
original em 1915 - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA MAIOR)
(O Malho, 15/5/1915).
ACIMA: (CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR) As três
estações ainda estão de pé (vide esquema anexo): a) a mais antiga
(1913), originalmente EFG repassada à RMV encontra-se em precário
estado de conservação. Nela ainda passam trens no sentido Catalão.
Ainda tem a inscrição "Goyandira", tem bilheterias e coberturas em
telhas planas de amianto imitando ardósia. b)a segunda, construída
em 1942/1944 pela RMV para a EFG em estilo modernista, hoje está sem
os trilhos e fica bem no centro da cidade. O belo prédio, que também
precisa de manutenção, hoje é usado como repartição pública estadual,
mas já foi até rodoviária. c) a mais nova, de 1978, hoje é usada pela
FCA. Fica na borda oeste da cidade e, das três é a que está em melhor
estado de conservação. Dela saem trens sentido Goiânia/Brasília; Araguari;
Catalão (hoje ponta dos trilhos) (Glaucio H. Cunha, 02/2009).
(Fontes: Cleber Borges Rabelo; Glaucio Henrique
Chaves; Filemon dos Santos Xavier; Fernando Picarelli; Rodrigo Cabredo;
RMV: Relatório anual, 1944; Edmar Cesar Alves: Batalhão
Mauá: Uma História de Grandes Feitos, Araguari, MG,
2003; José Honório Rodrigues: Correspondência de Capistrano de Abreu,
1954; IBGE, 1954; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)
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Estação original de Goiandira em 1992. Foto Rodrigo
Cabredo |
A estação original de Goiandira da E. F. Goiaz,
de 1913, em foto de 02/2004. Foto Fernando Picarelli |
A estação original em 1/2010, antes da reforma.
Foto Glaucio H. Chaves |
A estação restaurada em 2012. Autor desconhecido |
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Atualização:
28.05.2023
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