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E. F. Central do Brasil - Linha do Centro (1912-1975)
E. F. Central do Brasil - Linha Auxiliar (1912-1965)
E. F. Leopoldina - Linha Auxiliar (1965-1975)
RFFSA (1975-1997) |
BARÃO
DE ANGRA (antiga GALEÃO)
Município de de Paraíba do Sul,
RJ |
Linha do Centro - km 192,506 (1928) Linha Auxiliar - km 171,197 (1928) |
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RJ-1374 |
Altitude: 271 m |
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Inauguração: 01.10.1912 |
Uso atual: em ruínas (2009) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra do Piraí havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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HISTORICO DA LINHA AUXILIAR: A chamada
E. F. Melhoramentos foi construída a partir de
1892. Em 1895 foi aberta a linha entre a estação de Mangueira e a da atual Honorio Gurgel. Em março de 1898 foi entregue o trecho até Paraíba do Sul. Até Três Rios foi logo em seguida e em 1911 alcançou Porto Novo do Cunha, anexando o ramal deste nome, que teve a bitola reduzida para métrica, a mesma da Auxiliar. O traçado da serra,
construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por
Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E.
F. Melhoramentos já havia sido incorporada à E. F. Central do Brasil e passou
a se chamar Linha Auxiliar.
No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à E. F.
Leopoldina. A linha, entre o início e a estação de Japeri,
onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se
em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma,
a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba
do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas
redes, existe bitola mista. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos
anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará,
entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para
trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e
Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde
1996. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Barão de Angra foi inaugurada em 1912, homenageando
o barão, Elisário Antonio dos Santos, diretor
da ferrovia nos anos 1870.
Antes, em 1902, havia uma estação
praticamente no mesmo local com o nome de Galeão, citada
na publicação Estrada de Ferro Central do Brasil,
2o volume, Imprensa Nacional, 1902. Não se sabe sobre a desativação
desta, mas deve ter sido quando da inauguração da estação
de Barão de Angra em 1912.
Em 2012 a estação estava em ruínas. O pátio, no entanto, era bastante
movimentado. Com linhas de bitola mista, era ali e até 2013 - que se baldeava
a carga de bauxita que vinha pela antiga Leopoldina, então nas mãos
da FCA, desde Barão de Camargos, até a bitola larga da
MRS. Dali seguia para o pátio de Alumínio, na
ex-Sorocabana, depois de cruzar a cidade de São Paulo.
"Em Paraíba do Sul, a estação Barão de Angra fica no trecho
de bitola mista que era compartilhada pela Linha do Centro e a Linha
Auxiliar. Hoje, definha a cada dia. Em sua lenta agonia, vê-se uma
parte da história ferroviária indo embora. O Barão de Angra, se vivo
fosse, ficaria envergonhado com a homenagem" que lhe foi concedida.
Os pesados cargueiros passam ao lado da estação, desviando-se de seu
caminho reto, fazendo uma chicana que hoje só atrapalha a velocidade.
Neste ponto, o movimento é intenso e a Linha do Centro ainda mantém
a bitola mista, o que possibilita que os trens de bauxita da Ferrovia
Centro-Atlântica acessem o Terminal de Transbordo, situado a uns 500
metros da estação. A estação não tem mais nenhuma utilidade, infelizmente.
Não há mais trens de passageiros e os cargueiros somente param ali
à espera de algum cruzamento. A estação fica longe do centro da cidade
e como é muito pequena e fica entre as linhas, não tem nem a possibilidade
de se transformar em Centro Cultural ou ter qualquer outro uso para
a população do bairro, já que a travessia sobre os trilhos traria
riscos aos frequentadores. Levantaram um alto muro entre ela e a comunidade
lindeira, mas há pouco ali para se retirar. O telhado, suas madeiras,
as portas e janelas já desapareceram há muito tempo. Sobraram poucos
tijolos em paredes arruinadas, mas parece que não despertam mais a
cobiça de ninguém" (Jorge A. Ferreira, 15/11/2009).
A estação ficava ao lado quilômetro 179 da BR-393.
Em 2012, da rodovia se via boa parte do pátio, com depósito
de locomotivas e vagões e o maquinário de transferência
de bauxita da bitola métrica para a larga.
1932
AO LADO: Temporal destroi a estação (O Estado
de S. Paulo, 31/3/1932) |
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ACIMA: Pátio da estação de
Barão de Angra em 1987. Tenho dúvidas se o prédio
ao fundo seria a estação (Foto Hugo Caramuru).
ABAIXO: Pátio
da estação de Barão de Angra. Estação
em ruínas, pátio movimentado (Foto Jorge A. Ferreira
em 2007).
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TRENS - Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1912 até 1980. Ao lado, o trem Rio-Belo Horizonte,
que fazia esse percurso. Clique sobre a foto para ver mais detalhes
sobre esses trens. Veja aqui horários
em 1968. Paravam também trens da linha Auxiliar (Guias
Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Hugo
Caramuru; Jorge A. Ferreira; Victor A. Ferreira; Max Vasconcellos:
Vias Brasileiras de Communicação, 1928; Estrada de Ferro
Central do Brasil, 2o volume, Imprensa Nacional, 1902; Mapa - acervo
R. M. Giesbrecht) |
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Ruínas da estação de Barão de Angra
em 03/2003. Foto Victor Almeida Ferreira |
Ruínas da estação de Barão de Angra
em 03/2003. Foto Victor Almeida Ferreira |
Em maio de 2008, quase nada mais restava das paredes. Foto Jorge
A. Ferreira |
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Atualização:
17.06.2019
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