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E. F. Dom Pedro
II (1878-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1996) |
JOÃO
AYRES
Município de Antonio Carlos , MG |
Linha do Centro - km 351,678 (1928) |
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MG-0183 |
Altitude: 1.116 m |
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Inauguração: 16.06.1878 |
Uso atual: abandonada (2015) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de João Ayres foi inaugurada em 1878. Homenageava um
"rico sesmeiro do tempo do Caminho Novo" (Max
Vasconcellos).
Houve um segundo desastre em João Ayres, além do de
1938, citado acima: foi em 1951. Veja aqui - página
1 - página 2 (Folha
da Manhã, 20/9/1951 e 21/9/1951).
O prédio tem o mesmo estilo de construção do
prédio da estação de Vassouras, inaugurado
em 1914.
Em 2015, a estação continuava abandonada. Um milagre
que ainda estivesse em pé.
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1925
AO LADO:
Acidente na estação (O Estado de S. Paulo, 24/11/1925).
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ACIMA: A estação de João
Ayres, sem data. O prédio à esquerda, na época
um hotel, não existe mais hoje - veja fotografia mais abaixo, em 2018 (Cartão postal).
ACIMA: Desastre entre João Ayres e Rocha Dias em 1934 - VEJA A REPORTAGEM INTEIRA CLICANDO
SOBRE O TEXTO ACIMA (O Estado de S. Paulo, 8/4/1934).
ACIMA: "Na noite de 19 de dezembro de 1938,
viajava um trem noturno, vindo de Belo Horizonte para o Rio, e entre
as estações de Sítio (Antonio Carlos) e a de João Ayres,
um cargueiro, que vinha no sentido Rio-BH, chocou-se frontalmente
com o noturno, no qual viajavam escoteiros de Belo Horizonte, que
rumavam para São Paulo na primeira classe. No acidente, faleceram
instantaneamente o Escoteiro Gerson Issa Satuf e o Lobinho Helio Marcos.
Então, os escoteiros construíram macas, acenderam fogueiras
para facilitar o trabalho noturno de resgate e se mobilizaram para
prestar atendimento aos feridos, que foram encaminhados à Santa Casa
de Barbacena. Um dos escoteiros, de 15 anos, era Caio Vianna Martins,
que sofreu um trauma na região lombar. Este não parou de trabalhar
junto dos demais escoteiros de seu grupo; seus companheiros, percebendo
que este não estava bem e vendo que a situação já estava um pouco
mais controlada, solicitaram resgate para Caio, que, vendo os feridos,
teria proferido as seguintes palavras: 'Não, não me carreguem na maca,
ainda há muitos feridos, um escoteiro caminha com as suas próprias
pernas'. Caio caminhou, mas o esforço da lhe foi letal, e com sintomas
de forte hemorragia interna, faleceu assistido pelos pais no dia seguinte.
Foi sepultado no Cemitério do Bonfim, Zona Norte de Belo Horizonte.
Caio Vianna Martins é um símbolo para os escoteiros brasileiros, empresta
seu nome a muitas ruas do país e também ao Conjunto Esportivo Estadual
de Niterói, aonde o Botafogo costumava mandar seus jogos, o Estádio
Caio Martins. Neste acidente, que ocorreu as 2:05, o socorro, vindo
de Barbacena, conseguiu chegar ao local somente as 7 da manhã"
(Thiago Henrique Teixeira, 11/2006).
VEJA AS FOTOS ABAIXO E TAMBÉM A REPORTAGEM INTEIRA CLICANDO
SOBRE OS LINKS A SEGUIR: (jornal O Estado de S. Paulo, 20/12/1938,
21/12/1938 e 22/12/1938).
ACIMA e ABAIXO: imagens do desastre do Noturno
Mineiro, no Natal de 1938, próximo a João Ayres.
"Mais de quarenta cadáveres foram enterrados em Barbacena,
para onde foram transportadas as vítimas da catastrphe, sendo
muito maior o número de feridos. O desastre deu-se em consequencia
de um engavetamente de vagons (carros), cheios de passageiros. Estas
photografias mostram a que estado ficaram reduzidas as composições
attingidas" (O Malho, 29/12/1938).
ACIMA: Em 2018, a parede em ruína, solta, é do antigo hotel existente próximo à estação de João Ayres. É o único remanescente dessa edificação, hoje (Veja foto mais acima, sem data, que mostra o hotel totalmente edificado) (Foto Ludmila Albuquerque da Costa).
ACIMA: Em 2018, a parede do hotel em ruína, aparece à esquera, ao fundo (Veja foto mais acima, sem data, que mostra o hotel totalmente edificado). Em primeiro plano, a ex-estação (Foto Ludmila Albuquerque da Costa).
(Fontes: Thiago Henrique Teixeira; Glaucio
Henrique Chaves; José Emilio Buzelin; Décio Marques;
O Estado de S. Paulo, 1925 e 1938; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras
de Comunicação, 1928; Guia Geral das Estradas de Ferro
do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-80; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
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A estação em 09/2000. Foto José Emilio
Buzelin |
A estação em 09/2000. Foto José Emilio
Buzelin |
A estação em 2006. Foto Décio Marques |
A estação em 2006. Foto Décio Marques |
A estação de João Ayres em 2015. Foto Glaucio
Henrique Chaves |
A estação de João Ayres em 2018. Foto Ludmila Albuquerque |
A estação em 11/11/2018. Foto Daniel Araujo Costa Guimarães |
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Atualização:
02.04.2019
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