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Cia. Mogiana de
Estradas de Ferro (1948-1971)
FEPASA (1971-1998) |
CORONEL
CORRÊA-NOVA
Município de Casa Branca, SP |
Variante Lagoa-Tambaú - km 177,890 |
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SP-1105 |
Altitude: - |
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Inauguração: 02.12.1948 |
Uso atual: em ruínas (2018) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1948 |
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HISTORICO DA LINHA: A variante
construída pela Mogiana foi entregue parte entre 1948 e 1951, sendo
terminada somente em 1959. Começando na estação de Lagoa Branca, ela
seguiu a oeste do tronco original e atingiu Baldeação, deixando na
primeira fase as estações de Cocais, Papagaios, Casa Branca, Briaréu
e Cel. Correa fora dos trilhos. Por outro lado, criou na variante
três estações novas, Joaquim Libânio, Casa Branca e Cel. Correa. Em
1959, foi a vez das estações de Brejão, Baldeação, Cel. J. Egidio
e Tambaú ficarem fora da linha, que passou pelo norte da linha
original e se ligou à estação de Faveiro, ainda na linha antiga. Baldeação,
por sua vez, ficou ligada por um curto ramal à estação de Cel. Correa-nova,
até 1967, quando esse ramal desapareceu de vez. Cel. J. Egidio e Tambaú
ganharam versões novas na variante. |
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A ESTAÇÃO: A estação de
Coronel Correa-nova foi aberta em 1948, com o mesmo nome da
antiga. A estação original havia recebido o nome do
Barão do Rio Pardo.
"O Coronel Antonio José Correa,
3.º Barão do Rio Pardo, nasceu em 12/06/1840 e faleceu em São Paulo
em 05/10/1906. Foi deputado provincial e prefeito municipal de Casa
Branca. Era filho do Capitão Prudente José Correa, conhecido por Prudente
do Morro, e D. Maria Ipifânia do Rosário ou Constança Corrêa. O Capitão
Prudente, pelo que sei, veio de Rio Pardo de Minas.Os pais de minha
bisavó, Capitão Antonio José Correa de Carvalho e Da. Anna Umbelina
do Sacramento, com certeza vieram de lá. Casou-se duas vezes o Barão:
a primeira com Escolástica de Oliveira e a segunda com Amélia Umbelina
Corrêa, sua prima-irmã. Minha avó paterna, Virgilina Corrêa de Andrade,
que se casou com Benedicto Castilho de Andrade, era filha do segundo
casamento" (Maria Cristina Castilho de Andrade, 12/2005).
Em 1959, como consequência de outra mudança da linha, passou a sair
desta estação o curto ramal de Baldeação, que dava acesso a
essa estação - que até então fazia parte da linha-tronco -
e que, por sua vez, se ligava com o ramal de Santa Veridiana,
da Paulista.
O ramal foi extinto em 1967.
"Conheci esta estação
ainda aberta com embarque de passageiros. Era muito pequenininha e
tinha duas plataformas igualmente pequenas. Ao longe, via-se o prédio
da estação velha numa estrada de terra, a uns mil metros. Ela tinha
mais dois desvios. Uma vez, quando peguei o trem para Ribeirão, ele
parou por uns 20 minutos na estação, para cruzar com um de carga que
ia pra Campinas. Era um importante cruzamento, mas a estação ficava
no meio do nada. Andei procurando uma foto de Coronel Corrêa,
mas ainda não achei. Ela mostrava a estação, desde a ponta da plataforma,
com o trem de passageiros parado nela. Nesse trecho também é possível
ver ruínas de muitas casas de turma, como as da estação de Joaquim Libânio. Aliás, em Corrêa
havia muitas delas, umas 4 ou 5 naquele estilo anos 1940, com entrada
em arco, etc" (Rodrigo Cabredo, 1999).
"Ouvi muitas
histórias. Uma delas é de Coronel Corrêa ser mal-assombrada.
A estação nova fica junto às antigas casas da velha estação. Na década
de 1950, segundo minha sogra, que era esposa de ferroviário e morou
em Santos Dumont e São Simão, o chefe da estação de Coronel Corrêa,
num belo dia, ali morreu de causas naturais. Ele era muito apegado
à ferrovia e ao seu serviço. A partir desse dia, começou um comentário
de que o local ficou mal assombrado. O morto era visto ou ouvido por ali. Até aí, tudo
bem, eis que o povo fala muito... O fato é que na década de 90 eu
estava em mais uma de minhas viagens de trem, e ouvi em dos maquinistas
contando uma história para outro. Apurei o meu ouvido e escutei (conversa
alheia) o que tinha ocorrido uma semana antes. O primeiro teria saído
de Tambaú levando um funcionário para substituir outro que estava
trabalhando na estação em Coronel Corrêa. Chegando ao local,
retirou o funcionário antigo e deixou o novo, voltando para Tambaú
com sua locomotiva. Chegando lá, qual não foi a surpresa de ter encontrado
o funcionário que ele havia deixado em Coronel Corrêa, "branco"
e cansado, pois chegara antes do trem... Ele devia ter pegado carona
e corrido bastante a pé! Perguntado por que ele não estava na estação,
ele disse que assim que a locomotiva saiu, várias pedras, saídas do
nada começaram a cair na estação... Ele disse que não voltaria para
lá e realmente, nunca voltou, pois não houve ninguém que conseguisse
convencê-lo do contrário. Disse ele que preferia ser mandado embora
da Fepasa a voltar para Coronel Corrêa" (Edilson Palmieri, 02/2001).
A estação estava, em 2014, totalmente abandonada e depredada;
as casas de turma também, mas sobreviviam. Até árvores
crescem por dentro de sua etrutura. Os desvios já foram retirados
e os trens cargueiros, já então da Cia. Vale do Rio
Doce - dona da FCA, concessionária da linha - passam direto
sem parar.
(ver também CORONEL CORRÊA)
ACIMA: Esquema do pátio de Coronel Corrêa-nova
em novembro de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores informações)
(Acervo Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução
Caio Bourg).
ACIMA: Na linha da variante (a de cima, no mapa) a localização
da estação de Coronel Correa-nova. A estação
velha ficava em algum ponto não assinalado na linha velha (a
de baixo). A linha transversal (abandonada) é o ramal de Baldeação
- CLIQUE SOBRE O MAPA PARA VER EM TAMANHO E ÁREA MAIORES (IBGE, anos 1970).
ACIMA: Cenas do abandono na estação de
Coronel Corrêa-nova em 2014 (Fotoa Paulo Sergio Petiglio).
ACIMA: Parte do pátio da estação em 2018 (a estação, à direita) (Foto Augusto Massaferro).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Maria
Cristina Castilho de Andrade; Dimas Ornellas; Marcelo Tomaz; Rodrigo
Cabredo; Edilson Palmieri; Paulo Sergio Petiglio; Nilson Rodrigues;
Dirceu Baldo; Humberto Alvarenga Júnior; Maristela L. Paganini; Douglas
Bulhões; Caio Bourg; Museu da Cia. Paulista, Jundiaí;
Cia. Mogiana: relatórios anuais, 1940-69; IBGE; FEPASA: Relatório
de Instalações Fixas, 1986; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação, sem data, mas provavelmente dos anos
60. Note que ela ainda possui as duas plataformas, sendo a outra
para o ramal de Baldeação, que existiu entre 1959
e 1967. Foto Nilson Rodrigues
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A estação em 1982. Foto Dirceu Baldo |
Em 1986, a pequena estação de Coronel Corrêa-nova.
Foto do relatório da Fepasa, 1986 |
Em 1991, ao fundo, à esquerda, a estação.
Na linha, os desvios. Em volta, os canaviais. Foto Rodrigo Cabredo |
A estação, sem data. Foto cedida por Antonio Carlos
Belviso |
A estação, em 10/1997. Ela teve um aumento na
parte traseira, sobre a plataforma não mais utilizada.
Foto Kelso Medici |
A estação totalmente depredada em 25/10/2003.
Ao fundo, uma casa de turma. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação totalmente depredada em 25/10/2003.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação muito mais depredada ainda em junho
de 2009. Foto Humberto Alvarenga Júnior, Maristela L. Paganini
e Douglas Bulhões |
Abandonada e em ruinas em 1/2014. Foto Marcelo Tomaz |
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Atualização:
29.06.2019
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