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Cia. Chemins de
Fer Federaux du L'Est Brésilien (1914-1935)
V. F. F. Leste Brasileiro (1935-1975)
RFFSA (1975-1996) |
RIACHUELO
Município de Riachuelo, SE |
Linha Norte - km 457,063 (1960) |
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SE-4242 |
Altitude: 8 m |
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Inauguração: 22.03.1914 |
Uso atual: em pé, possívelmente
abandonada (2009) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Inicialmente
chamado de ramal de Timbó, a linha que ligaria a estação
de São Francisco, em Alagoinhas, a Sergipe foi aberta em 1887
até a localidade de Timbó, atual Esplanada. Dali para
a frente foi sendo prolongada aos poucos a partir de 1908, atingindo
Aracaju em 1913, Cedron em 1915 e Propriá somente em 1920,
às margens do rio São Francisco. Para se ligar com a
linha vinda do Recife naquele ponto, então, somente em 1972,
quando a ponte sobre o rio foi construída permitindo a interligação
ferroviária direta com o Nordeste. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Riachuelo foi inaugurada em 1914, no trecho aberto entre
Aracaju e Rosário do Catete. A cidade já
existia como município desde 1874
"Devido ao grande crescimento econômico, principalmente pelo
cultivo da cana, em 6 de maio de 1872, o povoado Pintos é transformado
em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Riachuelo e dois anos
depois seria transformada em Vila de Riachuelo e deixando assim de
pertencer ao município de Laranjeiras. Nesta época seu poder econômico
superou Maruim e Laranjeiras, vivendo assim uma grande fase na indústria
açucareira. Com a implantação da República, a vila passa a ser cidade
e vive seus momentos áureos até o início do século passado. Devido
à facilidade dos portos e à chegada das ferrovias em
Aracaju, Riachuelo entra em declínio tornando-se assim um município
decadente, pobre e esquecido.
Em função disso, no censo de 1950 a população de Riachuelo tinha em
torno de 8 mil habitantes, e depois de 50 anos a população continuava
a mesma. O município já foi o maior produtor de açúcar cristal,
tecido e aguardente de Sergipe, e chegou a possuir três locomotivas
para o transporte da cana de açúcar, além de ter possuído ferrovias
(sic), era dotada de boa malha viária e transporte através dos rios.
Chegou a ter também uma grande produção de farinha de mandioca. (...)
Riachuelo também teve um comércio influente no estado, em função da
cana. Os armazéns de secos e molhados eram bastante sortidos e considerados
os melhores da região do Cotinguiba. Apesar da riqueza, não possuía
uma estrutura arquitetônica muito boa e o calçamento das ruas era
irregular. Foi a terceiro município a ser eletrificada pela Companhia
Hidroelétrica do São Francisco e por isso possuía um excelente Cine-Teatro
Municipal" (Wikipedia, entrada em
19/2/2009).
A estação ficava (fica) a seis quilômetros do
centro da cidade, em zona rural, no entroncamento da linha da Leste
Brasileiro com o ramal da usina Central Riachuelo. Um pequeno troley
com motor a gasolina corria sobre os trilhos da ferrovia particular
da Usina Central (ver mapa abaixo) para ligar a cidade à estação,
com um horário que obedecia aos horários regulares dos
trens da Leste. Foi assim até pelo menos o final dos anos 1950,
quando a estrada que ligaria a sede à estação
ficou pronta.
Os trens de passageiros na linha pararam em 15 de março de
1977.
Em 1982, foi aberta uma fábrica de fertilizantes da FAFEN no
município, às margens do rio Sergipe. Logo então
foi construído um ramal para atender à fábrica,
no sentido oposto do antigo ramal da usina. Este ainda existe, mas não funciona desde 2013. A fábrica foi fechada em 2018.
Depois da privatização em 1987, a concessionária
VLI chegou a carregar nessa fábrica, pelo menos até
por volta de 2009. A estação de Riachuelo
era em 2009 a última da linha por onde passava o trem cargueiro
da FCA vindo do sul, pois era ali que eram carregados produtos químicos
das fábricas do polo petroquímico. A linha da antiga
Leste, da estação para o norte, foi abandonada pela
VLI, que tinha sua concessão até a estação
de Propriá, fim do ramal, ás margens do
rio São Francisco. Se olharmos a fotografia acima, temos a
impressão de ainda existir ao fundo um predio de estação.
Porém, o pátio estava já bastante abandonado
e dando a impressão de pouco uso. Havia vagões estacionados,
não se sabendo pela foto de estavam operacionais ou se simplesmente
largados ali.
Em 2013, os trens acabaram de vez. Quatro anos depois... "Há
vagões abandonados na cidade de Riachuelo. O Ramal que ia até a FAFEN
- Fábrica de Fertilizantes de Sergipe, está abandonado. Parte já está
coberta de asfalto (Felippe Aracaju, 28/12/2017).
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TRENS
- De acordo com os guias de horários, os trens de
passageiros pararam nesta estação de 1914 a 1979.
Veja aqui horários em
1964 (Guias Levi). |
ACIMA: A linha da Leste Brasileiro vem do
sul e em um determinado ponto tem uma bifurcação para
oeste no mapa., que era da Usina Central, com ainda uma derivação
mais ao sul para um local de nome São José (ponta de
outro ramal a sudoeste). A sede do município estava nesta linha.
A estação da Leste, por sua vez, estava a seis quilômetros
da cidade, na junção das duas ferrovias, não
muito distante do rio Sergipe (IBGE:
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. n, 1960).
ACIMA: No mapa atual abaixo, o ramal da usina já não
mais existe; porém, há pelo menos uma rodovia que liga
a cidade à estação. Reparem o pátio desta,
em forma de triângulo de trilhos; dele parte, desde 1982, um
ramal para a fábrica da FAFEN, na ponte deste, logo após
uma curva de 90 graus e junto ao rio Sergipe (Google Maps, 2015).
ACIMA: Fotografia tomada pouco antes da entrada
do pátio da estação de Riachuelo. A mancha branca
à esquerda da linha parece indicar uma estação
(Foto Renata Benia em 15/11/2008).
ACIMA: Foto tomada
já dentro do pátio da estação (Foto Marcio
Andrei, aproximadamente 2010
ACIMA: Às margens do rio Sergipe,
a fábrica da FAFEN. Entre ela e o rio, o final do ramal que
vem da estação de Riachuelo (Autor e data desconhecidos).
(Fontes: Marcio Abreu; Renata Benia; IBGE: Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, 1958; Wikipedia, 2009; Guia Geral
das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-79; Mapa -
acervo R. M. Giesbrecht) |
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Atualização:
27.04.2018
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