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E. F. Bahia ao São
Francisco (1860-1911)
Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien (1911-1935)
V. F. F. Leste Brasileiro (1935-1975)
RFFSA (1975-1996)
CBTU (1996-2021) |
PERIPERI
Município de Salvador, BA |
Linha tronco - km 10,825 (1960) |
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BA-2360 |
Altitude: 5 m |
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Inauguração: 28.06.1860 |
Uso atual: estação de trens metropolitanos |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1981 |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco
da Viação Ferrea do Leste Brasileiro (VFFLB) era a linha
original da E. F. Bahia ao São Francisco, aberta entre 1860
e 1863 e ligando a estação da Calçada, em Salvador,
à de São Francisco, em Alagoinhas, ainda bem longe do
rio do mesmo nome. Esta linha foi incorporada pelo Governo baiano
em 1903, repassada a outros concessionários até que
em 1911 foi entregue à concessão da Cia. Chemins de
Fer Federaux du L'Est Bresilien, de capital francês. Em 1935,
a VFFLB foi criada pelo Governo para ficar com o acervo dos franceses,
já sem interesse de mantê-la. Em 1975 foi definitivamente
incorporada pela RFFSA como uma de suas divisões, depois de
ter sido uma das constituintes desta, em 1957. O último trem
de passageiros de longo percurso passou pela linha nos anos 1980,
e hoje (2005) trafegam, no trecho Calçada-Paripe, apenas trens
elétricos metropolitanos, ainda sob a batuta da CBTU. Hoje
todas as linhas baianas que sobram em atividade estão sob a
concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Periperi foi inaugurada em 1860. Teve um novo prédio
construído em 1938. O prédio atual foi construído
depois (em 1981), específico para os trens de subúrbio.
"'Só de raro em raro um fato inesperado rompe a monotonia
dessa vida suburbana. Isso de março a novembro, porque nos três meses
de férias, dezembro, janeiro, fevereiro, todos esses arrabaldes da
Leste Brasileiro, dos quais Periperi é o maior, o mais populoso e
o mais belo, enchem-se de veranistas. Muitas das melhores residências
ficam fechadas durante quase todo o ano, pertencem a famílias da cidade,
abrem-se apenas no verão. Aí então anima-se Periperi, invadido de
repente por uma juventude álacre: rapazes a jogar futebol na praia,
moças de maiô estendidas ao sol na areia, barcos a cruzar as águas,
passeios, piqueniques, festinhas, namoros sob as árvores da praça ou na sombra dos
rochedos'. Assim o escritor Jorge Amado descreve a vida no Subúrbio
Ferroviário nas primeiras décadas do século. Amante de todos os cantos
de sua terra natal, a Bahia, o escritor escolheu o Bairro de Periperi
para ambiente físico do romance Os Velhos Marinheiros, em 1961.
No
livro, Jorge Amado discute as aventuras do Comandante Vasco Moscoso
de Aragão, que ao chegar no Subúrbio de Periperi muda a pacata rotina
dos moradores. Ao mesmo tempo em que o leitor se delicia com a saga
do personagem fictício, ele visualiza, em certos momentos da leitura,
um panorama descritivo da população, do modo de vida e dos costumes
do bairro, na época, considerado a capital do Subúrbio Ferroviário:
'A população estável (se excetuarmos pescadores e uns poucos comerciantes
- donos da única padaria, de uns dois bares, de outros tantos armazéns
de secos e molhados, da farmácia -, alguns funcionários da Leste Brasileiro
nas casas ao lado da Estação) é formada de aposentados e retirados
dos negócios com suas respectivas famílias, quase sempre apenas a
esposa e, por vezes, uma irmã solteirona.
Alguns desses idosos personagens
afirmam preferir Periperi no seu pacato quotidiano de antes e depois
do verão, mas, em verdade, todos eles terminam por envolver-se, de
uma ou de outra maneira, na turbulenta agitação do veraneio. Quando
não seja, para espiar, com olhos compridos e cobiçosos, os corpos
femininos seminus na praia - cada pedaço de mulher - ou para comentar
acidamente os casais de namorados nos cantos escuros.' Um visitante
que veraneou nos velhos tempos no Subúrbio surpreender-se-ia, de imediato,
se voltasse hoje ao local. A população de classe média foi substituída
pela de baixa renda, as residências expandiram-se para além do litoral,
ocupando os morros e as áreas da mata. O ar bucólico cedeu espaço
ao caos urbano, na formação de favelas e no crescimento desordenado
das famílias. As praias, poluídas, atraem apenas a população local,
sem maiores recursos financeiros" (Coração
Suburbano - O Pulsar da Cidade que a Cidade não Conhece, Gladys Santos
Pimentel, Salvador, Dezembro de 1999, Universidade Federal da Bahia
- Faculdade de Comunicação).
Em 1981, a estação atual foi construída
substituindo a anterior.
Periperi é
hoje uma estação de trens suburbanos tocados pela CBTU.
Logo após a estação existe um túnel na
linha, entre as praias de Periperi e do Couto. A linha
de subúrbios entre as estações de Lobato e do Paripe corre sempre junto ao mar e é um trajeto
muito bonito.
A estação continuou sendo utilizada para os
trens suburbanos tocados pela CBTU até o dia 16/2/2021, quando todo o trecho entre a Calçada até Paripe foi fechado para que obras do futuro VLT fossem feitas. Em março de 2022, as obras não estavam prontas e nenhum trem atendia ao trecho.
ACIMA: As antigas oficinas de Periperi em 1861. Até
onde sei, essas oficinas não mais existem, mas não tenho
maiores dados (Fotografia de Camilo Vedani).
1921
AO LADO: Acidente próximo à estação
(O Estado de S. Paulo, 10/1/1921). |
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ACIMA: Localização da estação de Periperi
- a linha é o traço preto no mapa. CLIQUE SOBRE A FIGURA
PARA VER O PERCURSO INTEIRO (Mapa de Salvador - Universidade Católica
de Salvador, 2000).
(Fontes: Alexandre Santurian; www.vfco.com.br; Universidade Católica de Salvador; Cyro
Deocleciano R. Pessoa Jr.: Estradas de Ferro do Brazil, 1886; SR-7:
Relatório, 1984; Gladys
Santos Pimentel: Coração Suburbano - O Pulsar da Cidade que
a Cidade não Conhece, Salvador, 1999, Universidade Federal da Bahia,
Faculdade de Comunicação; Guia Geral das Estradas de Ferro
do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-84) |
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A estação, em 1938. Foto Alexandre Santurian |
A estação em 1944, como era na época. A
estação aparece à direita na foto. Junto
a ela, o "trem de alumínio". Foto do site www.vfco.com.br,
oriunda do relatório da ferrovia de 1944, cedida por
Alexandre Santurian |
A estação de Periperi em 2002. Foto Alexandre
Santurian |
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Atualização:
21.07.2023
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