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E. F. Bahia ao São
Francisco (1860-1911)
Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien (1925-1935)
V. F. F. Leste Brasileiro (1935-1975)
RFFSA (1975-1996) |
ARATU
Município de Simões Filho, BA |
Linha tronco - km 18,025 (1960) |
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BA-2398 |
Altitude: 7 m |
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Inauguração: 28.06.1860 |
Uso atual: em ruínas (2005) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: anos 1940 |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha-tronco da Viação Ferrea do Leste Brasileiro (VFFLB)
era a linha original da E. F. Bahia ao São Francisco, aberta
entre 1860 e 1863 e ligando a estação da Calçada,
em Salvador, à de São Francisco, em Alagoinhas, ainda
bem longe do rio do mesmo nome. Esta linha foi incorporada pelo Governo
baiano em 1903, repassada a outros concessionários até
que em 1911 foi entregue à concessão da Cia. Chemins
de Fer Federaux du L'Est Bresilien, de capital francês. Em 1935,
a VFFLB foi criada pelo Governo para ficar com o acervo dos franceses,
já sem interesse de mantê-la. Em 1975 foi definitivamente
incorporada pela RFFSA como uma de suas divisões, depois de
ter sido uma das constituintes desta, em 1957. O último trem
de passageiros de longo percurso passou pela linha nos anos 1980,
e hoje (2010) trafegam, no trecho Calçada-Paripe, apenas trens
elétricos metropolitanos, ainda sob a batuta da CBTU. Hoje
todas as linhas baianas que sobram em atividade estão sob a
concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Aratu foi aberta em 1860. (*Nota do autor: O Guia
Geral de 1960 afirma que a estação foi aberta em
1925. Cyro Deocleciano já a cita em 1886 e mostra a abertura
da estação como terminal do primeiro tracho aberto pela
EF Bahia ao São Francisco, em 1860)
Sabe-se que em 1872 já existia um trem de subúrbios
operando em Salvador. Um horário de trens da época
mostrava um trem de subúrbios de Salvador a Aratu
(portanto, mais à frente de Paripe), fazendo das 7:17h
da manhã às 8:02h, horário de chegada a Salvador;
a volta, de Salvador a Aratu, saía às
4:40 da tarde e chegava às 5:25 em Aratu.
"A partir de 1947, com o começo da exploração
do petróleo na região, inicia-se o processo de industrialização
na banda oriental do Recôncavo. Em setembro de 1950, entrou
em funcionamento a Refinaria de Mataripe. Em 1967, criou-se o Centro
Industrial de Aratu, nos municípios de Simões Filho
e Candeias, e após sete anos de trabalho, inaugurou-se o Complexo
Petroquímico de Camaçari. Estas novas atividades introduziram
profundas mudanças sócio-econômicas na região,
atingindo primeiro a pequena lavoura de subsistência para em
seguida afetar o que restou da agroindústria açucareira.
Nas áreas desapropriadas pela Petrobrás são criadas
extensas florestas de eucaliptos e pinheiros para produção
de carvão vegetal. Plantações de bambu se expandem
para atender a demanda das fábricas de papel. A paisagem do
Recôncavo se transforma e os canaviais se restringem a pequenas
áreas. Com a desapropriação de grande glebas
para a implantação de projetos industriais estes edifícios
são, de forma definitiva, abandonados. Não é
cogitado o reaproveitamento desse monumentos dentro do programa de
desenvolvimento industrial da região, e arruinam-se, deste
modo, conjuntos monumentais como os de Aratu e de Mapele, dentre outros"
(Paulo Ormindo D. Azevedo, 1978).
Já houve tempos em que o trem de subúrbios chegava a
Aratu, o que parece ter ocorrido até os anos 1980. O
Guia Levi de 1978 mostrava um trem Salvador-Candeias, passando
por Aratu, com dois horários, além dos trens
de longo percurso que nessa época corriam de Salvador
a Senhor do Bonfim, parando em Aratu.
Em 2005, a estação estava abandonada; o seu estilo segue
o das estações de terceira classe típicas das
reconstruções das estações da Leste dos
anos 1940. Em frente a ela, ainda de pé, um pequeno terminal
de embarque de minérios. Ela podia ser vista da estrada que
liga Paripe a Mapele. Já não havia tráfego
naquele trecho, pois, com a desativação quase total
do porto de Salvador em função do de Aratu
- que é atingido, por ferrovia, por um ramal que sai próximo
à estação de Candeias - o trecho entre
Mapele e Paripe, onde terminam os subúrbios,
foi totalmente abandonado.
ACIMA: Neste mapa do plano diretor da região
em 1980, vê-se a região de Aratu, sem mostrar a estação,
mas ela está mais ou menos no centro do mapa, onde está
escrito "Setor industrial de São João". Um
pouco mais abaixo, lê-se RFFSA, ou seja, é o caminho
da linha férrea (CLIQUE SOBRE O MAPA PARA VER EM TAMANHO
MAIOR).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Alexandre Santurian; Coaraci Camargo; Paulo Ormindo David de Azevedo;
Cyro Deocleciano R. Pessoa Jr.: Estradas de Ferro do Brazil, 1886;
Correio dos Ferroviários, 1967; Guia Geral das Estradas de
Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-84) |
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A estação de Aratu em 1941. Foto da revista Correio
dos Ferroviários, em 1967 |
A estação em ruínas, em 16/01/2005. Foto
Ralph M. Giesbrecht |
A estação em ruínas, em 16/01/2005. Foto
Ralph M. Giesbrecht |
A estação em ruínas, em 16/01/2005. Foto
Ralph M. Giesbrecht |
A estação em ruínas, em 16/01/2005. Foto
Ralph M. Giesbrecht |
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Atualização:
10.05.2017
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