|
|
...
Itapira
Barão Ataliba Nogueira
Eleutério
...
ramal de Itapira-1950
IBGE-1960
...
ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2015
...
|
|
|
|
|
Cia. Mogiana de
Estradas de Ferro (1891-1971)
FEPASA (1971-1990) |
BARÃO
ATALIBA NOGUEIRA
Município de Itapira, SP |
Ramal de Itapira - km 35,827 (1937) |
|
SP-0816 |
Altitude: 622 m |
|
Inauguração: 19.09.1891 |
Uso atual: depósito de fábrica
(2015) |
|
sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
|
|
|
HISTORICO DA LINHA: O ramal da
Penha foi inaugurado em 1882, com 20 quilômetros, até antiga Penha
do Rio do Peixe (Itapira). O trecho de Itapira até Eleutério foi construído
pela E. F. Sapucaí, mas encampado pela Mogiana, que não concordou
com a posição de ceder sua zona privilegiada. Em 1891, o ramal, agora
de Itapira, já chegava a Eleutério. Em 1898, chegou a Sapucaí, já
em Minas Gerais, onde se encontrava, agora sim, com a E. F. Sapucaí.
O transporte de passageiros durou até 1976, e cargas passaram até
uns dez anos depois. Com a supressão da linha mineira, o ramal perdeu
a função e foi desativado, tendo seus trilhos sido retirados em 1990,
já abandonados. |
|
A ESTAÇÃO: Inaugurada em
1891, juntamente com Eleutério, a estação
de Barão Ataliba Nogueira - nome dado em homenagem ao
Presidente da Cia. Mogiana na época - deu origem a um pequeno
bairro afastado de Itapira, hoje à esquerda da estrada
Itapira-Jacutinga, a uns quinhentos metros desta. Durante a
construção, a estação tinha o nome de
Rio do Peixe. Há discordâncias na data do dia de inauguração (ver caixa abaixo de 1891).
Por volta da inauguração da estação em 1891, surgiram críticas quando á localização (ver caixa de 1891, abaixo). Não consegui, no entanto, evidências de que sua posição tivesse sido alterada após essas críticas.
No início do século XX, fazendeiros da fazenda São
Joaquim, ali próxima, construíram uma pequena estação
particular para envio e recebimento de cargas próprias: era
a Chave do Barreiro. Mesmo assim, para a localização
de endereço, eles continuavam dando como na "estação
Barão Ataliba Nogueira".
De acordo com descrição em documento da Mogiana de novembro
de 1969, a estação não possuía desvios
particulares, nem bar, nem restaurante, nem sala de espera, mas tinha
um banheiro para homens.
"A foto da fachada da estação (abaixo, em 1989), na Vila de
Barão Ataliba Nogueira, foi a que mais me encantou e me emocionou.
Aquela senhora que aparece na foto é a minha falecida avó Deolinda
Breda Pereira. Faleceu já algum tempo. Guardo muitas recordações daquele
casarão. Passei minha infância brincando nos trilhos da estação. Na
roda de borboleta, como era chamada na época, aquela roleta de ferro
que ficava na entrada da estação. Achei um absurdo o que fizeram:
construir uma fábrica ao lado da estação. Fiz apenas uma viagem de
trem na minha vida. Eu não era moradora da vila, mas meus avós e tios
sim. Eu morava com meus pais, e ainda moro em Itapira. De minha viagem
de trem, lembro-me muito bem, não sei com precisão qual idade que
tinha, sei que eu era muito pequenina, mas me recordo bem do trajeto.
Saímos de Itapira, da estação ferroviária, lembro-me até do meu pai
comprando passagens no guichê, e fomos até Barão Ataliba. É
uma pena que fiz apenas uma viagem de trem. Até hoje não entendo porque
desativaram os trens. Fico muito revoltada com isso. Aliás, na minha
opinião, acho que todas as coisas do passado deveriam ser restauradas
e conservadas do jeitinho que eram, para servirem de história para
nossos filhos. Não consigo entender. Acho que iria desafogar bastante
as estradas. Acho ainda que seria mais econômico, menos perigoso em
relação a acidentes.
Sei que em alguns países, existem trens que funcionam.
Só aqui que isso não deu certo. Tenho dois filhos, sei que jamais
terão a oportunidade de fazer o passeio que fiz. A emoção era grande,
principalmente quando o trem passava em cima da ponte do rio do Peixe.
Tenho muita saudade daquilo tudo, das tardes que passava na vila brincando.
De quando colocava o ouvido nos trilhos para escutar o barulho e se
elgum trem estava se aproximando. Às vezes, quando estou perto
da estação, parece que ainda escuto o barulho dos trens manobrando
nos trilhos. Fazíamos várias brincadeiras nos trilhos, escondíamo-nos
nos galpões da estação, brincávamos girando a borboleta: naquela época
não tinha o famoso gira-gira que hoje as ciranças tem nas escolas.
Das tardes que passava na vila, recordo-me ainda do som do rádio que
vinha do alto falante da Igreja de São José, lá no alto da praça principal
e única da vila. A programação da rádio da igreja dava para escutar
de onde a gente estivesse na vila. Eu era feliz naquela época e não
sabia. Tinha uma vida saudável, sem stress, eu brincava de verdade.
Quando ficava lá, parecia que o tempo parava, era tudo uma mágica,
tudo ficava congelado e demorava uma eternidade para o dia passar.
Muito diferente do que é minha vida hoje. É uma pena que não posso
remover meus filhos do hoje e levá-los comigo para meu passado. Tenho
muitas boas recordações daquilo tudo" (Vera Telma, 28/1/2008).
A estação estava em 2015 já bastante descaracterizada,
e tinha ao seu lado um galpão, novo, além de estar cercada,
juntamente com este, como propriedade particular.
|
1891
AO LADO: Inauguração das estações de Eleuterio e do Rio do Peixe (Br. Ataliba Nogueira) (O Estado de S. Paulo, 2/10/1891). |
1891
AO LADO: Inauguração do ramal de Itapira até a estação de Eleuterio para tsmbérm em Barão de Ataliba Nogueira - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO COMPLETO(O Estado de S. Paulo, 20/10/1891). |
|
1895
AO LADO: Acidente entre as à estações de Ataliba Nogueira e a de Eleuterio (O Estado de S. Paulo, 20/11/1895). |
|
|
1898
AO LADO: A localização da estação é contestada pelos usuários (O Estado de S. Paulo, 23/10/1891). |
|
1898
AO LADO: Suprime-se as agencias postais em Barão de Ataliba Nogueira e cria-se outra em Restinga, na linha do Rio Grande Restinga (O Estado de S. Paulo, 11/8/1898). |
ACIMA: A água potável chega à
estação de Barão de Ataliba Nogueira em 1916 (O Estado de S. Paulo, 5/1/1916).
ACIMA: Tropa de paulistas posam na estação durante a
Revolução Constitucionalista de 1932 (Acervo Ricardo
Della Rosa).
ACIMA: Tropa de paulistas posam na estação durante a
Revolução Constitucionalista de 1932 (Foto colorizada por Sergio Borin. Autor desconhecido).
ACIMA:
Mapa parcial do município de Itapira, mostrando as estações de Barão de Ataliba Nogueira e de Eleuterio em 1958 (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, vol. X, 1958).
ACIMA: Esquema do pátio de Barão de Ataliba
Nogueira em novembro de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores
informações) (Acervo Museu da Companhia Paulista, Jundiaí,
SP - Reprodução Caio Bourg).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Ricardo
Della Rosa; João Carlos Reis Silva; César Sacco;
Caio Bourg; Vera Telma; Museu da Companhia Paulista, Jundiaí;
Cia. Mogiana, Álbum, 1910; Cia. Mogiana, relatórios
oficiais, 1875-1969; Cia. Mogiana: relatório oficial de estações,
1937; IBGE, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
|
|
|
A estação, c. 1910. Foto do álbum da Mogiana |
A estação, ainda com os trilhos, em 1989. Foto
César Sacco |
Fachada da estação, em 1989. Foto César
Sacco |
Estação de Barão Ataliba Nogueira em 18/03/1999.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
Estação de Barão Ataliba Nogueira em 18/03/1999.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 13/4/2010. Foto João Carlos
Reis Pinto |
|
|
|
|
Atualização:
19.04.2021
|
|