RFFSA (anos
1980 - 1996)
Bitola: larga.
Acima, a estação de Barreiro, de onde partia o "Barreirão"
até 1996 (Foto Marco A. Dantas). Abaixo, a estação
de Moeda, em 1989. Muitas das estações da linha do
Paraopeba, com o desaparecimento do Barreirão em 1996, foram
completamente abandonadas (Foto Renato C. Ramos).
Abaixo,
a estação de Lafaiete, ou Conselheiro Lafaiete, em
foto de 2001, até 1996 ponto final do "Barreirão"
(Foto Jorge A. Ferreira).
Abaixo, em março de 1978, parte do horário do trem
Belo Horizonte-Barra do Piraí (que tinha conexão com
o trem para o Rio de Janeiro). Esse era o trecho que seria desmembrado
nos anos 1980, com horários diferentes, e geraria o "Cata-Jeca".
Por este horário se tem uma idéia das estações
do percurso do trem. O "Barreirão", posterior,
saía da quinta estação, Barreiros (Guia Levi,
03/1978)
Veja também:
Contato
com o autor
Indice
Nota: As informações contidas nesta
página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente
por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época.
Portanto é possível que existam informações
contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas
vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia
em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente,
o mesmo acontecendo com horários, composições
e trajetos (o autor).
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Trens de passageiros operados pela
Rede Ferroviária Federal entre o início dos anos 1980
e 1996, ligando a estação de Belo Horizonte a Lafaiete
("Cata-Jeca") seguindo pela bitola larga da linha do Paraopeba,
e posteriormente da estação do Barreiro (no limite oeste
de Belo Horizonte) a Lafaiete. cidade da área metropolitana
de BH. Acabaram com o fim da RFFSA e com a privatização
em 1996.
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Percurso:
Belo Horizonte - Lafaiete, via linha do Paraopeba (BH-Joaquim Murtinho)
e pequeno trecho da Linha do Centro, ao sul, chegando até a estação
de Lafaiette, sempre pela bitola larga.
Origem da linha:
A linha do Centro atingiu Lafaiete vinda do Rio de Janeiro em 1883.
A linha do Paraopeba foi construída em bitola métrica
entre os anos de 1914 e 1919, ligando Joaquim Murtinho, na linha do
Centro e duas estações ao norte de Lafaiete, à
estação de Belo Horizonte.
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O trem Belo Horizonte-Lafaiete era
também conhecido pelo nome de "Cata-Jeca", por conta de suas paradas
nas estações ao longo do Ramal do Paraopeba para embarques e desembarques
dos peões de fazendas e chácaras ao longo do trecho e moradores de
cidades como Ibirité, Sarzedo, Moeda, Fecho do Funil, Brumadinho,
Belo Vale, etc. O "Jeca-Tatu" ou o mineiro da roça, geraram o apelido.
A origem do "Cata-Jeca" foi provavelmente o trem Belo Horizonte-Barra
do Piraí, fracionado em trechos menores nos anos 1980. Quando
o "Cata -Jeca" passou a sair da estação do Barreiro
e não mais de BH, tornou-se o "Barreirão", e embora continuasse conhecido
entre os ferroviários pelo nome antigo, o nome "Barreirão" foi adotado
pelos passageiros, por sair do Barreiro e sempre com muita confusão.
Enquanto o "Cata-Jeca" era formado por carros de aço carbono padrão
(estilo Santa Mathilde ou Central-Valença ou Horto), o "Barreirão"
era formado
Trem "Cata-Jeca", na Linha do Paraopeba, no início
dos anos 1980. Notem a Alco FA-1 (Biriba) recém-pintada. Capitaneando,
uma Alco RS3 (Foto José
Ramiro Trindade do Nascimento).
por carros série 200
reformados da mesma família dos carros do "Alvorada", de São
Paulo, e do "Barrinha", no Rio, em determinada época. Os carros do
"Cata-Jeca" eram um pouco melhores, com segunda e primeira classe.
Já os do "Barreirão" eram os piores, com classe única, com dois carros
ligados diretamente à locomotiva e que andavam sem portas e
sem luz. Passagens não eram recolhidas e o vandalismo imperava. Por
fim, a jornada era a mesma dos demais trens remanescentes - trafegava
em horários muito ruins. O "Cata-Jeca", no seu final, salvo engano,
saía por volta de 18:30 do BH, chegando por volta de 2:30 da
madrugada em Lafaiete e saindo de lá por volta das 4:30 hs, chegando
em BH por
Locomotiva RS-3 3338 no Trem Barreirão, ligada a
uma FA-1 em maio de 1981 na plataforma da estação de
Belo Horizonte (Foto J. E. Buzelin).
volta das 9:00hs. Como o Vera Cruz, nos anos 80, chegava em Lafaiete
por volta das 5:30, 6:00, quem quisesse baldear deste para o "Cata-Jeca"
não podia, pois o trem já havia saído. Muitos dos passageiros
do Vera Cruz, vindos do Rio em poltronas comuns (portanto gente mais
simples) tinham parentes na área do Ramal do Paraopeba. Ou desciam
em Lafaiete, ou em BH, e dali, para as cidades do ramal, somente de
ônibus... A formação do "Cata-Jeca" era um carro bagagem - chefe de
trem e dois carros poltrona aço carbono. Ficou famoso posteriormente
pois foi o último trem de passageiros regular tracionado pelas FA1,
as famosas "Biribas", algumas delas lotadas em BH para serviços de
manobras e tração do BH-Lafaiete. No fim da vida útil, não eram raros
os reboques com uma RS-3, conforme vemos na foto. Já o posterior "Barreirão"
tinha apenas 2 carros reformados série 200 com banco
Carro série 400 (ou 200 - dificil identificar -
provavelmente 400), em foto de 1978, do mesmo modelo dos que eram
usados no trem "Barreirão" (Foto Cid
José Beraldo).
longitudinal inteiriço,
classe única, tracionado pela GE U20-C ou a que houvesse disponível.
O "Cata-Jeca" deixou de sair de BH no final dos anos 1980 e o "Barreirão"
acabou nos anos 1990, mais ou menos na mesma época da privatização
da antiga Central (1996).
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