Rotunda de Ribeirão Vermelho - 360 graus
De acordo com o site http://ribeiraovermelhotur.webs.com/-%20New%20Folder/COMPLEXOFERROVIARIO.pdf (entrada em 7/11/2010), as obras da construção da rotunda de Ribeirão
Vermelho, anexa às oficinas, foram concluídas em 1895 pela Cia. Estrada de Ferro Oeste de Minas, sob a supervisão do português Antônio
Rodrigues de Oliveira Castro, entrando em atividade em março de
1896. Destinada a ser depósito e fazer manutenção, montagens
e reparações de material rodante de bitola métrica, a rotunda, assim
como as oficinas, tiveram suas estruturas montadas pela Brasilian
Contracts Corporation, sendo todo o material importado de Glasgow,
Escócia, ou, como nas telhas, importadas de Marseille, na França,
além de equipamentos, máquinas e projetos procedentes da Inglaterra.
Em relatório apresentado pelo diretor da Estrada de Ferro Oeste
de Minas, eng. José de Almeida Campos Jr., ao Sr. Ministro da Viação
e Obras Públicas, a rotunda de Ribeirão Vermelho é citada como tendo
sofrido uma limpeza e aparece no quadro:
“Relações de Usinas e oficinas
na bitola de 1,00 m” com os seguintes dados: Quilômetro - 293,985;
Comprimento – diâmetro 75 m; largura - 6,45 m; sistema de Construção-
alvenaria de pedra, tijolos, telhas francesas; Valor - 90.000$000
(noventa contos de réis).
A partir da década de 1960, quando entraram
em operação as locomotivas a diesel, em substituição às máquinas
a vapor, num processo gradativo, a rotunda passou a ser utilizada
exclusivamente para depósito de locomotivas a vapor, abrigando em
seu interior várias dessas locomotivas até o ano de 1981, quando,
então, a RFFSA, com a criação do Centro de Preservação da História
Ferroviária de Minas Gerais em São João del Rei, resolveu recuperá-las
para constituir o seu acervo: ou seja, a partir dali, ficou selado
o abandono da rotunda de Ribeirão Vermelho. "Entre os
ribeirenses, uma lenda ferroviária ainda corre gerações. Dizem que
nem o reboco que une um tijolo a outro da estrutura é nacional.
De fato, a rotunda é um misto do melhor da arquitetura europeia
que se alastrou pelo Brasil afora naquela época. O telhado que ainda
resiste é de Marselha, na França, enquanto as 30 colunas de ferro
fundido que sustentam o forro de treliça são escocesas. Mesmo em
ruínas, a rotunda de Ribeirão Vermelho disputa uma posição de destaque:
a de maior estrutura do gênero da América Latina. Outra rotunda mineira, erguida
em Além-Paraíba, também está no páreo pelo título. Apesar de um
passado de imponência, a reportagem encontrou parte da antiga "oficina
de luxo" escorada por madeiras para não desabar. Sem nunca ter sido
restaurada e por décadas dilapidada, a construção está prestes a
entrar em colapso. O prefeito Célio Carvalho (PDT) afirma que a
única intervenção que conseguiu concretizar foi desenterrar o espaço,
no centro da rotunda, onde as locomotivas eram consertadas. "Tiramos
mais de 200 caminhões de terra só dali", aponta o prefeito. A prefeitura
mantém dois funcionários no local que fazem pequenos reparos na
construção. E só. "Para recuperar a rotunda e todo o parque ferroviário
seria preciso investir pelo menos R$ 7 milhões. Não temos esse recurso",
diz Carvalho. A arquiteta Luciana Bracarense pesquisa soluções de
restauro para a rotunda em um doutorado na UFOP (Universidade Federal
de Ouro Preto). Segundo ela, a ideia é utilizar aço nos processos
de restauração do local. 'A rotunda é testemunha da arquitetura
do ferro no Brasil. Hoje, tem-se ali apenas uma representação do
que a construção foi um dia'. O parque ferroviário de Ribeirão Vermelho,
cidade que hoje não passa dos 4.000 habitantes, foi tombado como
patrimônio de Minas Gerais em agosto de 2014" (Dhiego Maia,
2/10/2014).
ACIMA: Rotunda de Ribeirão Vermelho em
funcionamento. Data ignorada (Autor desconhecido). ABAIXO: Em 1940 (Autor desconhecido).
ACIMA: A rotunda nos anos 1980. ABAIXO: O pátio da rotunda
em 1994 (Autores desconhecidos).
ABAIXO: A rotunda já completamente abandonada em 2002 (Autor
desconhecido).
ACIMA: As bonitas colunas de ferro fundido ainda
no século XIX, trazidas da Europa, na precária rotunda de Ribeirão
Vermelho (Foto Glaucio Henrique Chaves em 2015).
(Fontes: Eduardo Coelho; Glaucio Henrique Chaves;
Louis Phelippe; Roosevelt Reis; http://ribeiraovermelhotur. webs.com/-%20New%20Folder/
COMPLEXOFERROVIARIO.pdf)
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