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C. E. F. São
Paulo-Rio Grande (1919-1942)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975)
RFFSA (1975-1996) |
SIQUEIRA
CAMPOS
(antiga COLÔNIA MINEIRA e COLONIAL)
Município de Siqueira Campos, PR |
Ramal do Paranapanema - km 99,124 (1936) |
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PR-0771 |
Altitude: 665 m |
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Inauguração: 13.08.1919 |
Uso atual: abandonada e depredada (2016) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha do Paranapanema, construída para evitar o "perigo
paulista", ou seja, a exportação de mercadorias
do Norte Velho do Paraná via E. F. Sorocabana pelo porto de
Santos, teve o primeiro trecho inaugurado em 1915, ligando Jaguariaíva,
na Itararé-Uruguai, a São José, atual Calógeras.
Seu prolongamento acabou se arrastando até 1937, quando alcançou
a já existente E. F. São Paulo-Paraná e por ela
alcançou por tráfego mútuo a cidade de Ourinhos,
em São Paulo. Depois da abertura da linha Apucaranas-Uvaranas,
em 1975, o ramal entrou em decadência por ter uma linha obsoleta
e cheia de curvas. O último trem de passageiros (Trem do Norte,
mais tarde "Trem da Miséria", rodou em junho de 1979.
Em 2001, o tráfego de cargueiros foi suspenso pela ALL e hoje
apenas esporádicos autos de linha passam pela linha, praticamente
abandonada em toda a sua extensão. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Siqueira Campos foi originalmente o motivo da origem do
ramal. Era ali que os trilhos deveriam alcançar, um local chamado
Colônia Mineira, onde acabou sendo construída
e inaugurada, em 1919, a estação com esse nome. Também
é citado em alguma época o nome de Colonial (em
1925, os mapas oficiais ainda mostravam o primeiro nome). Mais tarde,
o nome foi alterado para Siqueira Campos, um dos heróis
dos 18 do Forte, movimento de 1922 em Copacabana e morto
em desastre aéreo em 1930. De maneira semelhante à de Wenceslau
Braz, em Siqueira Campos uma nova construção foi edificada
substituindo a antiga estação, de madeira e já demolida. A estação está depredada, se
bem que ainda com o telhado. A caixa d'água metálica ainda está lá.
Há no local uma segunda plataforma com restos do alicerce de uma estação,
aparentemente mais antiga que a primeira e um tanto fora do alinhamento
da via permanente. Teria sido ali a estação primordial da localidade?
"Um curral, com uma dezena de cabeças de gado, foi
montado ao lado do prédio onde era a estação
- exatamente na beira da ferrovia. Nas imediações, todos
dizem desconhecer de quem é a criação"
(A Gazeta do Povo, Curitiba, 17/02/2002).
ACIMA: Com a locomotiva junto a ela, a estação
original de Siqueira Campos, de madeira, à esquerda, provavelmente
anos 1950. Funcionários da RVPSC, alegres, posam para a fotografia.
(Autor desconhecido; acervo Nelson Bastos).
ACIMA: Ainda na estação
de madeira, já sem trens de passageiros, cargueiros da RFFSA
continuavam a passar em 1983 (Foto Antonio Galvão Bruniera).
ACIMA:
Vinte e cinco anos depois, em 12 de abril de 2008, a festa acabou
de vez. A estação foi derrubada. Uma casinha foi construída
na plataforma e já foi depredada. Os trens no ramal, só
mesmo os de capina química, para limpar o mato. Nem cargas
nem passageiros. Ninguém a recepcioná-lo, somente o
solitário fotógrafo fanático por trens, num dia
chuvoso. O trem é hoje uma surpresa quando aparece por ali
(Fotografia Vagner Bueno de Carvalho, 12/4/2008).
"Quando a linha de trem foi construída
em Siqueira Campos, em 1919, a estação precisava ser situada
na beira da baixada a cerca um quilômetro do centro. A presença
da estação não mudou a estrutura da cidade e a estação sempre
ficou isolada ao lado da cidade. As seguintes informações são
do Sr. Antonio Galvão Bruniera. Sr Antonio trabalhou na estação
de 1960 ate sua aposentadoria em 1990. Ele entrou como telegrafista
e os últimos oito anos antes da aposentaria, ele era chefe da
estação. Como chefe da estação ele morava com sua família no
prédio da estação. A estação não tinha água natural em quantidade
para abastecer os locomotivas a vapor. Cerca de meio km fora
da estação em direção a Barbosas encontrava-se água e uma caixa
de água de concreto que originalmente foi abastecida pela uma
bomba a vapor fornecia água para os locomotivos. A caixa ainda
existe hoje com o emblema de RVPSC. Exato quando foi construida
não é certa. mas a caixa existia pelo menos desde os anos 1940.
Outra caixa de água de abastecimento dos locomotivas existe
a cerca 2 kilometros da estação no sentido norte. A construção
dos pilares nessa caixa em pedras indica que essa caixa poderia
ser mais velha do que a de concreto, talvez da época da construção
da própria linha. Em redor nessa caixa existiam várias casas
para os funcionários de manutenção da linha. A caixa ainda existe,
as casas não. Nos anos 1960 a estação tinha 7 funcionários:
3 telegrafistas, 3 manobradores e um chefe da estação. Até 1965
quando a cidade finalmente recebeu o serviço de correio a central
de telégrafo na estação era a única meio de comunicação da cidade.
Dois telegrafistas trabalhavam em turno diurno e noturno. Nos
anos 1960 passavam por dia dois trens mistos, dois de passageiros
e uns 10 a 12 trens cargueiros. muitos deles de madrugada. Os
trens de passageiros eram o N1 e o N2. Eles corriam de Maringá
a Curitiba e tinham carros leito e restaurante. Nessa época,
todos os trens de passageiros, mistos e a maioria dos trens
de cargos já eram a diesel. A linha transportava muitos combustíveis
e o uso de locomotivas a vapor já era então bastante limitado.
O Sr. Antonio conta que passavam trens de a vapor quase todo
dia, mas tipicamente eram trens de serviço com lenha para abastecimento
das locomotivas ou trens com pedras e britas para a manutenção
da linha. Eram locomotivos Mikado, serie 800, serie 700 e algumas
Texas. Também passava uma vez por mês o trem da COBAL, do governo,
vendendo todos os tipos de alimentos e mercadorias para a população.
Quando o trem de COBAL chagava a estação ficava lotada de pessoas.
O pátio da estação na época era muito grande. Ele se estendia
até uns 200 metros ao redor da linha principal. Havia três linhas:
uma principal e duas secundárias. Também havia uma linha para
o armazém e um triângulo para as locomotivas a vapor. Na foto
do ano 1983 tirada da plataforma no sentido norte, a casa do
armazém é visível no fundo. Na mesma foto na linha principal
a primeira via é a do triangulo e a segunda via e do armazém.
O armazém foi usado principalmente para estocar café com capacidade
de 4500 sacos. Outras cargas importantes como milho e gado eram
carregadas diretamente nos vagões. As três linhas ainda existem
hoje, mas a linha do armazém e do triângulo não existem mais.
O armazém foi desmontado cerca de 1985. Uma ou duas vezes por
ano aparecia uma composição de cerca de 10 vagões que ficava
estacionada na terceira linha por um mês ou dois. Era um trem
com trabalhadores de manutenção da linha. Depois da abertura
do ramal Apucaranas-Uvaranas em 1975 a linha perdeu sua importância.
Em 1979 terminaram os trens de passageiros e em 1982 a estação
tinha apenas 3 funcionários: o chefe da estação e dois auxiliares.
O prédio da estação que era de madeira de pinho foi finalmente
muito prejudicado pelo ataque de cupins e em 1992 foi substituído
por uma construção simples de alvenaria. A caixa d'água de metal
que ainda hoje existe é dos anos 1970 e era usada para fornecer
água para os trens de manutenção e não para as locomotivas"
(Steen Larsen, 2/2/2009). |
(Fontes: Douglas Razzaboni; Steen Larsen; Antonio
Galvão Bruniera; Vagner Bueno de Godoy, 2008; Nelson Bastos; http://museuvjoaquimvsouza.com.br/acervo/index.
html#img/77.jpg; A Gazeta do Povo, Curitiba, 2002; RVPSC: Horário
dos Trens de Passageiros e Cargas, 1936; RVPSC: Relatórios
oficiais, 1920-60; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960;
IBGE, 1957) |
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A estação, talvez 1919. Estação
e pátio parecem estar em construção. http://museuvjoaquimvsouza.
com.br/acervo/index.
html#img/77.jpg |
Ao fundo, ainda a estação original de madeira.
Sem data. Foto Vagner Bueno de Godoy |
Plataforma da estação em 1983. Foto Antonio Galvão
Bruniera |
A estação em 1989. http://museuvjoaquimvsouza.
com.br/acervo/index.
html#img/77.jpg
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A estação em 1991. Foto Steen Larsen |
A estação atual, em 01/2003. Foto Douglas Razzaboni
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Placas após a estação, em 01/2003. Foto
Douglas Razzaboni |
Casas da vila ferroviária da estação, em
01/2003. Foto Douglas Razzaboni |
A estação atual, em 01/2003. Foto Douglas Razzaboni
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Atualização:
13.03.2019
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