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E. F. Paraná
(1883-1942)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975)
RFFSA (1975-1997)
Serra Verde (1997-) |
MORRETES
Município de Morretes, PR (veja
a cidade) |
linha Curitiba-Paranaguá - km 40,900
(1936) |
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PR-1651 |
Altitude: 10,650 m |
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Inauguração: 17.11.1883 |
Uso atual: estação de trem turístico (2018) |
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com trilhos |
Data de abertura do prédio atual:
anos 1950 |
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HISTORICO DA LINHA:
A linha unindo Curitiba a Paranaguá, a mais
antiga do Estado, foi aberta pela E. F. Paraná de Paranaguá
a Morretes em 1883, chegando a Curitiba em fevereiro ded 1885. Durante
seus 120 anos de existência ela pouco mudou, apenas dentro de
Curitiba e na mudança de um ou outro túnel na serra.
É considerada um dos marcos da engenharia ferroviária
nacional, projetada por André Rebouças e construída
por Teixeira Soares, depois de firmas estrangeiras recusarem a obra
devido à dificuldade do trecho da serra, entre Morretes e Roça
Nova. É também uma das poucas linhas que continua ter
trens de passageiros, embora de forma turística apenas, desde
os anos 1990, hoje explorado por uma concessionária privada,
a Serra Verde. Em 1942, a E. F. Paraná foi englobada pela R.
V. Paraná-Santa Catarina, e esta, em 1975, transformada em
uma divisão da RFFSA. Em 1996, o trecho passou a ser operado
pela ALL, que obteve a concessão da antiga RVPSC. |
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A ESTAÇÃO:
Nas décadas que antecederam a construção da estrada de ferro, a economia
e os transportes da cidade de Morretes giravam em torno da
erva mate. Era um tempo em que pelas vielas, em pontos estratégicos,
as tendas e oficinas dos ferreiros acolhiam os animais
para serem ferrados e vencerem a subida de volta e, depois da Graciosa,
chegavam também as pesadas carroças para os consertos de emergência.
Com o crescimento desses comércios, os acessos à força hidráulica
tornaram-se motivo de disputa, gerando conflitos de interesses pelos
valos que desviavam as águas dos rios, principalmente do rio Marumbi.
O centro de Morretes tornou-se uma rede de valos e
derivações, suficientemente grandes para suportar o trânsito de canoas.
Ainda hoje existem vestígios desses canais. A estrada de ferro desmontou
esse entreposto ervateiro e marcou seu fim. À entrada do pátio da
estação de Morretes, a linha atravessava alguns desses canais
de engenho num pontilhão com 3 vãos de 2m cada um. A estação
de Morretes foi inaugurada em 1883, tendo sido ponta de linha
por dois anos da linha da E. F. Paraná que, então, ligava
apenas Morretes a Antonina.
Esse antigo prédio da estação de Morretes, hoje parcialmente
demolido, foi aproveitado para armazém de carga quando da construção
da estação atual, muitos anos mais tarde. Situava-se
na marca do Km 40+900m e na cota de 11,50 m, ostentando certo aspecto
grandioso para os padrões do tempo, tanto mais se comparado com a
estação urbana de Paranaguá. Tinha dois pavimentos, com a morada
do agente na parte superior, pois então o centro da cidade ficava
um tanto distante. Anexos, dois armazéns de carga e, em outros locais,
um depósito para duas locomotiva e uma caixa d'água com capacidade
de 48 metros cúbicos e respectiva bomba. Da cidade vinha a rua
do Campo, ou talvez rua do Campos, próximo à chácara de
Antônio de Campos. À volta, os canaviais de João Baia
e várias chácaras.
Em 1885, a linha foi ligada a Curitiba.
A partir de 1892, passou a ser a estação de saída
para os trens do ramal de Antonina.
Por volta de 1950, o prédio original deu lugar a uma estação
com características modernas.
Entre 2005 e 2008, existiu um trem turístico da ABPF (uma litorina
da extinta RVPSC) que saía todos os fins de semana de Morretes
para Antonina. Foi suspenso em 2008.
A estação é uma das poucas ativas da linha em
2018, atendendo ao trem Curitiba-Paranaguá, da empresa
Serra Verde.
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1884
AO LADO: Quatro meses depois de abrir a linha e a estação, estava tudo Provincia com as chuvas (A Provincia de S. Paulo, 13/3/1884). |
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1913
AO LADO: Modificações nos
pátios das estações da linha em 1913
(O Estado de S. Paulo, 8/6/1913).
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ACIMA:
Belíssima fotografia do pátio da estação
de Morretes, ainda o prédio antigo (atrás da fumaça),
provavelmente anos 1930 (Cartão postal, cessão Paulo
Roberto Stradiotto).
ACIMA: Trem Curitiba-Paranaguá na estação
de Morretes, em 14/4/2001 (Foto André Galasso).
ACIMA: Pátio de estação de Morretes, em 2020 (Canal cesarblumenau).
ACIMA: Trem Curitiba-Morretes na estação
de Morretes, em 2020 (Canal cesarblumenau).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Silvio
Rizzo; Dirceu Cavalcanti; Ricardo Pinto da Rocha; Paulo Roberto Stradiotto;
André Galesso; J. C. Kuester; Marc Ferrez; O Estado de S. Paulo,
1913; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,
1960; ALL: Listagem de estações, 2000; RVPSC: Relatórios
anuais, 1920-60). |
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Estação original de Morretes, no início
do século XX. Foto Marc Ferrez |
Estação original de Morretes, sem data. Foto cedida
por Ricardo Pinto da Rocha |
Fachada da estação, em 1998. Foto Ricardo Pinto
da Rocha |
Trem cargueiro da ALL em frente à estação
de Morretes, em 2001. Foto André Galesso |
A estação, em 30/05/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 12/2007. Foto Jean C. Kuester |
A estação em 2015. Foto Fernando Marietan
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Atualização:
29.11.2020
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