E. F. Societé Sucrérie
de Rio Branco (Município de Visconde de Rio Branco, MG) |
As
ferrovias industrais, ou particulares, do Brasil - aqui classificando-as
como sendo ferrovias que não eram de uso público,
sendo utilizadas apenas dentro de empresas, indústrias, usinas
e outras - foram pouquíssimo estudadas e pesquisadas no Brasil.
Uma ou outra têm mais informação: seu patrimônio
se esvaiu há décadas, vendido como sucata em grande
maioria, sem que sua memória tenha sido resgatada. Por isso,
o que se vê é um estudo com dados mínimos e
colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis (Ralph
M. Giesbrecht). Proprietários identificados:
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Société
Sucrière de Rio Branco - Esta empresa, cujo capital é de 500.000 francos,
tem a sua sede social em Paris, 47, Rue du Rocher, e escritório no Rio
de Janeiro, à Rua 1º de Março, 71, 2º andar. Foi fundada em pequena
escala, em 1885, pelos diretores da Estrada de Ferro Leopoldina, com
o objetivo de estabelecer colonos ao longo de suas linhas e para desenvolver
a cultura da cana-de-açúcar. A presente companhia foi organizada em 1907 com o capital de 1.000.000 de francos, mais tarde reduzido à metade, e adquiriu os bens da empresa primitiva. Entre as propriedades da empresa, contam-se as fazendas de Cachoeira, Boa Vista, Pombal e Capoeirinha, tendo ainda arrendadas as fazendas de Caeté, Jequitibá, Capela Velha e Barra, todas no estado de Minas Gerais. Em 1907 tinha a empresa 412 hectares de terras; mas de então para cá comprou mais 542 hectares, dos quais 400 foram plantados com cana-de-açúcar e os restantes utilizados como pastagens. As fazendas arrendadas pela sociedade têm uma extensão de 300 hectares. A empresa compra cana-de-açúcar aos fazendeiros vizinhos e tem uma linha férrea particular que se liga à E. de F. Leopoldina e da mesma bitola desta última. O material rodante da referida linha, que tem 13 quilômetros de extensão, consta de 2 locomotivas e 95 vagões. A fábrica de açúcar está situada na cidade de Rio Branco, em um terreno de 33 hectares de área, a 2 quilômetros da estação. O maquinismo é das Companhias Flecher (Inglaterra) e Saint Quentin (França), e tem uma capacidade de trabalho de 50 toneladas de cana por dia ou uma produção de 800 sacos de açúcar de 60 quilos cada um; manufatura vários tipos de açúcar e destila 6.000 litros de aguardente por dia. A produção da empresa tem sido, desde a sua organização, em 1907, a seguinte: A estimativa para a próxima colheita, incluindo as propriedades recentemente compradas, é de 24.000 toneladas de cana-de-açúcar, devendo a produção elevar-se muito breve a 50.000 toneladas. A diretoria da sociedade se compõe dos srs. Abel Rousseau, Paul Henry Durocher e René Douachée. O dr. Joanny Bouchardet, gerente geral, é engenheiro civil formado em França e está no Brasil há 43 anos. Antes de assumir o cargo de gerente, por conta da empresa organizada em 1907, dirigiu outra fábrica de açúcar, Pureza, no estado do Rio de Janeiro; e antes disso se ocupara em construções de estradas de ferro, principalmente da estrada de ferro para Friburgo, montagem de máquinas para café, arroz etc. Hoje, à sua hábil administração deve a empresa, em grande parte, a prosperidade em que estão os seus negócios. (Traduzido de: Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd. pelo site http://www.novomilenio.inf.br, de onde foi transcrito o texto acima) |
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