|
|
E. F. Leopoldina
(1880-1975)
RFFSA (1975-1996) |
SÃO
GERALDO
Município de São Geraldo, MG |
Linha de Caratinga - km 330,924
(1960) |
|
MG-0857 |
Altitude: 373 m |
|
Inauguração: 01.03.1880 |
Uso atual: em restauro (2016) |
|
com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
|
|
|
HISTORICO DA LINHA: Este
trecho da Leopoldina na verdade era uma junção de várias linhas isoladas
originalmente, construídas em épocas diferentes. O trecho entre Entre
Rios (Três Rios e Silveira Lobo foi aberto em 1903 e 1904; o seguinte,
até a estação de Guarani, ficou pronto em 1883 e havia sido construído
e operado pela Cia. União Mineira, até a entrega à Leopoldina, em
1884; o trecho entre esse ponto e Ligação ficou pronto em 1886, enquanto
daí para a frente, até Ponte Nova, foi entregue entre os anos de 1879
e 1886. Entre 1912 e 1926, entregou-se a linha até Matipoó (Raul Soares)
e finalmente, em 1931, a linha chegou a Caratinga, de onde não passou.
Havia um trem de Barão de Mauá, no centro do Rio de Janeiro, para
Caratinga, via Petrópolis, todos os dias, desde que a linha completa
foi entregue, em 1931. Sem trens de passageiros desde os anos 80 (em
1980 ainda existiam trtens mistos fazendo o serviço de passageiros
entre Ubá e Caratinga, vindo de Recreio, na antiga linha-tronco
da EFL), a linha foi erradicada em 1994 nos
trechos Três Rios-Ligação e Ponte Nova-Caratinga; o trecho intermediário
consta até hoje como tendo "tráfego suspenso". |
|
A ESTAÇÃO: A estação
de São Geraldo foi inaugurada em 1880. O terreno para sua construção foi doado à Leopoldina por vários fazendeiros do local. o Imperador D. Pedro II teria estado presente à inauguração.
A estação
foi ponta de linha até 1885, quando foi inaugurada a estação
seguinte, de Coimbra.
De Ubá a Viçosa era uma subida de 30 km,
considerada por muitos um dos trechos mais bonitos de toda a Leopoldina.
Pelo menos até 1980 ainda trafegavam pelo trecho de São
Geraldo trens mistos, trazendo passageiros para a estação.
Aqui também chegavam e partiam, até 1972, trens de passageiros
que vinham de Juiz de Fora pelo ramal do mesmo nome, e subiam
para além de Furtado de Campos, estação
de entroncamento do ramal.
Também existia em São Geraldo uma grande oficina
da Leopoldina, que foi ativa até os anos 1990.
"Meu pai foi chefe de estação na antiga Leopoldina na cidade
de São Geraldo, onde a ferrovia tinha um grande movimento, na época
ponto de almoço e jantar dos expressos e noturnos do Rio/interior
de Minas. Eu me recordo das locomotivas diesel, as 21, as 23, as 200
e os prefixos dos trens, sentido Rio final 2, sentido interior final
1, exemplo o mais tradicional Expresso de todos os dias MM1. Havia
também um expressinho Juiz de Fora/São Geraldo todos os dias,
saia às 4:30 de São Geraldo e voltava à noite"
(Elias Torrent, Belo Horizonte).
A linha de Caratinga, entre Ubá e Ponte Nova,
nunca foi oficialmente suprimida; o movimento, porém, é
nulo. A estação está desativada há anos.
Os trilhos já foram retirados em parte de sua extensão.
"A estação foi convertida em biblioteca municipal. Da antiga
oficina nada mais resta, tudo foi roubado e removido, inclusive a
caixa d'água. O espaço foi ocupado por um galpão para eventos. Também
foram retirados os trilhos do pátio e dos acessos à oficina. Existe
ainda o telheiro que abriga as alavancas que acionavam os AMVs do
pátio e a modesta casa do agente. Há, segundo o povo da cidade, o
sonho de que o trem volte a trafegar no trecho da serra de
São Geraldo, entre esta cidade e Coimbra. No interior da estação há
várias peças da EFL, principalmente mobiliário, faróis e algumas fotos.
Deve-se montar um pequeno museu ferroviário. Na saída da cidade, rumo
à estação de Visconde do Rio Branco, o sinal
mecânico característico da Leopoldina, esta sim uma peça digna
de museu, pois está praticamente intacto" (Gutierrez L.
Coelho, 06/2004).
Segundo Elias Torrent, o nome dado ao centro cultural que está
na velha estação é o de Centro Cultural Edmundo
Martins Silveira, um dos ultimos chefes de estação daquela cidade
e seu pai.
Em 13 de fevereiro de 2013, Gutierrez L. Coelho visitou a cidade
e comentava: "São Geraldo é, hoje, uma tragédia típica da
politicagem interiorana. O atual prefeito, reeleito, simplesmente
destruiu o museu montado pelo seu antecessor, condenado a estação
ao abandono e à depredação. O interior é um monte de lixo, habitado
por vagabundos, pombos e morcegos. Uma tragédia, à qual o DNIT não
dá a menor atenção".
Descaso total por uma linha que oficialmente está concessionada
à FCA desde 1996: "Na cidade,
a oficina de manutenção mais importante da ferrovia se transformou
num palco de shows. A antiga sede da Polícia Ferroviária Federal de
alojamentos de maquinistas é agora garagem da prefeitura. Já a estação,
apesar do letreiro "centro cultural", está abandonada, servindo de
abrigo para pombos" (Ricardo
Beghini, jornal Hoje em Dia, 26/8/2011).
A estação estava em restauro em junho de 2016, com inauguração
do prédio pronto e que deveria servir de biblioteca e centro
cultural, prevista para o dia 24 de junho desse ano, segundo a prefeitura.
ACIMA: Trecho da linha da Leopoldina que
cruza(va) o município de São Geraldo nos anos 1950.
Até hoje é o mesmo, só que a linha está
desativada desde os anos 1990. Ver as grandes curvas ao norte da sede
do município, justamente por causa da subida da serra; não
é para menos que da estação de Mirante - que
também aparece no mapa - pode-se ver a cidade "lá
em baixo" (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,
IBGE, vol. VII, 1957).
ACIMA: Mapa
dos anos 1950 mostra a linha passando pelo município de São
Geraldo (mapa parcial) (IBGE: Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, vol. VII, 1960).
ACIMA: Oficinas da Leopoldina em São
Geraldo, em 1966 (Acervo Camila Garcia).
ACIMA: Trem da Leopoldina em São
Geraldo, provavelmente anos 1960 (Foto Antonio V. Barroso/Ariadne
Barroso).
ACIMA: A estação de São
Geraldo, ainda com a linha em tráfego mas já sem os
trens de passageiros, em junho de 1990. A construção
mais baixa com 3 janelas colada à estação é
a sala de controle de chaves (Foto Hugo Caramuru).
ACIMA: Pátio
da estação em 1996 (Foto Daniela Barroso/Ariadne Barroso).
ACIMA: O hotel defronte à estação:
Georgina Hotel (Foto Pedro Leal Dutra em 25/6/2011).
ACIMA: A ex-estação de São Geraldo em outubro de 2022 (Foto Julio Cesar Alves).
(Fontes: Antonio
V. Barroso; Pedro Leal Dutra; Daniela Barroso; Ariadne Barroso; Gutierrez
L. Coelho; Hugo Caramuru; Manoel Monachesi; Elias Torrent;
Ricardo Beghini; Prefeitura Municipal
de São Geraldo; Hoje em Dia, 2011; IBGE: Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, vol. XXVII, 1959, p. 200; Guia Geral das Estradas
de Ferro do Brasil, 1960) |
|
|
|
A estação em atividade; autor e data deswconhecidos |
A estação ativa, em 1956. Foto da Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, IBGE, vol. XXVII, 1959, p. 200 |
A estação de São Geraldo, em 2001. Autor
desconhecido |
A estação em 06/2004. Foto Gutierrez L. Coelho |
A estação em 08/2005. Foto Elias Torrent |
A estação em 2005. Foto Manoel Monachesi |
O prédio em 25/6/2011. Foto Pedro Leal Dutra |
A estação em final de reforma em junho de 2016.
Prefeitura Municipal de São Geraldo |
|
|
|
|
|
Atualização:
21.11.2022
|
|