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E. F. Dom Pedro
II (1869-1889)
E. F. Central do Brasil - Linha do Centro (1889-1975)
E. F. Central do Brasil - Linha Auxiliar (1895-1965)
E. F. Leopoldina (1965-1975)
RFFSA (1975-1983)
CBTU (1983-1997)
Supervia (1997-) |
MANGUEIRA
Município do Rio de Janeiro, RJ |
Linha do Centro - km 4,879 (1928) |
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RJ-1507 |
Altitude: - |
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Inauguração: 1869 |
Uso atual: estação de trens metropolitanos |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra do Piraí havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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HISTORICO DA LINHA AUXILIAR: A chamada
E. F. Melhoramentos foi construída a partir de
1892. Em 1895 foi aberta a linha entre a estação de Mangueira e a da atual Honorio Gurgel. Em março de 1898 foi entregue o trecho até Paraíba do Sul. Até Três Rios foi logo em seguida e em 1911 alcançou Porto Novo do Cunha, anexando o ramal deste nome, que teve a bitola reduzida para métrica, a mesma da Auxiliar. O traçado da serra,
construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por
Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E.
F. Melhoramentos já havia sido incorporada à E. F. Central do Brasil e passou
a se chamar Linha Auxiliar.
No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à E. F.
Leopoldina. A linha, entre o início e a estação de Japeri,
onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se
em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma,
a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba
do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas
redes, existe bitola mista. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos
anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará,
entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para
trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e
Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde
1996. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Mangueira foi aberta em 1869. Segundo Sérgio Cabral,
desde 11 de maio de 1852, quando se inaugurou nas proximidades da
Quinta da Boa Vista o primeiro telégrafo aéreo do Brasil, a
elevação vizinha da Quinta era conhecida como Morro dos Telégrafos.
Pouco depois, foi instalada ali perto uma indústria com o nome de
Fábrica de Fernando Fraga, que produzia chapéus e que, em pouco
tempo, passou a ser conhecida como "fábrica das mangueiras",
já que a região era uma das principais produtoras de mangas do Rio
de Janeiro. Não demorou muito para que a "Fábrica de Fernando
Fraga" mudasse para Fábrica de Chapéus Mangueira.
O novo nome era tão forte que a E. F. Dom Pedro II batizou de Mangueira
a estação de trem inaugurada em 1869.
A elevação ao lado da linha férrea também começou a ser chamada de
Mangueira, enquanto o antigo nome de Telégrafos permaneceu
para identificar apenas uma parte do morro.
A estação passou a ser o ponto de partida da Linha Auxiliar quando do início de atividades desta em novembro de 1895.
Esta condição prevaleceu até 1902, quando o início desta linha passou a se utilizar da nova Estação Inicial, mais tarde (1905) chamada de Alfredo
Maia. O relatório E. F. Central do Brasil, 2o. volume, de
1902, confirmava esta condição de estação de partida dos trens da E. F. Melhoramentos do Brasil. A estação de Mangueira, no entanto, continuaria a funcionar para trens da linha Auxiliar ainda por décadas.
Em 1937, perto da estação, foi inaugurada uma subestação
elétrica quando da abertura do primeiro trecho eletrificado
da Central. Segundo José Emilio C. Buzelin, a numeração
das subestações seguia a ordem a da estação
Dom Pedro II, na eletrificação da linha tronco
da Central, que tem seu início em 1937 a partir da Mangueira,
onde está a primeira.
A EFCB eletrificou a malha dos subúrbios do Grande Rio de 1937
a 1943; a serra do Mar, em 1949 e a extensão Barra-Três Rios
e Barra-Volta Redonda, no final dos anos 1950, com o intento
de preparar o caminho para o que seria o prolongamento da eletrificação
até SP e MG, o que nunca ocorreu.
Embora a eletrificação tenha sido eliminada nos anos
1970 e 1990, não o foi no trecho dos subúrbios do Rio, onde
ainda existe.
A estação em 2017 estava pintada de verde e rosa,
certamente por causa das cores da escola de samba do mesmo nome.
As plataformas das estações Maracanã
e Mangueira foram unidas. A atual estação de
Mangueira (que se chama hoje Mangueira/Jamelão)
foram unidas. Tanto que a estação de Mangueira
em 2017 somente serve como outra opção de saída
para os passageiros que desembarcam na estação de Maracanã.
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1895
AO LADO: Atropelamentos na estação da Mangueira (O Estado de S. Paulo,
23/7/1895). |
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1895
AO LADO: Desastre no trem especial para Mangueira Mangueira (O Estado de S. Paulo,
27/11/1895). |
1900
AO LADO: Grave acidente na estação da Manheuira - CLIQUE SOBRE O ARTIGO PARA VER MAIS SOBRE O ACIDENTE - (O Estado
de S. Paulo, 20/1/1900). |
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ACIMA: Acidente na estação da
Mangueira em 1916, onde "viraram diversos carros com passageiros,
ficando feridas apenas duas pessoas" (Foto A Careta, fevereiro/1916).
ACIMA: Mapa sem autor e data conhecidos, que mostra as três linhas que passavam pela Mangueira na época e, no lugar da Mangueira (à esquerda no mapa), trÊs estações, uma para cada linha.
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1922
AO LADO: Atropelamento na Mangueira por um trem da Leopoldina (O Estado de S. Paulo,
6/4/1922). |
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1924
AO LADO: O acidente veio acontecendo em partes:
Cascadura, Derby Club, São Francisco Xavier... mas,
na Mangueira, ele já estava ruim (O Estado de S. Paulo,
11/12/1924).
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ACIMA: O acidente na estação de Mangueira - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VER TODA A REPORTAGEM (O Estado de S. Paulo,
23/4/1926).
ACIMA: Outro acidente na estação de Mangueira (O Estado de S. Paulo,
5/11/1933).
ACIMA: E mais um acidente na estação de Mangueira (A Careta, 11/11/1939)
ACIMA: O morro da Mangueira e à sua frente a linha
da Central com o trem de subúrbios passando, em foto de 1977 (Revista VEJA, 30/3/1977).
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TRENS
- Os trens de subúrbios param nesta estação
desde 1859 até hoje. Ao lado, o trem metropolitano da
Supervia, que fazia o percurso Pedro II-Japeri em 2009. Veja
aqui horários em 19xx. Pararam os trens de subúrbio
da Central e RFFSA e param hoje os subúrbios Pedro II-Japeri.
(Guias Levi). |
(Fontes: Carlos
Alberto Ramos; Anderson S. Novaes; José E. Buzelin;
Chico Nelson; Manchete, 1984; A Careta, 1916; VEJA, 1975-77; Revista
da Semana, 1937; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação,
1928; Guias Levi, 1932-80; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht)
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A estação em 1910. Jornal do Brasil |
Antiga estação da Mangueira em obras. Sem data.
Autor desconhecido. Cessão Carlos Alberto Ramos |
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Na foto do alto à direita, , o Presidente Getúlio Vargas na estação
de Mangueira, em 1/1937, inaugurando o primeiro trecho da eletrificação
da EFCB; acima, o trem elétrico e o a vapor no pátio
da estação, no mesmo dia. Revista da Semana,
01/1937
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A estação da Mangueira em foto da revista VEJA
publicada na edição de 12/2/1975. Seria a mesma
estação de hoje? Foto Chico Nelson |
O compositor Cartola na plataforma da estação
de Mangueira em foto de 1984. Revista Manchete |
A estação não aparece, está do outro
lado do trem; as linhas são, da direita para a esquerda,
a que segue para Santa Cruz e Japeri (onde está o trem),
depois a que vai para Saracuruna e Belfort Roxo, depois as duas
linhas métricas utilizadas pela FCA. Foto Anderson, 03/2007 |
Uma das plataformas da estação de Mangueira em
2010. Autor desconhecido |
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Atualização:
18.01.2022
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