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E. F. Dom Pedro
II - ramal de Porto Novo (1887-1890)
E. F. Central do Brasil - ramal de Porto Novo
(1890-1911)
E. F. Central do Brasil - Linha Auxiliar (1911-1965)
E. F. Leopoldina (1965-1975)
RFFSA (1975-1997) |
PENHA
LONGA
Município de Chiador, MG |
Linha Auxiliar - km 191,135 (1928) |
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MG-1320 |
Altitude: 305,100 m |
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Inauguração: 09.07.1887 |
Uso atual: em restauração (2018) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1887? |
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HISTORICO DA LINHA: A chamada
E. F. Melhoramentos foi construída a partir de
1892. Em 1895 foi aberta a linha entre a estação de Mangueira e a da atual Honorio Gurgel. Em março de 1898 foi entregue o trecho até Paraíba do Sul. Até Três Rios foi logo em seguida e em 1911 alcançou Porto Novo do Cunha, anexando o ramal deste nome, que teve a bitola reduzida para métrica, a mesma da Auxiliar. O traçado da serra,
construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por
Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E.
F. Melhoramentos já havia sido incorporada à E. F. Central do Brasil e passou
a se chamar Linha Auxiliar.
No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à E. F.
Leopoldina. A linha, entre o início e a estação de Japeri,
onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se
em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma,
a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba
do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas
redes, existe bitola mista. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos
anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará,
entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para
trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e
Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde
1996. |
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A ESTAÇÃO: A estação de
Penha Longa foi inaugurada em 1887 no ramal de Porto Novo
da E. F. Dom Pedro II.
"Aí existe, há longos
anos, uma afamada indústria de cerâmica; a olaria de
vastas proporções é vista à direita. Na
planície ao redor, nenhuma cultura, nenhuma plantação,
nenhuma árvore frutífera ou de sombra. O terreno, causticado
pelo sol, ressequido pelas queimadas periódicas, pontilhado
de troncos carbonizados, apresenta uma topografia árida, para
não dizer desoladora. Contudo, aquele solo é de espantosa
fertilidade para o cultivo de frutos próprios das regiões
tropicais. E ali, onde o olhar abrasado do viajante poderia contemplar
o verde umbroso de árvores amigas, nada mais vê do que
esparsas pirâmides de cupim na pastagem seca e rasteira, como
abandonados barretes otomanos sobre velho e amarelado tapete. Sensatamente,
não se pode exigir que todo homem, para, com justiça,
merecer este título, 'tenha feito um filho, escrito um livro
e plantado uma árvore', como disse alguém. Muitos homens,
dignos desse nome, não fizeram nem uma dessas três coisas,
mais ou menos úteis, mais ou menos trabalhosas. Nos campos,
entretanto, onde um motivo de utilidade comercial conjugou o capital
e o trabalho para a instalação de grandes propriedades
industriais, é natural que se imagine encontrar, ao lado do
buliço fecundo da Oficina, a quietação sodalícia
do Pomar e do Bosque. Mas o Jeca é pouco amigo da árvore;
se a árvore estende sobre os homens a consoladora sombra das
suas ramas, não leva o peso do seu voto à balança
eleitoral dos chefes municipais" (Max Vasconcellos,
sobre Penha Longa, em 1928).
Nos anos 1960, como todo o antigo ramal de Porto Novo, a estação passou para o
controle da Leopoldina.
"Sou nascida na cidade
de Penha Longa, em MG, há 48 anos. Saí de lá
com minha mãe, viúva recente, quando eu ainda era muito
pequena e não mais retornei. Naquela ocasião, embarcamos
num trem, na estação local, que nos trouxe diretamente
ao RJ. Hoje em dia, procuro referências sobre esta minha cidade
e não encontro nada. É verdade que ela se acabou? Disseram-me
que com o fim do transporte do minério, por trens, naquela
região, a cidade esgotou-se e todos foram embora para outros
lugares" (Ana Maria Viana, 31/05/2001).
Muitos anos depois da estação ser fechada (anos 1980), e já em
setembro de 2003, noticiava-se que a Prefeitura de Chiador queria
transformá-la em biblioteca.
Não, Penha Longa não acabou, mas certamente sofreu demais
sem o trem, ao contrário do que o Governo, sempre favorecendo
a indústria automobilística nos últimos 50 anos
ou mais, nos quer fazer acreditar. A estação ainda servia
como igreja da Assembléia de Deus em 2008.
Em fins de 2012,
estava abandonada, embora mantivesse a placa da igreja. Em 2018, estava sendo restaurada.
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1940
À ESQUERDA: Desabamento de aterro entre a estação de Penha Longa e a de Chiador (escrita "Chiados" na reportagem) causa problemas no tráfego. A quilometragem citada foi a de 179, mas as estações ficam nos quilômetros 191 e 195. (O Estado de S. Paulo, 10/1/1940). |
ACIMA: A vila de Penha Longa em fevereiro de 2008,
povoado bucólico que sobreviveu ao final dos trens de passageiros
(Foto Jorge Alves Ferreira).
(Fontes: Gutierrez L. Coelho; Jorge Alves Ferreira;
Amarildo Dousseau Mairink; Ana Maria Viana; Max Vasconcellos: Vias
Brasileiras de Communicação, 1928; Mapa - acervo R.
M. Giesbrecht) |
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O trem cargueiro ainda passa pela estação de Penha
Longa, em 04/2001. Foto Jorge Alves Ferreira |
A estação de Penha Longa, em 04/2001. Foto Jorge
Alves Ferreira |
A estação de Penha Longa, em 04/2001. Foto Jorge
Alves Ferreira |
A estação de Penha Longa, em 04/2001. Foto Jorge
Alves Ferreira |
A estação em 02/2008. Foto Jorge Alves Ferreira |
A estação em 12/2012. Foto Gutierrez L. Coelho |
A estação em 4/11/2018. Foto Moyses Barbosa |
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Atualização:
17.06.2019
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