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E. F. Central do
Brasil (1925-1975)
RFFSA (1975-1996) |
BOCAIUVA
Município de Bocaiuva, MG (1888-) |
Linha do Centro - km 1.045,395
(1928) |
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MG-0375 |
Altitude: 662 m |
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Inauguração: 14.03.1924 |
Uso atual: uso desconhecido (2020) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1924 |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Bocaiúva foi inaugurada em 1924 (ver caixa abaixo)
- e não em 1925, como informa o Guia Geral de Estradas de
Ferro de 1960. Porém, a construção do prédio e do trecho de Montes Claros, já em obras em 1913, levaram mais de dez anos para serem concluídos (ver caixa abaixo).
Foi ponta de linha até a inauguração do trecho
que alcançou Montes Claros, em setembro de 1926.
A ligação com a E. F. Bahia-Minas a partir de Bocaíúva, que
nunca saiu, é o que poderia justificar a imensa estação de Bocaiúva,
um local, nessa época, pobre e miserável que possuía
uma estação enorme.
O nome da estação é uma homenagem ao político
Quintino Bocaiúva, por ter este conseguido a transferência
da sede da vila, de Jequetaí, onde se localizava, para
a vila que então servia de estação ferroviária.
"A estação de Bocaiúva, um dos maiores prédios construídos
para servir à via férrea no interior do Estado, terra do ministro
Patrus Ananias que segundo o mesmo cresceu ouvindo o apito dos trens,
é hoje esconderijo de viciados em drogas e motel improvisado. Com
localização privilegiada, o antigo porto dos passageiros do trem não
pode ser utilizado para outros fins como quer a administração municipal
local porque a FCA alega não ser seguro o trânsito de pessoas
no entorno ferroviário, pois as linhas estão ativas com o transporte
de cargas" (Alberto Fernandes de Oliveira, 11/2005).
A estação, desativada nos anos 1990, foi reformada em
2006; em 2010, já estava abandonada novamente. Inacreditável.
Em 2010, a Prefeitura conseguiu a posse do prédio e foi reformada novamente. Em 2018 estava em bom estado, pelo menos por fora.
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1923
AO LADO: A estação de Bocaiuva já estava em construção 11 anos antes de sua inauguração. O que teria causado tanto atraso na obra dela e do trecho de Montes Claros? A Guerra Mundial? (O Estado de S. Paulo, 29/3/1913). |
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1923
AO LADO: A futura estação ganha um nome.
Porém, desde então o nome foi apenas... o sobrenome.
Possivelmente por haver uma estação na mesma
linha, mas no Rio de Janeiro, com o nome do político
- hoje, porém, esta última é conhecida
apenas como Quintino (O Estado de S. Paulo, 15/5/1923).
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1924
AO LADO: Inauguração da estação
e do ramal até ela (O Estado de S. Paulo, 16/3/1924).
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1924
AO LADO: Queda de barreira próximo á estação
(O Estado de S. Paulo, 3/12/1924).
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ACIMA: O povo de Bocayuva aguarda pela primeira
locomotiva da Central para inaugurar a estação em 1924 (O Malho, 22/3/1924).
ACIMA: Parte do município de
Bocaiuva nos anos 1950, com a linha do Centro da EFCB cortando-o de
sul a norte e com pelo menos cinco estações na linha
(IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol.
IX, 1960).
(Fontes: Rodrigo Rocha, 2020; Gutierrez L. Coelho, 2010; José Neto, 2018; Pedro Paulo
Resende; Alberto Fernandes de Oliveira, 2005; Wanderley Duck; Jonathan Sobral, 2006;
O Estado de S. Paulo, 1923 e 1924; O Malho, 1924; IBGE:
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. IX, 1960;
Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação, 1928;
Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação de Bocaiuva no dia de sua inauguração
em 1924. O Malho, 22/3/1924 |
A estação de Bocaiuva, sem data. Acervo Wanderley
Duck |
A estação de Bocaiúva, em 2005. Foto Alberto
Fernandes de Oliveira |
A estação de Bocaiúva, em 2005. Foto Alberto
Fernandes de Oliveira |
A estação reformada em 11/2006. Foto Jonathan
Sobral |
A estação em 17/10/2010: abandonada novamente.
Foto Gutierrez L. Coelho |
A estação em 2018. Foto José Neto |
A estação em 04/2020. Foto Rodrigo Rocha |
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Atualização:
25.04.2023
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