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Porto Ferreira
Butiá
Descalvado
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ramal Descalvado-1935
IBGE-1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2000
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1920-1971)
FEPASA (1971-1997) |
BUTIÁ
Município de Descalvado, SP |
Ramal de Descalvado - km 216,220 |
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SP-1017 |
Altitude: 606,754 m |
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Inauguração: 15.12.1920 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1920 (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: Em 1877,
a Paulista abria o primeiro trecho, partindo de Cordeiros até Araras,
do que seria o prolongamento de seu tronco. Em 1880, a linha, com
o nome de Estrada do Mogy-Guassú, atingia Porto Ferreira, na mesma
época em que a autorização para cruzar o Mogi e chegar a Ribeirão
Preto foi indeferida pelo Governo Provincial, em favor da Mogiana.
A linha, então, foi desviada para oeste e atingiu Descalvado no final
de 1881, seu ponto final. Em 1916, as modificações da Paulista na
área entre Rio Claro e São Carlos, na linha da antiga Rio-Clarense,
fizeram com que o trecho fosse considerado como novo tronco, deixando
a linha a partir de Cordeiros como o Ramal de Descalvado. Desde o
começo em bitola larga (1,60m), ele funcionou para trens de passageiros
até julho de 1976 (Pirassununga-Descalvado) e até fevereiro de 1977
(Cordeirópolis-Pirassununga). Trens cargueiros andaram pela linha
até o final dos anos 1980. Abandonado, o ramal teve os trilhos arrancados
entre 1996 e 2003. |
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A ESTAÇÃO: No início de
1920, Celeste Colussi, proprietário das terras do pequeno vilarejo
de Butiá, nome dado devido a uma frutinha da região, parecida
com a macaúba, doou um terreno à Companhia Paulista, para que ali
se construísse aquela que viria a ser a última estação a ser feita
no ramal. A estação de Descalvado estava já sobrecarregada
com as cargas de café das fazendas em volta, e a nova estação, que
teria o nome do povoado, serviria para desafogá-la. Ela foi finalmente
inaugurada em 15 de dezembro de 1920, custando à Paulista a soma de
Rs. 43:867$840, aí já incluídas as casas de empregados. Era
mais uma estação que incorporava a parte de passageiros e o armazém
no mesmo prédio.
Butiá, contam os antigo moradores do local, era uma festa quando
os trens passavam; mesmo antes da existência do prédio, as moças e
rapazes corriam para acenar para os trens. Pela manhã, dos trens eram
atirados exemplares da revista italiana Fanfulla, assinada
pelos Colussi. Com a estação, vieram a igreja e as festas.
O pessoal então solicitava à Paulista que mandasse trens especiais
para trazer os participantes de fora, e os pedidos nunca eram recusados.
Bons tempos. A cerca de 800 metros da estação, existiu
durante algum tempo uma usina hidrelétrica no Ribeirão
Bonito, afluente do Mogi-Guaçu - a usina do Salto do Butiá
- que funcionou de 1901 a 1944 e foi a responsável pela implantação
da energia elétrica à cidade de Descalvado na
primeira década do século XX. A história desta
usina e de sua desativação e demolição
pode ser vista aqui. Butiá,
entretanto, foi a estação de vida mais curta do ramal.
Desativada cinqüenta e seis anos depois, com a passagem do último
trem, logo ficou abandonada. Alguns anos após 1986, data da última
foto conhecida e que mostrava o total abandono, ela foi demolida,
apesar dos protestos dos moradores. O material acabou sendo reutilizado
por eles mesmos, que com os tijolos e ferragens construíram as casas
mais novas do bairro, não podendo reaproveitar o madeirame, podre
após anos de intempérie, pois o telhado do prédio já havia desabado.
As famílias Colussi e Paludetti continuam por lá, mas o vilarejo tem
um acesso difícil em estradas de terra mal conservadas. Em meados
de 1997, os trilhos foram retirados, e hoje sobra somente a igreja,
quase sempre fechada.
ACIMA: O
povo na estação em 1931 (Acervo Luiz Carlos Lima)
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1935
AO LADO: Trens especiais para a festa na estação (O Estado de S. Paulo, 2/10/1935). |
ACIMA:
Moças da vila posam na estação ferroviária
de Butiá, nos anos 1940 (Acervo Familia Colussi).
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TRENS
- De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros
pararam nesta estação de 1920 a 1976. Na foto
à esquerda, o trem do ramal está parado em Loreto.
Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses trens.
Veja aqui horários
em 1964 (Guias Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; José
Coluci; Luiz Carlos Lima; Câmara Municipal
de Descalvado; Ralph Mennucci Giesbrecht: Caminho para Santa Veridiana,
2003; Cia. Paulista: Relatórios anuais, 1872-1969; FEPASA:
Relatório de Instalações Fixas, 1986; IBGE: Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
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Os "bons tempos". Butiá com o chefe da estação
e sua família, anos 1950. Acervo José Coluci |
Em 1986, a fachada da estação, já abandonada.
Relatório Fepasa, 1986 |
Abandono total, c. 1990. Acervo Câmara Municipal de Descalvado |
A igrejinha, vista ainda da plataforma, c. 1990. Acervo Câmara
Municipal de Descalvado |
... e a igrejinha, em março de 1997, vista de uma plataforma
e trilhos escondidos pelo mato, já sem o prédio.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
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Atualização:
27.07.2018
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